Convergente - Veronica Roth

Não tem spoiler dos outros livros (nem sinopse! Veja aqui a sinopse oficial).

Desde a resenha do primeiro livro (Divergente), sinto dificuldade para falar dessa trilogia. Eu gostei, é viciante, mas alguma coisa deixa a desejar. E é aí que a coisa complica, porque não sei especificar qual o principal furo da autora, mas ele existe - e, se começar a falar, vou levantar vários pontos.

Vamos começar com um pedacinho da minha resenha de Insurgente - que diz sobre minhas expectativas:
"Eu posso ser surpreendida pelo último livro, mas ainda estou com a impressão que a trama é muito sensível. Digamos que você vai ler, vai adorar, vai achar a autora genial (eu também acho), mas você não pode questionar muito mais do que está exposto - se não você vai ficar sem respostas."

Divergente e Insurgente saem um passo à frente por terem bastante ação e, assim, deixarem essas falhas menos visíveis - você tá tão envolvido que deixa passar, sem contar que sempre tem a justificativa "acho que ela vai explicar no próximo"... sempre o próximo, o volume seguinte, a esperança dos que acompanham séries. Mas aí chegou Convergente (o final! É agora!) e quase fui enganada com seu início promissor - explicações, explicações everywhere! Tudo que eu queria e já tinha falado sobre em Divergente e renovei as esperanças no final de Insurgente. Tive esperanças e, apesar da falta de ação, devorei o livro, mas, PAH! Novamente, a autora se esqueceu do resto do mundo. Minha preocupação sempre foi "mas e o resto?" e a Veronica simplesmente não trouxe a resposta. Ela traz uma amostra do que pode ser abordado (e explicado! *palavra chave*)  e... não aborda. Frustrante, não? Pensando agora sim, mas na hora da leitura não foi tanto. Mas foi o suficiente #mimimi

"Mas, nossa, que legal, o intrigante, gostoso, lindo do Tobias também narra o livro, assim não dá pra enjoar da Tris e tal." NÃO CRIE EXPECTATIVAS! Eu amo quando os protagonistas dividem a narração e, pra mim, é fundamental que eles possuam vozes diferentes, afinal, são duas pessoas, ué. Acontece que não tem diferença entre eles, salvo os artigos indicando gênero (e, quando há, porque peguei um erro no capítulo do Tobias com gênero feminino), mas as vozes são idênticas. Sério. É melhor acreditar que a autora realmente pecou na hora de separá-los do que pensar que toda aquela masculinidade/impassividade que Tobias apresentava nos outros livros era fruto da imaginação/idealização da Tris. O que eu mais gostei no, ainda, Quatro, era que ele não tentava seduzir a Tris (como acontece, normalmente, nos YAs)- ele era ele. Simples assim. Era duro, era um líder, era decidido. E, quando se apaixonou, deu seu lado mais romântico e protetor para ela, mas, ainda assim, era o Quatro/Tobias. Mas essa imagem sumiu em Convergente. Ele ficou excessivamente feminino e vulnerável. Um pouco de vulnerabilidade é sempre sedutor nessas carrancas, mas aqui acabou com a imagem que eu tinha dele (mas ainda o amo, só pra deixar claro).

Em determinado momento do livro, tive a impressão que não estava mais lendo uma distopia. Os personagens pareciam estar em uma aventura nas férias. GENTE! Os diálogos que eles travam são surreais e descabíveis para o momento, vocês não fazem noção (ou talvez façam e eu só tô sendo a chata)! Eles planejavam coisas e estas pareciam fáceis demais e a descontração era quase palpável e, devo ter perdido alguma coisa, porque esse não era o clima que eu esperava naquele momento.

Eu já sabia que a Veronica tinha uma escrita simples e crua, altamente fácil de ler (tanto que li Divergente em inglês sem grandes dificuldades), mas só fui me dar conta que a coisa decaiu neste volume. Era simples anteriormente, mas ela mostrou que poderia ser ainda mais. E isso não foi muito bom. Nem parecia aquela escrita quase brilhante dos outros livros. Eu peguei um spoiler filho da p#7@ que me deixou com ódio da autora, atrapalhou bastante a minha leitura, mas, no fim, não me impediu de chorar desconsoladamente e perguntar "WHY, VERONICA, WHY?" (foi bem condizente com o que foi falado o livro inteiro e, não sei se pelo maldito spoiler, mas estava gritante o que aconteceria).

