The 100: Os Escolhidos - Kass Morgan

"Desde a terrível guerra nuclear que assolou a Terra, a humanidade passou a viver em espaçonaves a milhares de quilômetros de seu planeta natal. Mas com uma população em crescimento e recursos se tornando escassos, governantes sabem que devem encontrar uma solução. Cem delinquentes juvenis — considerados gastos inúteis para a sociedade restrita — serão mandados em uma missão extremamente perigosa: recolonizar a Terra. Essa poderá ser a segunda chance da vida deles... ou uma missão suicida." Sinopse retirada do Skoob.

A primeira coisa que as pessoas falam sobre The 100 é: bem diferente da série. Eu só li o livro, então não sei enumerar essas diferenças, mas fica o aviso para quem quiser ler ou assistir.

Este livro me pegou de surpresa: enquanto eu esperava algo totalmente voltado para a ação e focado no mundo pós-guerra, The 100 fala sobre pessoas - como certas coisas estão sendo resolvidas diante da atual situação e como eles chegaram até ali. Os personagens não foram escolhidos aleatoriamente, todos eles têm uma pendência a ser resolvida e, em meio às adversidades, é isso que eles buscam fazer durante o livro. 

Mas por que as pessoas podem não gostar? Porque, apesar de uma premissa muito interessante, um pano de fundo maravilhoso, ele não passa disso: um pano de fundo. Enquanto você espera contaminações por radiação, seres mutantes botando medo na galera e um pessoal querendo fazer da Terra uma Arena estilo Jogos Vorazes para sobreviver, a autora se preocupou em trazer os dramas românticos (não necessariamente de romances) como ponto central. Há humanos vivendo nas naves em situações precárias e, mesmo lá, há diferenças sociais, existe um governo com atitudes duvidosas que não sabemos se toma certas medidas para a sobrevivência da espécie (humana) ou para outras coisas; enquanto na Terra há jovens jogados à própria sorte, sem a certeza se a sociedade das naves se juntará a eles ou se eles não passam de experimentos vivos. Tudo isso é mostrado durante a história, mas sob os dramas dos personagens. Foi uma escolha arriscada da autora dar esse gostinho de enredo e levar por outro caminho. 

"Não importava se eles tinham encontrado os medicamentos desaparecidos. Não havia nenhuma droga forte o suficiente para curar um coração partido."

Mas por que eu gostei? Porque, apesar de um background bem interessante, eu tenho uma queda por relacionamentos conflituosos e se são de jovens, envolvem traições, proibições e outros obstáculos: eu tenho grandes chances de gostar. Foi legal acompanhar tudo que os levou até ali, através dos flashbacks, e ver como eles tentavam (fracassavam e tentavam de novo) resolver. É como se eles fossem rebeldes com causa, mas causas românticas. Poxa, em nome do amor vale, né? Mas antes que você pense que tudo não passa de motivo fútil, saiba que Bellamy se arriscou para proteger sua irmã (e a história deles é linda), Clarke tenta, a todo custo, salvar sua amiga, Wells quer acertar as coisas com Clarke (mas o que ele fez foi bem sério), Glass tenta rever seu ex-namorado (depois de um sumiço tenso). E todos os personagens não são mocinhos/mocinhas, heróis/heroínas. Eles são humanos. Fizeram coisas que tiveram graves consequências e, merecendo ou não, estão pagando por elas. Sei reconhecer que não é um livro ótimo e tem muita coisa a ser explorada que não foi aqui, mas, de qualquer forma, me encantou. E muito. 

