[Resenha + Promo] Amnésia - Jennifer Rush

Quando você não pode confiar em suas lembranças, em quem acreditar? A vida de Anna está cercada de segredos. Seu pai trabalha para a Agência e lidera um projeto confidencial: monitorar e coordenar o tratamento de quatro rapazes alterados geneticamente, que vivem no laboratório localizado no porão de sua casa. Nick é formal e taciturno, Cas é alegre e brincalhão, Trev é inteligente e carinhoso, e Sam é o dono do coração de Anna. Por algum motivo, eles perderam a memória e não se lembram de fatos fundamentais que viveram.
Quando a Agência decide que é hora de levá-los, Sam organiza uma fuga, e o pai de Anna a instiga ir com eles. Diante desse estranho acontecimento, e do pedido dele ao jovem para que mantenha a filha longe da organização a qualquer custo, ela começa a questionar tudo o que achava saber sobre si e logo descobre que ela e Sam estão conectados de uma maneira que jamais poderiam imaginar. E, se ambos quiserem sobreviver, deverão juntar as peças que reconstituem seu passado antes que a Agência roube deles o que ainda resta de sua vida.
Sinopse retirada do Skoob

Logo no início, encuquei que a autora tinha uma narrativa parecida com a de Maggie Stiefvater - veja bem, ela não é poética como a minha diva, mas tem um quê melancólico, um clima frio e extremamente envolvente. Assim, percebi que essa seria uma ótima leitura, mesmo que a história não me agradasse totalmente. É uma coisa totalmente baseada em sensação, eu gosto de ler livros com esse clima, sabe?

Duas coisas foram incrivelmente incríveis (e maravilhosamente maravilhosas) além da escrita: os personagens e a aventura que envolve toda a história. Sobre o primeiro ponto, posso dizer que é um dos livros que mais me agradou neste aspecto - eles são extremamente bem construídos, todos têm razão de ser de um jeito e de outro e são únicos; a autora trabalha cada um de forma que suas características fiquem claras e naturais, eles não são personagens genéricos ou generalizados, entende? É possível imaginá-los como pessoas de verdade e não alguém X que tem só um nome na história. Eles têm nome, sobrenome, manias, feições... A aventura é o que mantém o ritmo do livro constante, impossível de largar: eles estão em constante fuga e a sensação que eu tinha é que estavam sempre sendo observados, o que me me deixou muito apreensiva, porque sabia que qualquer passo em falso poderia ser mortal. Não faltam reviravoltas: quando você acha que desvendou toda Agência, chega um novo fato - e eu não parei de me surpreender. Algumas vezes tive que me lembrar de que eles eram geneticamente modificados, porque algumas ações eram improváveis para garotos jovens como eles (o que me lembrou de Day e June de Legend ♥). Nessa aventura, acabei seguindo pistas junto do grupo e essas coisas somadas à escrita incrível da autora resultaram em uma leitura fantástica. 

Algumas vezes leio livros que me prendem do início ao fim, me deixam ansiosa pelas próximas páginas, me fazem chorar, mas poucos me deixam envolvidas afetivamente com os personagens - Amnésia é um dos poucos livros que me deixou com saudade de tudo ao fechar. Eu fui parte daquilo, sabe?

Se formos analisar no geral (enredo, argumento, base) Amnésia deixa um pouco a desejar, eu diria que é um pouco superficial em se tratando de um sci-fi. Ele não aprofunda tanto quanto outros livros do gênero e eu até esperava um pouco mais de informações - ou informações mais consistentes, mas a autora mantém num nível seguro; sem ousar muito, mas sem deixar o leitor no escuro. Ele é claramente mais indicado para o público juvenil que, sem dúvidas, vai viver uma aventura e tanto com esse grupo. De qualquer forma, Amnésia comprova minha teoria que um livro não precisa ser perfeito para ser favorito. 

Links: Saraiva |  Skoob
Sorteio do livro
Em parceria com a Gutenberg, vamos sortear um exemplar do livro. Para participar, preencha o rafflecopter abaixo e boa sorte ;)

Informações:
- É necessário ter endereço de entrega no Brasil;
- Perfis fakes ou exclusivos para divulgações de promoções serão desclassificados;
- A primeira entrada é livre, mas caso queira mais chances, poderá seguir as opções extras (e cumprir!);
- O vencedor terá 72 horas para responder o email de contato, caso não o faça, um novo sorteio será realizado nos mesmos termos.

