Louca por você - A. C. Meyer

Louca por você é um livro que eu desejava há muito, desde os tempos da publicação independente em e-book, mas só agora tive a oportunidade de ler. No meio de uma conversa, umas amigas falaram sobre como ele é rapidinho de se ler e, se tem uma coisa que eu gosto é isso: livros que posso devorar sem me dar conta. E, claro, foi o que aconteceu aqui: chegou, fui ler a primeira página e só parei quando terminei.

Juliette tem uma paixão platônica por alguém muito próximo - seu irmão de criação. Depois de perder os pais aos 14 anos, ela vai morar com a família Stewart e, ao contrário do que ela queria, Daniel, com quem sempre conviveu por ser seu vizinho, passa a tratá-la como a irmã mais nova, com tudo que (ele acha que) tem direito: ser extremamente protetor e ciumento. Ah, ele também é o chefe dela, pois é dono do After Dark - um bar bem badalado - onde ela é garçonete. Mas seu verdadeiro sonho (e dom) é cantar, assunto que é um tabu com Daniel. Sua grande oportunidade surge quando, durante uma viagem de Daniel, o vocalista da banda que toca no AD desiste de cantar e deixa a vaga livre para Julie. Esta simples apresentação transforma tudo - desde despertar a ira de Danny até a atração incontrolável que ele, finalmente, sente pela garota.

Ultimamente venho enfrentando uma ressaca literária e, a cada livro que pego, parece que a leitura não rende. Mas aí me deparo com Louca por você, um romance intenso, delicinha de ler e, como não poderia deixar de ser: clichê. Ah, tudo que eu precisava. Fazia tempo que eu não lia um romance descompromissado assim, leve, mas ao mesmo tempo febril, que dá friozinho na barriga e desperta sorrisos bobos. Mérito da autora por criar uma narrativa fluída e dinâmica, me fazendo ler capítulo após capítulo, sempre querendo saber o que acontece a seguir. A história tem um fôlego que não deixa o leitor cansar (a menos que ele não se envolva com a história já na primeira página, é claro).

Os personagens também fazem parte da lista de acertos da autora e, claro, George é o grande destaque. Ele é o amigo gay da mocinha responsável pelas partes divertidas e tem sempre um plano mirabolante para colocar em prática. Todos são bem entrosados e, junto do ambiente, deixam a trama bem atual, um prato cheio para quem adora novelas contemporâneas. Os diálogos também são muito bem construídos e verossímeis, acontecem com naturalidade, dividindo espaço com as descrições nas visões dos protagonistas (sim, tem alternância entre os dois #adoro), deixando a narrativa equilibrada. Ah, claro, o casal tem muita química, então, prepare-se para a tensão sexual que paira no ar.

" - Quer que eu pergunte se ele quer maionese para acompanhar? Porque ele está te comendo com os olhos... - George fala no meu ouvido.
- George, meu Deus!
- Talvez eu devesse oferecer leite condensado. É mais gostoso de lam...
- GEORGE!"

Daniel tem um sex appeal que, sem dúvidas, vai agradar as leitoras de romances eróticos ou as que não resistem aos mocinhos-nem-tão-mocinhos-assim. Mesmo não entendendo seu ciúmes exagerado, também me rendi aos encantos dele, mas a vontade de esganá-lo manteve-se presente, me deixando num caso de amor e ódio. Julie, por sua vez, parecia duas garotas: a irmã submissa e a apaixonada decidida. Sério, se ela tivesse um pouquinho da determinação que mostrou quando se envolveu com Daniel, não teria perdido tanto tempo reprimindo seus próprios sonhos. Acredito que daria muito bem para conciliar a escolha de esperar pelo seu príncipe encantado e a busca pela realização pessoal, que, obviamente, não se resume apenas a fazer o cara a enxergar como uma mulher.

"- (...) Queria que você fosse menos egoísta no nosso relacionamento, mas acho que isso é pedir demais. Então, é melhor que você me deixe sozinha antes que eu faça algo de que me arrependa depois - sua voz era fria. Nunca, em todos esses anos que eu a conheço, a ouvi falar assim, com ninguém."

