[Resenha+Promo] Antes que eu vá - Lauren Oliver

Samantha Kingston tem tudo: o namorado mais cobiçado do universo, três amigas fantásticas e todos os privilégios no Thomas Jefferson, o colégio que frequenta — da melhor mesa do refeitório à vaga mais bem-posicionada do estacionamento.
Aquela sexta-feira, 12 de fevereiro, deveria ser apenas mais um dia de sua vida mágica e perfeita. Em vez disso, acaba sendo o último. Mas ela ganha uma segunda chance. Sete “segundas chances”, na verdade. E, ao reviver aquele dia vezes seguidas, Samantha desvenda o mistério que envolve sua morte — descobrindo, enfim, o verdadeiro valor de tudo o que está prestes a perder.
Em uma noite chuvosa de fevereiro, Sam é morta em um acidente de carro horrível. Mas em vez de se ver em um túnel de luz, ela acorda na sua própria cama, na manhã do mesmo dia. Forçada a viver com os mesmos eventos ela se esforça para alterar o resultado, mas acorda novamente no dia do acidente.O que se segue é a história de uma menina que ao longo dos dias, descobre através de insights desoladores, as conseqüências de cada ação dela. Uma menina que morreu jovem, mas no processo aprende a viver. E que se apaixona um pouco tarde demais. Sinopse retirada do Skoob.
Quando foi lançado em 2011, Antes que eu vá me interessou, mas não o suficiente para que eu lesse o livro imediatamente. Ouvi demais sobre o enredo e achei que já sabia do que se tratava. Foi só esse ano, quando a Intrínseca relançou o livro - uma pequena mudança na capa, um botton falando "Livro que inspirou o filme" - que resolvi, finalmente ler. Que experiência maravilhosa, apesar de um pouco perturbadora. Toda a narrativa é muito consistente e, diferente do que eu esperava, não é repetitivo, apesar da protagonista viver o mesmo dia sete vezes. Em alguns capítulos ficava esperançosa, em outros chegava a ficar enjoada com as atitudes despreocupadas e irresponsáveis da Sam. Suas amigas me causaram um incômodo absurdo, seu namorado é tão dispensável que não conseguia entender o que a fazia manter o relacionamento. Kent chegou e deu aquela aquecidinha no coração, um desejo que a história terminasse diferente, assim como todos os outros personagens que aparecem no decorrer da história. Mas Juliet... Ah, essa dá vontade de pegar pela mão e trazê-la de volta para os tempos em que era alguém diferente, vontade de mostrar o quanto ela é preciosa.

A questão é: nós podemos fazer coisas desse tipo. Sabe por quê? Porque somos populares. E somos populares porque podemos sair ilesas de tudo. É um ciclo vicioso.

O grande diferencial do livro é ser contado pelo ponto de vista do opressor. O assustador é que, apesar de alguns momentos extremos, as cenas são tão normais no ambiente escolar que enquanto aquilo não é confrontado e revivido, não parece problemático aos olhos da narradora. Ela não é uma boa garota sob uma má influência, ela é uma garota certa do que faz, assim como todas no grupo - apesar da liderança bem clara da Lindsay, é perceptível que todas se atraíram por algo em comum. Ela não tem um péssimo histórico familiar ou um trauma que justifique tais atos, ela só se perdeu em algum momento na transição da infância para a adolescência e perceber isso, analisar formas de mudar, se perguntar o que o universo espera dela para consertar as coisas, é muito interessante e traz um amadurecimento muito necessário para a protagonista.  

Mas antes que comece a me acusar, permita-me fazer uma pergunta: o que fiz foi realmente tão ruim? Tão ruim que eu merecia morrer por isso? Tão ruim que eu merecia morrer assim? O que fiz foi realmente tão pior do que o que todo mundo faz? É realmente muito pior do que você faz? Pense a respeito.

O que leva a outro ponto: a dualidade da protagonista. É de se esperar que ao reviver seus dias, ela aprenda logo a lição e enxergue seus erros e até os justifique pela influência das amigas, mas ela não é posta como mocinha, ela é responsabilizada pelos atos e carrega isso o livro inteiro. Aos poucos vai se dando conta da importância do outro, da individualidade de cada um, que, afinal, cada um tem sua família, suas preferências, dificuldades. Só então ela percebe o impacto que as atitudes do seu grupo de amigas causa nos outros. Ela também passa a ser resgatada, pois em algum momento deixou de aproveitar os dias com sua irmã, deixou de falar com seus pais, de participar da vida em família. Ela aprende sobre o valor das coisas. É incrível como o tom vai mudando no decorrer dos capítulos. No início, tudo parece tão superficial - suas amigas, sua família, seu namorado. Ela não vive realmente nada daquilo. Mas até aquela amizade que parece desnecessária, mostra que é importante, que há intimidade e compreensão, algo que as une que vai além de serem as populares do colégio.

