Eles estavam se beijando. Eu não estava bêbada, nem louca, nem estava vendo mal. Eles estavam mesmo se beijando. Meu namorado e aquela lá! Poderia ter gritado, exigido satisfações, ter feito um escândalo. Mas não iria me submeter àquilo. Não mesmo.
Saí dali antes que qualquer um me visse, ou visse o que eu estava vendo, e fui até o barzinho da faculdade. Havia alguns alunos e uma música dançante, além de um ambiente propício ao que eu queria. Resolvi me entregar. Resolvi que iria fazer coisas de um jeito em que ninguém poderia me culpar.
— Faz aquela batida para mim — pedi ao atendente já conhecido meu.
Ele sorriu para mim, daquele jeito malandro sabendo que eu queria aprontar alguma e se apressou em preparar meu pedido. Paguei e bebi um copo atrás do outro, me sentindo cada vez melhor. Eu sorria debilmente e começava a me animar ao som do lugar.
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Danilo fez mesmo. E o pior é que a namorada dele era legal, bonita, responsável. Como aquele imbecil poderia trocar a Karla pela Mariana, uma piriguete completamente sem sal? Eu estava passando quando o caminho de Karla estava indo direto para sua maior decepção. Só que deixei pra lá. Puxa, o Danilo era meu amigo, eu não ia simplesmente dedurar ele. O problema era que o Fabrício, irmão dela, também era meu amigo de infância. Então quando eu vi que ela estava demorando demais no bar, fui atrás, ué!
Estava claramente bêbada. Suspirei. Dançava e ria como se nada mais importasse. E eu sabia que ia para casa de carro, e que não seria nada legal ela ficar ali. Odiaria que alguém se aproveitasse da situação...
— Bora! — chamei com firmeza, puxando o braço dela. Ela fez biquinho e tentou se desvencilhar de mim.
— Me deixa — falou enrolado por causa da bebida. — Eu quero dançar.
E deu aquele sorriso bobo, como se estivesse num mundo encantado só dela.
Revirei os olhos.
Aquela era a garota que eu conhecia desde criança, que eu implicava, que eu fazia chorar, que me odiava, em outras palavras. E eu também a odiava, mas daquele jeito de irmão mais velho. E naquele momento, como irmão, ela precisava da minha ajuda.
Deixei que ela tentasse me bater, que reclamasse, que fizesse birra de criança. No fim ela teve que vir comigo até meu carro. Contra sua vontade, claro.
— Para onde está me levando, Danilo? — perguntou já mais calma.
Estávamos saindo do campus da faculdade.
— O quê? Não sou o Danilo, sou o Tales. E estou te levando para casa.
Ela ficou calada, e eu mais tranquilo. Aparentemente não discutiria mais comigo, e no dia seguinte talvez até me agradecesse por não deixá-la dirigir bêbada.
— Cara, para quê aquilo? — perguntei depois de lembrar da cena no bar. — Você nem gostava tanto assim dele. E pelo jeito já estavam quase terminando.
— Por que você ainda é meu namorado, e não é legal sair por aí beijando outras garotas. E ela nem é mais bonita do que eu.
— Você é mais bonita do que qualquer garota — concordei. — É chata, mas compensa. O Danilo é que é um idiota.
Baguncei o cabelo dela, como ela odiava.
— Para com isso! Tá parecendo o Tales.
Pelo menos ela não estava falando enrolado como antes. Menos mal.
Chegamos na casa dela sem maiores problemas. Pelas luzes apagadas seus pais já estavam dormindo e seu irmão ainda não havia chegado. Ela olhou para fora, para sua casa e depois para mim.
— Valeu, Danilo.
Antes que eu voltasse a corrigi-la ela estava próxima demais. Depois me beijou. Assim, simplesmente.
De início tentei afastá-la. Cara, ela era a irmã do meu melhor amigo. Só, que, caramba, a garota tinha uma força danada. E o pior? Seu beijo era espetacular. Retribuí.
Ela tava achando que eu era o Danilo mesmo.
Abracei-a com força, tentando trazê-la para mais perto de mim e me surpreendi com o pensamento de estar com ela. Não apenas naquele momento, mas em muitos outros. E não era só porque ela beijava bem, ou porque tinha um cheiro maravilhoso, ou aquele gosto salgado, ou os cabelos macios... Enfim, você entendeu.
Há muitos anos eu já tive sim uma paixonite pela Karla. Só que passou.
Só que não.
Quando ela se lembrasse do beijo, espero que se lembre de ter gostado também.