Pude notar algumas coisas que poderiam ser melhor trabalhadas ou pensadas, mas nenhuma delas realmente interfere no desenvolvimento do livro, só deixaria tudo mais redondinho, sem algo a criticar (nem tiraria uma estrelinha da minha avaliação no Skoob). A idade de Julie é uma das coisas que mais "pega". Sinceramente, ela poderia ter 8 ou 10 anos a menos, ficaria muito mais fácil de relacionar a narrativa com a narradora, porque, bem, ela faz e aceita umas coisas nada dignas de quase-trinta-anos, sem contar que encaixaria melhor com a paixão platônica e a saída da adolescência, onde as coisas são mais intensas. Desta forma, a autora poderia ter um New Adult muito bem classificado e sei que agradaria este público. Além disso, algumas cenas parecem corridas demais, até cortadas em certos momentos. Eu não reclamaria se a autora estendesse determinadas conversas e trabalhasse melhor nos conflitos que, apesar de um "depois" bem satisfatório, são superficiais e bobos. Por fim, não entendi porque a história se passa nos Estados Unidos, já que a autora é brasileira e o Brasil tem praias, bares, parques e outras coisas que só foram ambientadas lá. Sem contar que, tirando o nome, os personagens me pareceram bem brasileiros. 

De qualquer forma, Louca por você me agradou muito e sei exatamente para quais amigas indicar - e sei que a gente vai conversar sobre o livro depois. A autora tem tudo para explorar outros personagens em novos livros, mas a história apresentada aqui tem começo, meio e fim satisfatórios. Na verdade, ela já falou que o próximo livro é sobre Jo, a irmã (de sangue) de Daniel e mal posso esperar por mais essa história. E desejo que ela seja tão intensa quanto esta daqui.

Sábado à noite - Babi Dewet

Antes de mais nada preciso deixar claro que tenho uma relação de amor e ódio com SAN. A fanfic, que deu origem ao livro, tem um significado muito importante para mim pois conheci SAN logo quando estava começando a ler fanfics do McFLY e consequentemente começando a conhecer a banda (que acabou virando uma grande paixão na minha vida). Foi através dela que conheci muitas das músicas de uma das minhas bandas favoritas atualmente e por isso ela é uma história muito especial pra mim. Mas não estamos aqui pra falar de McFLY, nem de fanfics né... Vamos ao que realmente interessa!

Sábado à noite conta da história de Amanda e seus amigos (ou não tão amigos assim). Ela e suas quatro amigas, Anna, Maya, Carol e Guiga, formam um grupo popular dentro da escola. Ao contrário dos Marotos, grupo de meninos formado por Daniel, Caio, Rafael, Bruno e Fred, que são os loosers da escola. Apesar de Amanda e Bruno serem melhores amigos e se conhecerem desde pequenos, dentro da escola a coisa é diferente e cada um fica com a sua turma. Mas todos nós sabemos que por mais que haja uma divisão de grupinhos, quando se trata de amor (e principalmente paixão adolescente), o coração nunca olha apenas para dentro do grupinho que está, e quase sempre vai se aventurar em outros grupos. Com Amanda, Bruno, e seus amigos não é diferente.

Daniel sempre gostou de Amanda, mas por ser apenas um maroto ele nunca criou muitas esperanças. Bruno e Carol já tiveram uma história e agora fazem de tudo para mostrar (ou pelo menos fingir que) isso é passado. Amanda por sua vez já teve uma queda por Daniel também, mas ao saber que sua amiga Guiga também era a fim do rapaz, ela resolveu ignorar seus sentimentos em nome da amizade. E enquanto o ano letivo começa a desenrolar, juntamente com esses sentimentos de amor e ódio entre a garotada, uma banda mascarada começa a tocar nos bailes de sábado a noite na escola, deixando as garotas ainda mais animadas.

É uma história bem leve e divertida, e nos faz querer voltar aos nossos 16, 17 anos (e/ou ficar lá para sempre) e poder viver novamente as loucuras do fim da adolescência. Apesar de ser um romance teen, as cenas de amor entre o casal principal, Amanda e Daniel, me fizeram querer viver uma história como aquela: completamente intensa. Pra quem gosta de um draminha, Amanda com suas dúvidas e escolhas entre assumir o amor que sente ou preservar a amizade, é um prato cheio! É impossível não suspirar com Daniel, rir do Caio, se divertir com as brigas de Carol e Bruno. Porém, Amanda muitas vezes é uma menina irritante e chata, e eu particularmente tive vontade de bater nela muitas e muitas vezes no livro.

