Até onde a inteligência desse homem pode ir?
Colin levou um fora. Mais um pé na bunda de uma Katherine - a 19ª para ser mais exato. Ele é um garoto prodígio - aprendeu a ler e escrever com a idade que outras crianças estão aprendendo a construir frases com mais de quatro palavras, é extremamente inteligente, tem facilidade para tudo relacionado ao conhecimento e, como quase todos os nerds, tem dificuldades para se encaixar na "sociedade" e não tem amigos. Aliás, tem um melhor amigo, Hassan e isso é tudo.
Ele está na bad: desta vez, o término machucou de verdade e muito. Esta Katherine (a 19ª) foi a que o namoro mais durou e ele chegou a acreditar que daria certo - mas é fato que o fascínio que as Katherines têm pela inteligência dele logo acaba, pois, ao que parece, isso é tudo que ele tem. Além disso, ele está "grandinho" e não é mais tão interessante ser um prodígio, agora ele precisaria ter uma ideia brilhante para ter, de fato, alguma importância na vida. Em uma tentativa de ajudar o amigo a melhorar, Hassan o chama para uma road trip - pegar o Rabecão do Satã e sair pela estrada, sem destino certo. E é quando, durante a viagem, Colin parece ter seu momento eureca e começa a trabalhar no Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, onde será possível perver quanto tempo um relacionamento vai durar e quem vai terminar o namoro.
"Tava pensando no seu lance de ser importante. Eu acho que a sua importância é definida pelas coisas que são importantes procê. Seu valor é o mesmo das coisas que ocê valoriza"
Quando você lê um livro de um autor que te marca muito (
vide tatuagem), você anseia por algo que se assemelhe de certa forma ao que você conhece. Você acaba rotulando um autor achando que os livros dele serão sempre tristes, mas eis que O Teorema Katherine chega e você conhece mais uma faceta de John Green - mais uma história que você não imagina como será conduzida, o que acontecerá no próximo capítulo e tenta, a todo momento, prever um final que jamais vai acontecer.
Vou logo falar a verdade: não gostei muito de Colin, apesar de o entender. Eu AMEI seu melhor amigo Hassan. Ele faz toda a diferença com suas piadinhas nerds (mesmo não sendo um nerd cdf), sua presença é notável mesmo quando ele só está calado ou pouco fala. É legal tê-lo ali, acompanhando, sabe? Ele é espirituoso, mas sem ser um cara mega motivado, daquele que fica o tempo todo falando que Colin vai ficar bem, que ele deve levantar a cabeça e tal - ele é um amigo que está ali o tempo todo, sem a necessidade de ficar o tempo todo falando palavras de conforto.
Já entendi Colin no momento em que foi mencionado o fato dele ser prodígio, pois eu conheço uma menina que é especial como ele: quando a mãe/vó dela foi me procurar para dar aulas de inglês, ela tinha apenas quatro anos e lia e escrevia (em letra de mão!) - sim, de fato isso é possível. Então ler sobre o Colin me deixou um pouco angustiada sobre o futuro da minha queridinha (hoje ela tem nove anos e nenhuma escola de inglês a aceita, pois ela está em um nível muito avançado - good teacher *cof cof* - e não dá para colocá-la em uma classe de adultos, porque ela ainda é uma criança...), porque vejo o quanto a mãe/vó dela luta para tornar a rotina dela normal, mas a verdade é que os prodígios ficam de fora de muita coisa, pois eles aprendem tudo com muita facilidade, então logo as coisas deixam de ser atrativas, os amigos não são tão legais, pois são infantis demais, devagar demais... quando, na verdade, os prodígios é que são demais. Enfim, O Teorema Katherine, apesar de ser muito engraçado, me trouxe estes pensamentos sobre uma pessoa que conheço e que amo muito, mas vamos voltar ao livro.
Este livro é bem diferente de A Culpa é das Estrelas (primeiro livro do autor que li) e, apesar de não ser meu favorito, John Green continua sendo um dos meus autores queridinhos, pois sua escrita direta, os dilemas criados e a quantidade de coisas ~inteligentes~ contidas neste livro me fazem o admirar ainda mais. As notas de rodapé fazem parte da história e é quase um diálogo com o leitor (normalmente são algumas explicações que Hassan não quer ouvir de Colin, mas Colin sabe e quer contar - ou são afirmações de fatos do livro que parecem absurdos, mas são verdadeiros). Também destaco o grande desafio que deve ter sido a tradução deste livro - gente, Colin vive fazendo anagramas com tudo e, pensem bem, como traduzir palavras de forma que os anagramas formados mantenham o sentido do que foi escrito em inglês?
Acreditem, tem muita coisa legal neste livro, eu poderia ficar o dia inteiro aqui enumerando fatos, qualidades, personagens muito legais, mas prefiro que vocês descubram um pouco mais quando lerem - a surpresa será boa ;)
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