Mini-Opniões: Manual do Mimimi - Lia Bock

Mini-Opiniões é uma coluna original do blog português Estante de Livros, adaptada aqui para o blog.

Este pequeno livro (ou manual) escrito de forma extremamente bem humorada me arrancou boas risadas – e por que não dizer gargalhadas? Lia utiliza de uma abordagem super íntima com o leitor, como se fossem melhores amigos há anos (pelo menos me senti assim). Sua linguagem contemporânea é direta, curta e repleta de verdades que, com as quais, a maioria de nós (meros mortais passivos de sofrer/viver por amor) nos familiarizamos e, sem dúvida, já vivenciamos (ou, no caso dos mais novos, vão vivenciar). O Manual do Mimimi pode ser lido tanto por mulheres quanto por homens. Nesse caso, para os homens que querem desvendar certos pensamentos femininos, ou receber dicas de como não ser um completo cafajeste/paspalho/idiota/bobão/arrogante/tapado e etc. São 111 páginas muito bem-humoradas e/ou com crônicas reflexivas sobre relacionamento e autoconhecimento. Não, não é um livro de autoajuda (quem dera os auto ajudas fossem todos assim, leria uns mil). As ilustrações são lindas, a diagramação inteira é cor de rosa, o formato do livro é diferente (as bordas onde se manuseia são arredondadas) e os capítulos são dispostos no índice em forma de tabuleiro. Ou seja, tem como não amar? Recomendado para +18, pois em alguns textos há linguagem um pouco mais ousada/pesada, mas nada que ninguém não tenha ouvido/lido na vida. Porém/todavia/entretanto... preciso alertar à todos, né? Vai que você decide comprar o livro (ou dá-lo de presente) e acaba encontrando alguns "pins" e toma um baita susto (ou a pessoa para quem você deu o bendito). Hahahaha Bem, adorei este livrinho onde até nos agradecimentos eu ri. Hahahaha  E super recomendo para as "mulherzinhas" de plantão.

Um “vem cá, minha nega” por mês para cada ser do sexo feminino
e poderíamos decretar o fim do mimimi. Imagina só?

A Marca de Atena - Rick Riordan

Quanto mais perto do berço de deuses e monstros, mais perigoso e imprevisível fica...

Tudo o que Annabeth queria era chegar ao Acampamento Júpiter em paz, firmar alianças e rever seu namorado, além de trazer a união entre os dois acampamentos inimigos para que juntos pudessem ir até à Grécia e derrubar Gaia juntos. É claro que tudo dá tremendamente errado.

“Leo se levantou. Ele se virou para Annabeth, e seu sorriso mudou. Aconteceu tão rápido que Annabeth pensou que fosse sua imaginação, mas por um breve momento pareceu que outra pessoa estava ali parada no lugar de Leo, sorrindo friamente, com uma luz cruel nos olhos. Então Annabeth piscou, e Leo era o Leo de sempre, com seu habitual sorriso travesso."

Um ataque inesperado ao Acampamento leva os Romanos a quererem iniciar uma guerra, e todos os Sete da profecia não têm escolha a não ser fugir apressados para uma nova missão: Ir até Roma, encontrar a Marca de Atena, resgatar Nico e impedir que a cidade seja completamente destruída. Se eles não morrerem nas mãos dos semideuses romanos ou dos monstros pelo caminho, é claro. Como se já não tivessem os seus próprios problemas internos...

“Os outros também deviam sentir o mesmo. A tensão no refeitório era como uma tempestade elétrica se formando, o que era totalmente possível, considerando-se os poderes de Percy e de Jason. Em um momento de constrangimento, os dois tentaram sentar-se na mesma cadeira à cabeceira da mesa. Faíscas literalmente voaram das mãos de Jason. Depois de um breve impasse silencioso, como se ambos estivessem pensando Fala sério, cara?, eles cederam a cadeira para Annabeth e sentaram-se em lados opostos da mesa."

Como sempre Rick Riordan nos deixa novas profecias, mistérios sem solução, fugas desesperadas, e tudo dentro de um prazo curto.Dessa vez com uma disputa de liderança (como não ocorrer com dois “líderes” de dois acampamentos diferentes?) e o início de um triângulo amoroso. Não gostei da última parte, não sou muita chegada em triângulos. Felizmente não fica muito evidente, há outras coisas no livros com as quais se preocupar.