Não dá pra falar de SAN sem falar de AMIGOS. Apesar de todo o romance e amorzinho da história, o grande lance por trás de tudo é ver a amizade entre os personagens e o quanto isso é importante para cada um deles (a ponto de a própria protagonista se ver a frete de uma escolha entre amor e amizade). É uma história em que o número de personagens assusta, e pode confundir o leitor. Mas isso não foi um empecilho para mim. pois eu relacionava os personagens do livro com os da fanfic e assim ficava mais fácil (e mais divertido) de ler e entender a dinâmica da história. Porém, para quem não leu a fic, nem conhece a banda, fica difícil fazer essa relação, e pode achar confuso demais o enredo no começo. Mas com o desenrolar dos capítulos nós vamos nos acostumando com os personagens e entendendo melhor.

Agora, pra quem gosta de finais surpreendentes, esse livro é O livro. A gente fica a história toda naquela torcida, a favor ou não do casal, torcendo pelos romances dos amigos, e aí no fim sai aquele grito de "MAS PORQUÊÊÊÊÊÊÊ???" incontrolável e a vontade de correr pro próximo livro e saber o que vem a seguir. Eu ainda não tive a chance de ler o segundo livro, mas mal posso esperar para estar com ele em mãos.

Se eu ficar - Gayle Forman

Tenho Se eu ficar há um bom tempo (consegui através de uma troca no Skoob), mas confesso que o desejo de ler só veio com o lançamento pela Novo Conceito com um trabalho gráfico totalmente diferente do "branquinho básico" da outra edição. Parece bobo, mas me deu outra perspectiva - antes eu achava se tratar de um romance adulto (oi você que não é chegado a ler sinopses). Depois - de forma decisiva - veio o trailer e, pronto, entrei totalmente no clima. Sem dúvidas, isso mudou totalmente minha experiência de leitura.

Se eu ficar tem um plot simples: Mia sofre um acidente de carro junto da sua família e tem uma experiência extracorpórea: apesar do corpo em coma, ela passa a acompanhar tudo que acontece a partir de então, como espectadora, no hospital. Ainda no local do acidente, vem a triste constatação que está órfã. A partir daí, como se a escolha fosse dela, tem que decidir se quer ficar mesmo sem sua família ou se ela realmente vai pra onde quer que as pessoas vão depois. Ela tem bastante motivos para seja qual for a decisão.

"- (...) Seja qual for a sua escolha, vai sair ganhando. Assim como também vai sair perdendo. O que eu posso te dizer? O amor é uma merda."

A história é relativamente leve, considerando as circunstâncias do enredo. A protagonista é uma garota comum, longe de ser a mais popular no colégio e, mesmo sendo musicista, se acha invisível o suficiente para não acreditar que o carinha da banda está afim dela. Isso tudo não faz dela uma chata ou "paradona", pelo contrário, acabei criando um certo carinho por ela - e o fato de não se vitimizar também ajudou. Com sua delicadeza nata, me apaixonei por sua relação com Adam - bem como Hazel diz em A Culpa é das Estrelas "me apaixonei do mesmo jeito que alguém cai no sono: gradativamente e de repente, de uma hora para outra." Em pequenas doses, vamos conhecendo a história antes do acidente e do jeito que mais gosto: com fatos, pequenos recortes de momentos onde podemos entender o significado da passagem, sem que a protagonista tenha que explicitar as características do personagem ou rasgar elogios ao namorado. Assim, com flashbacks em meio à narrativa presente, vamos entendendo (e construindo) a importância de cada pessoa.

"- Por favor, Mia - implora. - Não me faça escrever uma música."

Este é um livro fofo, mesmo sem ser engraçadinho ou "de fotografia colorida". É sensível, arranca uns sorrisos bobos e deixa com um nó na garganta. Há um relógio que, às vezes, grita e me deixou apreensiva, ao mesmo tempo em que eu só queria abraçar o livro por ser tão simples e tocante. Além de querer abraçar a própria Mia, por conta do dilema que ela estava enfrentando e eu a entenderia em qualquer decisão. Ah, não posso me esquecer dos personagens que enchem cada página com amor e são protagonistas na vida da garota.