Não sei dizer por quanto tempo ficamos dentro do carro, em frente à casa dela, se beijando como se nunca mais fôssemos nos ver. Mas foram os minutos mais deliciosos nos últimos anos. E eu queria repeti-los.
— Obrigada — agradeceu novamente, depois foi até sua casa.
Sua caminhada incerta e sua trapalhada para abrir a porta me lembraram de que estava bêbada.
Por favor, não tão bêbada.
Observei seu corpo adentrar a segurança da casa e fui embora, sem conseguir disfarçar o sorriso bobo dos lábios. Ai, caramba, aquilo seria uma baita confusão, eu namorar a irmã e a ex dos meus dois melhores amigos. No que eu fui me meter?
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Da janela do meu quarto escuro observei enquanto Tales ia embora. Sorri, me lembrando perfeitamente de nosso beijo. Ele tinha razão quando disse que eu não estava tão afim de Danilo, mas nem eu imaginava que aquele momento no carro fosse tão empolgante. Agora eu conseguia vê-lo com outros olhos.
Será que ele havia percebido que eu não estava, e nunca estive, bêbada?
amei amei amei ameiii! Sério, não é todo o tipo de leitura que me deixa tão animada assim as 2h da manhã e esse conto foi definitivamente esse tipo de leitura.
ResponderExcluirEu amo esses contos que você escreve , são lindos de morrer :O
ResponderExcluirParabéns !!!
Uuiiii adoreiiiiiii perfeitoo
ResponderExcluirah queria continuação kkkkkkk
ameii demais seu conto parabéns !!
Muito legal!
ResponderExcluirEscreva mais vezes!
Beijos
Rizia - Livroterapias
Amei, amei, que lindoo, oooooown, fiquei sem palavras, magnifico ! *----*
ResponderExcluirQue fofo esse conto *-*
ResponderExcluirFicou muito legal, parabéns!
Realmente encantada com o texto e com a maneira que foi escrito. Faz com que você entre de verdade no contexto da historia, otimo texto para o Dia dos Namorados, realmente fofo e gracioso.
ResponderExcluircaramba, você escreve super bem!
ResponderExcluiresse ficou uma fofura!
continue escrevendo haha
beijos
Armaria, esse povo tá muito profissional. A equipe inteira manda muito bem escrevendo. Parabéns, gente! Muito bom ver o talento de vocês.
ResponderExcluirQueeeee lindoooooo!!! ^^
ResponderExcluirAmeeeeeei, aiiin queria ler uma "continuação", ia ser tão lindo!! :)
Adoro romances entre amigos, rsrs ;D
Parabéns, muito lindo o conto, beijos!!!
Adoreiiiii o texto! Escreve mais!
ResponderExcluirAdorei lê-lo agora de madrugada! Vou dormir feliz =)
Que menina mas safadinha, hein?!?!?! kkkkkkkkkk
ResponderExcluirGostei bastante do conto. Fiquei bem curioso pra saber o desenrolar dessa história.
@_Dom_Dom
Ai que conto mais lindo, ele é tão pequenininho mas fez com que eu sentisse algo, quando terminei fiquei com um sorriso idiota na cara, como pode um conto conseguir fazer com que você se sinta a pessoa mais feliz dos planeta nem que por alguns minutos? Parabens Pamela, alias, toda a equipe, os contos são incríveis, e eu adoraria que o mês do namorados se prolongasse até o fim do ano, só para ler mais contos assim rs'
ResponderExcluirBeijos
Haha Virada mesmo! Gostei da surpresinha no final! Bem legal mesmo o conto. Só que, sem quererser chata nem nada, é que eu tenho tic com isso, houve alguns errinhos bobos de concordância, no mais foi liiiindo!
ResponderExcluirAhhh gostiii
ResponderExcluirAdorei a história..puro romance.. eu amo isso... rs
Gostei dos personagens e da surpresa do final!
=D
bjs
Completamente perfeito pro dias dos namorados, adoro romances e esse ficou realmente bacana, sério. A supresa do final tbm foi bem à la Paula Pimenta. Rsrsr', sério ficou bom mesmo.
ResponderExcluirQue lindo, adoro seus textos um melhor que o outro..vocÊ devia escrever um livro, vou ficar aguardando mais ;D
ResponderExcluirbeijos.
aah gostei *-----------*
ResponderExcluirna verdade venho gostando de todos os contos dos dias dos namorados que vem sendo escritos pro aqui rs
parabeens!
Beeijinho. Dreeh
Livros e tudo o que há de bom