"NOSSA, CEILE, VOCÊ ODIOU O LIVRO ENTÃO, NÉ?" Não! Definitivamente, não! Eu gostei e gostei muito. Essas coisas me incomodaram e acabaram falando mais alto, mas eu continuo olhando com carinho a trilogia na estante e tenho muita vontade de reler - pra ver se consigo pegar alguma coisa que deixei passar (bem, se você leu, vai entender). Gosto muito dos personagens e tenho um carinho imenso por eles. Sem contar que em Convergente tem uma cena linda, uma das que mais gosto da trilogia toda ♥. Assisti Divergente e meu amor triplicou. Ficou ótimo, as coisas bateram muito com o que imaginei (A Christina foi muito perfeita! Fiquei chocada!). E, claro, INDICO - pasmem! - indico muito a leitura. 
Comentários
9 Comentários

9 comentários:

  1. Aaaaaaah... praticamente meus pensamentos. Exceto pelo final mais sem graça de todos os tempos. Por mim, colocaria toda aquela ação de Insurgente no fim de Convergente. Fala sério, adoro a trilogia, mas Convergente me deu sono quase o livro todo. E o tal spoiler... que deve ser o que estou pensando, adorei. Sim. A autora não foi a originalidade em pessoa (George Martin agradece), mas foi corajosa. Tipo, imaginei a Stephenie Meyer matando o Edward ou Bella... Já pensou? Mas não, um Forever resolveu tudo. #sóquenão Ainda prefiro o final do filme. Falando em filme, AMEI Divergente. Só acho que a cena da facada no olho e o namorico da Cristina vão fazer falta nos próximos filmes. Porque o cara sem olho é fundamental em Insurgente e depois a raiva da best da Tris vai parecer meio sem nexo pra quem não leu os livros. Enfim... leria de novo só os dois primeiros livros. Kkkkkk :P

    P.S.: Não vou nem comentar o POV do Quatro. Broxanteeeeee. =/

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  2. não consigo gostar de distopias tão distópicas assim! rsrsrs o gênero em si, cru não me atrai
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br

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  3. Carambolas e agora como fazer , ler ou não ler, eu li só o primeiro até agora e achei meio fraquinho, mas abri minha mente para os outros e com essa resenha fiquei meio com medo !

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  4. Apesar da tua resenha não ter me dado vontade de ler o livro, ela me deixou com vontade de ler só pra matar a curiosidade. Acho que você conseguiu ser como a autora do livro: apesar das críticas, consegue convencer a le-lo (como no seu caso, apesar da resenha, você tem carinho pelo livro).

    Beijo

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  5. O final era mais ou menos esperando considerando que a Tris sempre se sacrificou por todos ao seu redor (falei demais?). Gostei do livro, não me deu tanto sono, mas a vontade de ler foi bem maior em Insurgente

    http://www.tudoquemotiva.com

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  6. Divergente foi ótimo, Insurgente foi bom. Terminei o livro 2 com o coração na mão, curiosíssima pra ler o 3. Já sei qual é o tal spoiler, não me incomodo com ele, mas fiquei assim: Oi?!
    Deve ser porque é a primeira história da Veronica e já fez muito sucesso, aí ela ficou meio crazy e não conseguiu dar um desfecho decente. Sei lá...
    E o tal "Four", você sabe sobre o que vai ser? De repente vai ter as explicações que ficaram faltando. Oremos!
    Beijinhos!
    Giulia - Prazer, me chamo Livro

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  7. Convergente é um assunto complicado kk
    Também achei que ela deixou pontas soltas (cadê o resto do mundo... OI?), e deixou o Tobias bem diferente dos dois primeiros livros. Mas ainda assim a Veronica faz a gente gostar do livro, nem que seja um tiquinho :( maldita q
    Enfim, adorei a resenha!
    Beijos!

    http://addictionforbooks.blogspot.com.br

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  8. Estou morrendo de vontade de ler a trilogia, pois gosto muito desse tipo de livro. Porém, ainda não tenho nenhum! Quero esperar para comprar um box, igual o meu de Jogos Vorazes.. kkk mas a ansiedade está me atormentando!

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