Definitivamente, não é um livro que vai te fazer chorar rios (talvez só umas poucas lágrimas), mas é aquele pra se ter carinho ao vê-lo na estante. Também não é o pra ler cheio de expectativas, pois ele tem ambiente e espaço bem limitados, não traz explicações do que ela está vivendo, as coisas simplesmente são e ela, tanto quanto nós, não faz a menor ideia de como ou por que tem a chance de escolher. Algumas vezes a autora traz fatos de forma crua que podem assustar, como quando ela vê pedaços do cérebro do seu pai na estrada, mas tudo tem um motivo e "algo a dizer". Leiam sabendo que é algo singelo, mas muito íntimo e comovente.

"Só acho que funerais são como a própria morte. Você pode ter os seus desejos e planos, mas, no final das contas, nada está sob seu controle."

Para finalizar, deixo vocês com o trailer do filme (que eu ainda não assisti #chora) que dá sinais de que posso chorar tudo que não chorei no livro. Acredito que literatura + cinema vão casar perfeitamente neste caso, um complementando o outro. E, claro, a trilha sonora com Say Something dispensa comentários ♥

Mentirosos - E. Lockhart

"Emocionante, bonito e devastadoramente inteligente, Mentirosos é absolutamente inesquecível." - John Green. Faço das palavras de John Green as minhas. Esse livro, da mesma autora de O Histórico Infame de Frankie Landau-banks, é brilhante.

A primeira coisa pra a ser dita sobre esse livro é: a sinopse vai ser bem, bem, bem não-objetiva, porque entrar de cabeça no livro sem saber nada do que acontece nele é imprescindível. Antes que você jogue o nome do livro no Google e saia procurando mais informações, não faça isso! Você pode se deparar com spoilers nada agradáveis que podem estragar totalmente a sua leitura. Mas sem mais delongas, vamos à sinopse.

Os Sinclair passam as férias de verão todo ano na ilha particular da família. É nessa ilha que Johnny, Cadence, Mirren (os três são primos) e Gat (amigo de Johnny) se conhecem, ainda pequenos, e mantém uma amizade duradoura por anos a fio, sempre se reencontrando na ilha no verão. Entretanto, nas férias de 15 anos de Cadence, um acidente rodeado de mistérios acontece. Nos dois anos que se seguem, Cadence tenta se recuperar e se libertar de toda a depressão e dores de cabeça que se instauram na sua nova vida. É então que ela decide, nas férias de verão, retornar à ilha da família, e descobrir definitivamente o que aconteceu.

Esse livro é fenomenal. Não tem como explicar direito, é um impacto que te atinge por inteiro. As descrições dos sintomas de Cadence e tentar desvendar a história com ela foram coisas deliciosas. Pude sentir em mim o que Cadence sentia, tamanha era a acuidade com que a autora escolhia as palavras e descrevia os sentimentos. Num ritmo de leitura que te prende e não te deixa largar o livro por nada, vamos acompanhando aos poucos a história se desenrolando, com narrações intercaladas de pequenas fábulas (com princesas, reis, reinos distantes, etc, que não tomam mais do que uma página). São notáveis as pinceladas poéticas que a autora dá durante os fatos, deixa o livro muitíssimo mais profundo, além de dar uma beleza e elegância à história.

Os pontos negativos são poucos, mas existem. O livro é fino, os capítulos pequenos e as coisas acontecem de forma bem rápida, impossibilitando que algumas coisas sejam discutidas tão a fundo e nós apenas vejamos algumas noções sobre o assunto. Achei que a visão política da autora ficou bem explícita e em momentos que não eram muito propícios (por exemplo discutir o patriarcado em um determinado momento), mas isso não impediu que a leitura fosse boa. Apenas achei desnecessário ela deixar isso dessa forma na obra e, embora não tenha exatamente a mesma visão política da autora, me agradou ler o livro. O final não foi dos mais imprevisíveis, mas ainda assim chocou.