Acho que quem já conhece ambas as séries sabe que é um livro bem movimentado, sem pausa para refletir ou tentar entender os mistérios deixados ao longo do livro, apenas compreensíveis, é claro, no final. Toda a história é narrada por Annabeth, Leo, Piper e Percy, separados por capítulos. Achei os capítulos de Leo e Percy mais engraçados, por eles terem aquele jeito peculiar deles. Equilibrando com a seriedade da narração de Annabeth e Piper.

É ótimo entrar novamente no mundo de Percy Jackson (para mim ele vai ser sempre o principal da história, não tem jeito. E sim, eu também gosto do Jason) e em todas as desavenças do Olimpo. Gostei de parte do livro se passar em Roma (não, não vou falar mais) e também da pequena aparição do semideus mais famoso de todos os tempos (rá!, vocês não perdem por esperar). E para quem acha que a série pode cansar ou se fazer largar, Rick nos traz um final que torna impossível a série ser deixada de lado. Ou esquecida.

Sentimentos de Esther


Esse aqui não é um post da Semana Esther, é um post tardio. Não é uma resenha, tampouco, e ainda não sei se me decidi sobre o que esse post vai ser. Eu sei apenas que: eu preciso escrever sobre o que senti ao ler A Estrela Que Nunca Vai Se Apagar, porque tem  muita coisa presa no meu peito e escrever é um dos jeitos que eu uso para meio que... me livrar de alguns sentimentos. De vez em quando, gosto de pensar que um papel e uma caneta (ou, nesse caso, uma tela branca e um teclado) são a minha penseira (um objeto mágico de Harry Potter que serve, grosso modo, para guardar memórias quando sua cabeça está cheia) no mundo real. Aqui eu deposito as minhas sensações, emoções, comentários, profundas reflexões sobre tudo o que eu leio, vivo e respiro. É por isso que eu decidi fazer esse post. Não esperem nada MUITO articulado, porque ele é basicamente isso mesmo: um punhado de emoções jogadas no meio de um texto, que estão aqui com caras diferentes das que eu realmente senti. Porque o jeito com o qual eu senti esse livro foi inimaginavelmente profundo. Não necessariamente triste, não necessariamente lamurioso. Mas muito profundo!

Então, nesses dias, eu finalmente tomei coragem e enfrentei o livro de frente. Eu sabia que a história era pesada, e continha os relatos da vida de uma adolescente que teve a temida doença do C - câncer! Oi, vó, eu falei o nome da doença-que-não-deve-ser-nomeada! - e que o final dela foi, como todos sabem, a morte em 2010. Eu tinha uma ideia até que bem grande da vida da Esther, porque me lembro bem de quando eu descobri esse mundo novo da nerdfighteria e me falaram de quem ela tinha sido e me mandaram links com os vídeos dela e os do John. Infelizmente, Esther já havia falecido quando eu descobri quem era o John e quem eram os nerdfighters.

Quando comecei a leitura, me senti até que muito bem. A introdução do John Green é bastante triste, mas logo depois a história de uma garotinha forte, feliz, meio travessa e muito linda começa a se delinear nas páginas, que fluem com pensamentos e fotos da Esther. Desde antes do diagnóstico, percebia-se que Esther era uma menina diferente. Mas não diferente porque ela fosse "anormal" ou porque ela era um ser inatingível e insuperável, mas diferente como qualquer outra criança fã de Harry Potter, de outros tipos de livros e com uma imaginação muito fértil (o que foi? Nem vem. É difícil achar crianças com tanto gosto por leitura hoje em dia, viu?).

Conforme a leitura foi progredindo, eu me sentia como quando estamos em um funeral de uma pessoa muito próxima. Quem já passou por isso, sabe do que eu vou falar agora: enquanto nós estamos ali do lado do caixão, velando, a dor é muito grande, mas parece que a ficha ainda não caiu. Quando, finalmente, saímos do enterro, voltamos pra casa e percebemos que a pessoa se foi é que a dor vem mais forte, mais sentida. A ficha cai. Foi exatamente assim: enquanto lia as cartinhas e bilhetes e transcrições de vídeo e postagens da Esther, a ficha ainda não tinha caído. Entretanto, próximo do fim iminente do livro e, consequentemente, da vida da Esther, fui me sentindo cada vez mais preenchido de um misto de tristeza e fascínio. E quando, por fim, li o relato do pai de Esther sobre sua morte, parece que me dei conta: aquela menina foi real. Existiu de verdade, e morreu de forma dolorosa e verdadeira.

