Eu, ele e ele


O meu pé na bunda foi doloroso. Tive que comer muitas pizzas e muito chocolate para superar. Mas como tudo na vida passa, eu sobrevivi. 

Conheci o Diego* em 2007. Ele era um nerd tímido e fofo, uma série acima da minha. Eu era uma nerd sem graça, que só gostava de ler e ouvir música. Logo ele descobriu que eu era fã de Harry Potter e logo viramos amigos. Diego tinha um excelente gosto musical, gostava de vários cantores bons e me mostrou o que era música boa. Ele também amava ler e a gente gostava do mesmo tipo de literatura. Com o passar dos meses, fui descobrindo que tínhamos muitas coisas em comum. E, inevitavelmente, me encantei. 

Eu tinha o costume de fazer testes dessas revistas teens, pra ver qual era o meu par perfeito. Ele ria e dizia “Bruxinha, o cara dos seus sonhos já tá vagando por aí”. E eu, iludida, achava que ele tava jogando indireta. E foi assim por dois anos. Dois anos. A gente trocava depoimento no Orkut, tirávamos fotos juntos para colocar no Orkut, saíamos juntos... as pessoas achavam que éramos um casal e nos divertíamos com isso. Mas eu me cansei desse “será que ele gosta de mim?”. 

Me declarei. Mandei um sms falando “Estou apaixonada por você!”. Ele respondeu “haha’, você é uma linda.”.Eu percebi que ele estava achando que eu tava brincando, e mandei outro sms “Estou falando sério. Estou muito apaixonada por você. E aí?”. Ele não respondeu. Ficou dois dias sem aparecer. No terceiro dia ele me deixou um depoimento no Orkut, dizendo que me amava muito, mas não desse jeito e que sentia muito por me decepcionar, mas que ele não podia me iludir. Ele me deu uma semana pra me recuperar, aí me ligou pra saber se eu tava bem. Eu disse “Achava que você gostava de mim. Todo mundo achava.”. Ele me pediu desculpas e me falou o motivo de não poder ficar comigo “Bruxinha, já percebeu que eu nunca falo de nenhuma garota com você? Pois é... eu sou gay”. 

Assim, na lata. Eu era apaixonada por um gay e nunca desconfiei. Fui pra fossa, me senti burra, idiota, ingênua. Fiquei naquela fossa de ouvir música triste, comer brigadeiro e pizza. Mas já superei, juro! 

Agora, sempre que eu conheço caras interessantes, tenho a cara-de-pau de perguntar se ele é hétero. 

E o Diego esta namorando a três anos um cara muito maneiro. Segundo ele, “é a minha versão gay!” /risos 

E como alguém famoso disse, “É pra frente que se anda.”
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Este texto foi enviado por uma leitora para participar do concurso "Levei um pé na bunda" e ela ganhou um kit do livro O Teorema Katherine.

O texto foi reproduzido na íntegra.


Comentários
7 Comentários

7 comentários:

  1. Mereceu!
    Adorei a história!
    Beijinhos
    Rizia - Livroterapias
    Livroterapias

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  2. Muito bom o texto e a estória parece ser um pouco antiga, época de orkut, mas a menina mereceu o kit, fiquei com pena dela mas por fim eles se acertaram e ela conseguiu superar, acho que nunca levei um fora de ninguém! Valeu! =) Abraços!!

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  3. pelo menos ela ganhou ago bom disso ne? rs' super merecido !

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  4. Achei super merecido! Ela criou a história ou é verdade? Se é fiquei com muita dó, mas feliz por ela ter superado! :D

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  5. Parabéns a leitora que enviou esse conto. Sendo baseado em fatos reais ou não, está muito bom.

    @_Dom_Dom

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  6. Que legal esse texto! Adorei, ficou bem bacana!

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