O livro é adolescente e não tem nada de cenas hot ou qualquer coisa assim. É bastante poético, discute algumas ideias da sociedade e é bem legal. Tem romance, tem mistério, tem de tudo um pouco, então vale a pena ler! Se jogue e lembre-se: não procure nada sobre ele no Google.

Escola Noturna - C. J. Daugherty

As atividades da Escola Noturna são TODAS secretas. Qualquer integrante que for descoberto divulgando detalhes destas atividades será severamente punido.


Alyson Sheridan é uma adolescente londrina de 16 anos que não fica longe de encrenca desde a misteriosa fuga de casa do irmão. Após ter sido presa duas vezes, Allie é capturada novamente pela polícia depois de pichar a escola e ser pega numa frustrada tentativa de escape, na qual teve um ataque claustrofóbico ao esconder-se num armário. Cansados dos ataques de vandalismo em que a garota se metia, seus pais resolvem mandá-la para um internato no interior da Inglaterra, a Academia Cimmeria. O local era uma enorme mansão gótica feita de tijolos vermelhos e dotada de três andares e que parecia ter saído de um filme de época. À primeira vista, a mansão parecia-lhe terrivelmente assustadora, mas a garota relaxa ao ser tão cordialmente recebida pela diretora, a jovem Isabelle le Fanult, e apresentada ao seu novo lar.

Logo nas primeiras horas na Cimmeria, Allie conhece alguns alunos: Jules, a monitora da sua turma, um garoto francês com aparência de modelo e um sotaque encantador, Katie, candidata a futura arqui-inimiga de Allie, Jo sua futura melhor amiga e Carter, o famoso galinha e bad boy da escola e, diga-se de passagem, outro pedaço de mau caminho. Embora a escola e os alunos estivessem se tornando aceitáveis e parte de sua vida, a adolescente ainda tinha muitas dúvidas e curiosidades sobre a Cimmeria. Dentre elas, como seus pais tomaram conhecimento do lugar, uma vez que nunca falaram do mesmo e a grande maioria dos que estudavam lá eram muito ricos e muitos alunos ingressavam na Academia por gerações. Uma mínima porcentagem era bolsista e ganhavam a vaga por motivos “especiais”.

Mas e quanto a Allie? Como e por que estava tendo essa oportunidade se seus pais eram simples funcionários públicos? Ela não sabia.

Muitas questões a deixavam confusa. Principalmente a intrigante Escola Noturna citada em seu livro de regras. Ninguém lhe contava nada sobre as atividades e muito menos sobre quem fazia parte ou não. Mesmo sabendo que seus amigos guardavam segredos, somente após um terrível assassinato durante o baile de verão, é que Allie resolve descobrir o que é, de fato, a Academia Cimmeria, quem é o assassino e por que motivos todos a consideram uma grande ameaça. Será que o desaparecimento de seu irmão tem alguma ligação com a escola? Seus pais pretendiam mandar os dois para Cimmeria e por isso fugiu? Eram tantas perguntas e ela decidiu procurar as respostas.

A polícia de Londres não teria como recomendar essa escola porque nunca ouviram falar dela. Então seus pais mentiram.
Tem razão, não sei que sou.
Então precisa descobrir. E precisa resolver em quem vai confiar.

Escola Noturna é o primeiro volume de uma trilogia com clima de suspense e uma narrativa extremamente agradável. A dúvida sobre ser ou não sobrenatural paira sobre as páginas e só descobrimos no decorrer da leitura. É um livro com reviravoltas, drama familiar, romance adolescente e, apesar de não ser um thriller, o leitor consegue bancar o investigador e tentar decifrar os enigmas que a autora distribuiu discretamente na história. Só digo uma coisa: as aparências enganam. Hehehehe... Algumas personagens chegam a surpreender.

Inicialmente o que me chamou atenção foi o título, não a sinopse em si. No entanto, gostei bastante da leitura e gostaria muito que o segundo volume não demorasse a sair. A escrita da autora é bem simples, os diálogos muitos naturais e com linguagem informal, o que nos dá mais familiaridade com a atmosfera escolar e com a realidade, já que ninguém conversa “de boa” falando como se estivesse escrevendo um artigo científico, hum? Digo isso porque alguns autores esquecem que a personagem tem... sei lá... 16,17 anos e os diálogos dos anos 2000 parecendo de 1920. Vamos combinar, né? Ainda bem que não é o caso deste livro.