Eu sei que a gente não deve ficar exaltando a dor da Esther e a tomar como exemplo apenas pelo câncer, porque não foi o câncer que definiu quem ela foi. Foi ela mesma! Ela mesma foi diferente, ela mesma lutou para diminuir a ruindade que existe no mundo. E nada disso (talvez uma parte ínfima) foi por causa do câncer. Entretanto, não tem como não ler sobre o sofrimento de uma inocente e ficar indiferente. Por isso, nesse momento, engoli fundo, senti o nó na garganta, senti a vista embaçar, mas tentei me segurar ao máximo pra não chorar. É claro que se deve chorar em funerais, mas isso é uma grande comemoração pela vida de Esther. Não um funeral. E percebam só, bem aqui, esses sentimentos conflitantes EVERYWHERE. Já nem sabia bem o que estava sentindo. Só sabia que doía em alguns lugares bem dentro de mim.

Foi assim que me lembrei da aula de Literatura Brasileira que tive de manhã, e como estou estudando o Modernismo, falávamos de Manuel Bandeira. E o que é que Manuel Bandeira tem a ver com a Esther?, você me pergunta. E agora, vou dar uma de tio chato e fazer um recorte na história do Bandeira, que foi o que me fez lembrar da Esther (se você já souber a história do Bandeira, tá permitido pular o próximo parágrafo).

Manuel Bandeira era um jovem que nasceu em 1886 e foi muito feliz durante toda a sua infância. Corria, pulava, brincava e era muito parecido com qualquer outra criança (de 1886, cof cof). Ele nasceu em Recife, mas mudou pro Rio de  Janeiro e depois pra Santos e aí, depois de um vai-e-vem maluco, finalmente ele vem para São Paulo para estudar na Escola Politécnica com 17 anos, para então realizar o sonho de ser Arquiteto. Entretanto, no final de seus 17 anos, Manuel Bandeira recebe uma terrível notícia: tem tuberculose, e como ele mesmo diz, "O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado./- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?/- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino." Os médicos desenganam Bandeira para seus pais, e disseram que o, até então, menino, não iria durar mais do que alguns meses. Manuel, então, profundamente traumatizado por viver com a constante sombra da morte em cima de si, começa a escrever os seus primeiros poemas. Ele escreve, escreve, escreve, escreve, e só viria a publicar seu primeiro livro de poemas em 1917, com 31 anos, chamado "A Cinza das Horas". Nesse livro, os poemas são basicamente sobre a agonia de conviver com a morte, classificados como penumbristas. O livro reúne poemas desde quando ele tinha 17 anos. A história depois disso não é exatamente o que me fez lembrar da Esther, mas esse recorte temporal em específico.

Assim como Esther, Bandeira também passou por momentos desesperadores, de dor e da vista da morte desde cedo em sua vida. Ele tem poemas profundíssimos sobre isso, e enquanto meu professor declamava alguns deles, pude sentir que, se Esther tivesse ouvido Bandeira, talvez se identificasse profundamente com o que ele escreveu. Só pela ocasião, deixo aqui um poema do Bandeira do livro A Cinza das Horas:

Inscrição
Aqui, sob esta pedra, onde o orvalho roreja,
Repousa, embalsamado em óleos vegetais,
O alvo corpo de quem, como uma ave que adeja,
Dançava, descuidosa, e hoje não dança mais...

Quem não a viu é bem provável que não veja
Outro conjunto igual de partes naturais.
Os véus tinham-lhe ciúme. Outras, tinham-lhe inveja.
E ao fitá-la os varões tinham pasmos sensuais.

A morte a surpreendeu um dia que sonhava,
Ao pôr do sol, desceu entre sombras fiéis
À terra, sobre a qual tão de leve pesava...

Eram as suas mãos mais lindas sem anéis...
Tinha os olhos azuis.... Era loura e dançava....
Seu destino foi curto e bom...
                                                        - Não a choreis."
(BANDEIRA, Manuel. In: A Cinza das Horas, 1917.) 

Enfim, chega de matraquear em cima de uma coisa  muito nada a ver. Sempre tive muito medo de falar da Esther, porque parecia que tudo o que eu tentava dizer era errado, não era exatamente o jeito com o qual a sua vida deveria ser encarado, era diminuição, era uma infinidade de coisas que minha cabeça criou para que eu não falasse sobre ela. Entretanto, agora, depois de ter lido AEQNVSA, posso dizer que compreendi a  história dela de um jeito muito maior, e fico muito feliz com isso. O livro me mudou demais, e me fez perceber coisas incríveis, além de me fazer agradecer pela minha vida muito mais vezes do que eu já costumava fazer.