Toda a leitura foi muito impactante para mim. Gostaria de ter lido tal história quando eu ainda estava estudando, quando eu ainda tinha a oportunidade de mudar alguma coisa. Ver o bullying ser tratado de uma forma tão natural e real, não estereotipada e com lições de moral escritas como um manual fez toda a diferença. A escrita da autora é delicada, deixando o leitor sensível a toda a situação. Eu mais do que indico o livro, principalmente para os adolescentes que ainda estão no ensino médio (se eu fosse professora, sem dúvidas colocaria o livro na lista de leituras obrigatórias hahaha).

Você acha que eu estava sendo tola? Ingênua? Tente não me julgar. Lembre-se que somos iguais, eu e você. Também pensei que fosse viver para sempre.
Hoje estreia o filme nos Estados Unidos e deixo aqui o primeiro trailer - nem preciso dizer como estão minhas expectativas, certo? Acredito que a história vai funcionar muito bem nas telas e ambos vão se complementar.

SORTEIO

 Em parceria com a Intrínseca, vamos sortear um exemplar do livro Antes que eu vá. A primeira entrada é livre e, para mais chances, preencha as demais opções. O envio será feito diretamente pela editora (veja regras gerais de sorteios efetuados no blog neste link). a Rafflecopter giveaway
Comentários
8 Comentários

8 comentários:

  1. Então, tive a mesma atitude que você, ao ver este livro na época do lançamento. Pensei que era um livro bem "mais do mesmo" e confesso que estava com essa mesma opinião até ler a resenha.
    Gostei muito do que escreveu e das impressões que teve ao longo da leitura. Amo personagens que me geram um questionamento, que não são tão certinhos, ou irreais, personagens que são de carne e osso mesmo. Sem falar que saber que o livro trata do bullying de uma maneira mais crível é um ótimo convite a leitura.
    Enfim, sua resenha, além de muito bem escrita, me deu muita vontade de ler "Antes que eu vá"!!!!

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  2. Sua resenha despertou-me interesse no livro, quero muito ler "Antes que eu vá"!

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  3. Olá!
    Já fazia um tempo que eu queria ler esse livro, agora lendo sua resenha, fiquei ainda mais interessada em fazer a leitura!
    Achei a história bem original, porque não me lembro de outro livro com a mesma premissa. Gostei do que foi escrito, como a Sam não se tornar a vítima, ela cometeu erros e tem responsabilidade sobre eles. Ao mesmo tempo, a história tem uma mensagem bonita de valorizar as pessoas ao seu redor e respeitá-las.

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  4. Achei essa história bem interessante, desde que vi o relançamento deste livro fiquei super curiosa para descobrir o motivo da protagonista ficar revivendo o mesmo dia repetidas vezes, qual o destino dela. Já quero ler tem tempo!

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  5. Ceile!
    Muito bom ver um livro que aborda o tema bullying de forma tão precisa, sem rodeios e mostra as relações com a família e amigos, e principalmente as consequências das atitudes tomadas e sofridas.
    Gostei também de ver que há uma evolução das personagens, um amadurecimento consciente diante de tudo, é importante essa visão.
    Gostaria de ler o livro e se possível, assistir o filme.
    Participo e mais tarde sairá divulgação no blog.
    Rudynalva Correia Soares
    rudynalva@yahoo.com.br
    “Não há nada bom nem mau a não ser estas duas coisas: a sabedoria que é um bem e a ignorância que é um mal.” (Platão)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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  6. Oi, Ceile!
    Me aconteceu o mesmo que você quando Antes que eu vá foi lançado em 2011, eu me interessei mas não o suficiente para que eu lesse o livro imediatamente, e hoje em dia, com o lançamento do filme meu interesse cresceu e agora quero ler o livro desesperadamente, assim como também quero assisti ao filme.
    Achei bem interessante o livro ser contado pelo ponto de vista do opressor, nesse caso, a Sam, e que bom que apesar da protagonista viver o mesmo dia sete vezes o livro não é repetitivo, essa também era uma preocupação minha...

    Enfim, amei sua resenha e é claro que participarei do sorteio!


    Nome no formulário: Elidiane Lima
    Email: elidian20@hotmail.com
    GFC: Any

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  7. Uma pena que perdi o sorteio, fiquei encantada com o livro e com uma imensa vontade de ler, acho que em algum momento de nossa vida queremos voltar no tempo para mudar algo e essa história nos remete a isso de poder voltar e querer fazer alo diferente, e também essa possibilidade de analisar as consequências das ações quando eles ocorrem novamente, retrata a nossa vida, quantas vezes não agimos de uma forma pensando que são coisas normais e quando tomamos certa maturidade vemos que aquela ações que tomamos não eram as mais corretas e que se elas tivessem sido evitadas nos dispensaria muitas consequências, simplesmente amei a resenha e acho que tenho um livro que vai para o topo da minha lista.

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  8. A leitura desse livro parece ser bastante impactante, e nos leva a refletir como ás vezes agimos de forma irrelevante com a vida e com aqueles que fazem parte dela!! Espero ler o livro e descobrir se a Samantha teve redenção, torcendo para que isso aconteça!!

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