A leitura flui bastante e se você dispuser de tempo, dá pra ler num dia. Então, não quebre as regras e espero que seja (ou não) aceito na Escola Noturna. 

Boa sorte!

Névoa - Kathryn James

Um livro em que os contos de fadas não são tão bonitinhos como conhecemos...

Nell mora perto do bosque, aquele que tem a misteriosa névoa, e estuda com um rapaz que todos os dias sai e volta para lá. Ela é aquele tipo de garota que precisa saber como tudo funciona, e ela queria mesmo entender de onde e para onde ia aquele misterioso rapaz. Sabia, porém, que não poderia atravessar a névoa, pois havia histórias assustadoras sobre garotas que desapareceram para sempre, ou garotas que entraram na névoa e, quando saíram, perderam a juventude de um dia para o outro.

Ou a pobre Milly Suggs, que foi colher violetas. Na tarde seguinte ela voltou cambaleando, com os cabelos brancos como a neve, as costas arqueadas, a cesta de violetas transformada em pó: uma velhinha. Sua vida se foi da noite para o dia.

Infelizmente a irmã mais velha de Nell, Gwen, tem a brilhante (e suicida) ideia de comemorar seu aniversário no bosque, bem perto da névoa. Bem típico daquela jovem que tinha a escola aos seus pés, completamente diferente da irmã mais nova. E é claro que Gwen desaparece na névoa, e apenas Nell pode salvá-la, pois só ela descobriu uma maneira de atravessar a névoa.

Eu gosto de contos de fadas, e é legal ver um romance sem tanta sensualidade (Nell tem 13 anos e o rapaz misterioso, Evan, 14). Porém, confesso, não senti tanta emoção no livro. O livro é meio monótono, daquele jeito que eu poderia resumir em uma página o que acontece até a metade do livro. Não gostei muito disso, e eu acabei largando o livro por uma semana inteira, sem a mínima curiosidade com o que poderia acontecer no final. Felizmente, da metade para o final, o livro ficou melhor, mais misterioso, e pediu por mais curiosidade. Aí, então, eu consegui terminá-lo com gosto.

Um ponto positivo foi que gostei da Nell, afinal ela é uma adolescente bem determinada e corajosa. Percebia coisas que ninguém mais percebia, fazia o que era preciso e era esperta em situações que o pediam. Bem diferente de mocinhas que apenas seguiam o seu destino, sem grandes papeis para mudar alguma situação. Nell foi forte, mesmo quando a situação exigia mais dela. E também havia Evan, um elfo muito doce, tenho que dizer. Ele sabia do papel que tinha de cumprir, mesmo assim estava com Nell.

O livro, mesmo com mais de 300 páginas, é bem curtinho. Sério. O tamanho do livro é menor do que os livros comuns, há um generoso espaço entre as linhas e as letras são grandes. Por isso em três horas eu já havia chegado na metade do livro. Estou dizendo isso para quem quiser lê-lo, não ficar desanimado com a monotonia no começo do livro: passa rápido. A história é de uma leitura rápida, o que pode ser bem agradável.

Estranha Perfeição - Abbi Glines

Sabe o Woods, aquele cara que parecia ser o candidato a vilão em Paixão sem Limites, mas acabou totalmente descaracterizado no desenrolar da história? Pois bem, ele tem um coração muito bonzinho e ganhou sua própria história de amor (e sexo, ou só isso). Tudo começa quando Della precisa abastecer o carro e ela não sabe como fazer isso (*pausa dramática, cai o queixo e... não... NÃO*), mas um estranho acaba aparecendo e ajudando. Bem, esse cara é ninguém menos que Woods, filho do dono do Country Club da cidade Rosemary Beach. O negócio esquenta e eles fazem o quê? Isso mesmo! A garota, sozinha, que parou na cidade por acaso (que nem era seu destino), sai com um cara que ela nunca viu na vida e nem sabe o nome! Não, não é problema com a preservação da ppk, é o risco que isso representa - sério, meu lado de "preze pela segurança" gritou neste momento, porque não é a mesma coisa que você ir numa balada e ficar com um cara lá, é você entrar no carro de um desconhecido, no meio do nada e ainda ficar bêbada. GENTE o.O A sorte dela é que se trata de Woods, mas não que ela saiba quem é ou que esse é o nome dele, né?