A personagem de quem mais gostei foi Glass e sua história foi a que mais me comoveu e me fez torcer para dar certo. Ao longo do livro, vamos conhecendo, aos poucos, o motivo que a fez fugir da base de lançamento e eu me surpreendi muito com o desenvolvimento da sua história. Bellamy também tem uma história linda (e triste, claro) e está ali pela sua irmã, de quem quer ser o protetor, acreditando em sua inocência sobre tudo, o que me deixou com bastante dó, na verdade. The 100 é narrado em terceira pessoa e, no início de cada capítulo, tem o nome do personagem retratado ali. Para os flashbacks, a fonte é diferente, então dá pra saber quando há a mudança do tempo. Os capítulos são curtos, o que deixa a leitura mais dinâmica e, em momentos estratégicos, temos uma volta no tempo para conhecermos o passado de cada um, mas tudo em pequenas doses, de forma que temos revelações até o final do livro.

"Esse era o problema dos segredos - você tinha que carregá-los consigo para sempre, independentemente do custo."

O final do livro foi como um final tem que ser quando se há continuação: instigante. Talvez, no próximo volume, os "problemas concretos" fiquem mais sérios e haja uma inversão do foco. Isso pode ser animador para quem queria ação e ainda sobrou um pouquinho de coragem para continuar a série. Eu, sinceramente, iria gostar do livro se ele tornasse o pano de fundo o foco, assim como gostei dele abordando os conflitos pessoais em primeiro plano. Então, estou ansiosa para a continuação e com o coração apertado de antemão.
Comentários
8 Comentários

8 comentários:

  1. Oi Ceile!
    Nossa, tinha expectativas maiores com esse livro, pela sua resenha não achei a história assim muito emocionante..! Que pena : /
    Bjos!
    Karen
    http://www.bookadvisor.com.br/

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  2. não tinha muitas expectativas não, na verdade pouco me atraiu!
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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  3. Oi Ceile!
    Não me interessei muito por esse livro quando ele foi lançado, nem pela série. Mas eis que me falaram tããão bem da série que eu fiquei curiosa.
    Lendo a sua resenha, cheguei a conclusão que é melhor eu me ater à série se resolver conferir. Como não sou muito dos dramas românticos, é bem provável que eu me irritasse por esperar ação e ganhar romance em troca.
    Acho bem compreensível que um primeiro volume de série seja mais um pano de fundo, mas só o primeiro, né? Tomara que o segundo consiga ir além disso.
    Beijos
    alemdacontracapa.blogspot.com

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  4. Oi :)
    No meu caso e completamente o contrário, eu já vi a série (e tornou-se uma das minhas favoritas) ma sainda não li o livro por medo. A série é memso muito diferente, tanto que Glass (?) nem sequer existe na série, mas eu já vi em várias resenhas que é a personagens favorita de todo o mundo, então não entendi. Mas veja a série!
    Beijo
    www.fofocas-literarias.blogspot.pt

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  5. Ceile, quanto tempo *----*
    Vamos lá. Eu inicialmente me interessei pelo seriado e saber que a história era diferente me deixou meio triste. Maaaaas, se o livro é tão focado nos conflitos românticos dos personagens eu já sei que vou gostar. Como você, adoro esses dramas adolescentes hahaha
    Mas assita a série Ceile, você vai gostar =)
    Ela é bem boa rs

    Beeijos, Dreeh.
    Blog Mais que Livros

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  6. Oi Ceile
    Nao conhecia o blog ainda e adorei!
    Compramos, eu e minha filha este livro nesta semana. Fiquei ainda mais curiosa pra ler
    Criei este novo blog literário.
    Bjks mil e um ótimo domingo
    http://livrosdaclauo.blogspot.com.br/

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  7. Oi Ceile,

    Eu assisto a série e gosto muito.
    Talvez por saber que é diferente e que não possui alguns personagens que eu gosto fui desanimando em ler o livro.
    Mas quem sabe um dia eu dê uma chance não é mesmo?

    bjs
    Tais
    http://www.leitorafashion.com.br

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  8. Faz um tempo que esse livro me chama a atenção, mas esta é a primeira resenha que leio. A premissa parece muito boa, mas de fato o foco em relacionamentos talvez decepcione um pouco. Talvez o segredo seja ler esperando um YA e não sci-fi. Vou colocar na minha lista!

    Peguei seu marcador na Bienal e gostei bastante do blog. Vou seguir! :)

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