Algum tempo depois, uns problemas acontecem na cidade em que ela estava e, com a ajuda de um amigo, acha um lugar para ficar AND um trabalho. Onde é esse trabalho? Sim, no Country Club, o lugar que sempre tem uma vaguinha disponível. Acontece que: Woods é quem administra o tal clube e não é como se eles quisessem ficar se esbarrando por aí - mesmo que a atração entre eles seja inevitável. Esse, definitivamente, não é o melhor momento para Woods se envolver com alguém, visto que, para alcançar seus objetivos, ele terá que ceder às chantagens do pai e Della, por sua vez, tem seus próprios fantasmas para lidar.


É bem complicado falar deste livro, porque não há muito de novo aqui que eu não tenha comentado nas resenhas dos outros livros da autora (Paixão sem limites e Tentação sem limites). Os personagens mudam, mas a sensação da leitura é praticamente a mesma: a autora escreve de forma que me fez devorar o livro, tornando-o ótimo para curar minha ressaca literária, mas muitas coisas que acontecem me fizeram revirar os olhos tantas vezes que

Vamos pular a parte já comentada sem juízo da Della e vamos falar do Woods. Ele estava decidido a não ceder às vontades do pai e já nem cogitava o casamento arranjado (oi, século XVII) com a não-sei-se-é-mesquinha-ou-também-é-vítima Angelica. Mas aí a garota de uma noite que ele não parava de pensar surge na cidade (no seu clube, pra ser mais exata) e o que ele faz? Nossa, tudo que eu precisava, agora posso ficar com ela, ser feliz, talvez me apaixonar e ser um cara normal. NÃO. Ele corre pra outra (???). Não sei se houve uma descaracterização do Woods ou o quê, mas a forma que ele agiu quando a Blaire surgiu em Rosemary Beach foi totalmente diferente de quando a Della apareceu. Nas primeiras páginas de Paixão sem limites a impressão que dá é que ele seria um vilãozinho empata-foda do até-então-não-casal #Rushaire, mas essa hipótese some totalmente depois sem nenhuma explicação e tudo bem. E aqui temos o carinha indeciso, apaixonado e incapaz de controlar seus hormônios que eu não tinha visto até então (não a versão apaixonada, pelo menos).

Por outro lado, Della não é do tipo que fica fazendo doce - ela senta no colo dos amigos da sua nova amiga, se envolve com o chefe, transa quando dá vontade e essas coisas. Aí você já pode pensar que que ela é muito bem decidida, insensível e segura, mas não. Ela guarda dentro de si todas as inseguranças de uma garota-quase-mulher normal e não está livre de se apaixonar, coisa que obviamente acontece. Ela é bem independente, mas tem seus traumas que a paralisam e a deixam vulnerável (e totalmente digna de cuidados do bonitão). Sei lá, eu não reclamaria nem fugiria. Mas, óbvio, não teria tanta paciência para esperar o cara decidir se quer ser administrador de um clube e casar com outra ou ficar comigo e ter que trabalhar em algum lugar que não seja do seu papai. TIPO, se o cara fica em dúvida, alguma coisa já está bem errada, né?

Sexo. Sexo everywhere. É isso que você encontra aqui e, entre uma cena e outra de drama/romance/curtição, é isso que acontece. Sinceramente, não achei tão interessante quando as cenas de Blaire e Rush (e olha que já não achava lá essas coisas) e acabaram ficando cansativas. O livro já é pequeno, vamos utilizar melhor os espaços, né, galere. Senti que elas perderam um pouco o propósito e acabou naquele sexo por sexo, sabe?

Enfim, é inegável que Abbi Glines faz você devorar o livro em algumas horas, total mérito dela - seja pelo enredo fácil ou pelos fatos que se desenrolam de forma rápida, mas não é o tipo de livro que me fez pensar quando acabei a leitura ou acrescentou algo. É entretenimento e absolutamente nada além disso. Só uma sensação de que poderia ser melhor, bem melhor.