[vídeo] Uma Razão para Respirar - Rebecca Donovan

As expectativas eram altas e a decepção foi grande! Confiram minha opinião do livro Uma Razão para Respirar da autora Rebecca Donovan:

Quero Ser Seu - Bella Andre


"Será que Vick tinha alguma ideia de como ficava bonita quando corava assim? A combinação perfeita de sensualidade e timidez. Era exatamente o tipo de expressão que deixava um cara pronto para provocar e ajudá-la a perder a timidez na cama, embaixo dele gritando seu nome."


Esta foi minha segunda experiência com a Bella André e, felizmente, não me deixou com aquela vontade de ‘abandonar o navio’ (apesar de não termos um super enredo aí). Neste livro, temos como irmão em foco o astro do beisebol Ryan Sullivan.

Ryan e sua grande amiga Vick não se veem desde muito tempo, mas a amizade entre eles jamais deixou de existir. Mesmo quando ela casou-se e mudou para o outro lado do oceano com o marido. Ambos artistas plásticos (sendo ele um cara renomado no meio artístico e ela um talento em ascensão em busca de reconhecimento), foram aventurar-se pela Europa – ela em busca de tornar seus trabalhos mundialmente conhecidos. Os problemas começaram quando seu marido resolveu assumir o papel de mentor (que jamais fora ele quem a iniciou na arte) e a relação começou a ir de mal a pior e logo veio o divórcio.

Para livrar-se das más línguas midiáticas e dos rumores de que ela o usou como degrau para subir algumas posições entre os ‘bambambans’ e acabar por arruinar o casamento, ela decide voltar para São Francisco e lutar por uma bolsa. No entanto, Vick tem seus encantos e estes acabam despertando o interesse de um dos jurados da comissão da banca avaliadora. Ao se ver em maus lençóis com o cara, liga desesperada para Ryan e, após anos os dois se reencontram e ela faz Ryan se passar por seu novo namorado.

Bem, Quero Ser Seu é um livro com um leve erotismo, ao contrário do livro anterior da série, e bem água com açúcar. A paixão entre os protagonistas foi nutrida desde a adolescência e é daquelas que todos nós um dia vivemos (o primeiro amor) e, em certos casos, não assumido por achar que era simplesmente platônico. Como com Ryan e Vick. Nenhum deles acreditava que o outro sentia o mesmo e então jamais deixaram transparecer algum sentimento que não fosse amizade. Com maturidade e experiência, após anos longe um do outro, as coisas tomaram rumos diferentes.

Esta é uma história que fala sobre amor, amizade e lealdade. De persistência, coragem, perseverança. Família. É uma combinação ótima e que nos faz dá algumas risadas, apesar de que as palavras acima deem certa carga dramática ao enredo, mas as pitadas de cada um foram bem leves. Então não esperem um drama profundo e cabeludo. Ao contrário, a história é bem tranquila. Exceto pela pequena parte em que a autora narra sobre assédio. Sabemos que algo polêmico, mas até nisso ela foi sucinta. Ponto dela.

A escrita continua sendo bem fluida, a leitura é bem rápida e sem estancar. Tirei pontos de Vick por querer ser em alguns momentos bobinha demais, ou ‘não, não posso aceitar, não seria certo’. Helloooo! Isso me dá nos nervos. Ryan é sedutor e nos ganha de primeira. Porém, o que quase me mata de rir neste livro foi o plágio descarado (palavras minhas viu? Tô zoando) de Crepúsculo. Como assim? É que Ryan e Vick se conhecem quando ela o salva de um carro desgovernado no estacionamento da escola. Hahahaha. Ryan = Bella Swan e Vick = Edward Cullen. Não tive como não lembrar. Hahahaha

No mais, foi uma leitura bacana. Cenas quentes, mas sem firulas e palavras exageradamente vulgares. O que gostei bastante. Achei que autora deu umas enroladas básicas nesta sequência, mas dá para aguentar. Se quiser ler a resenha do livro anterior, clique AQUI.

Nota: Apesar de este ser o sexto livro da série, todos eles podem ser lidos separadamente, pois as histórias não são continuações, ou seja, livro novo = protagonista (s) novo (s).

PLAYLIST: MÚSICAS INSPIRADAS EM LIVROS - PARTE IV

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DISCO DE VINIL

Oi gente, essa é finalmente a ultima parte da série "Músicas Inspiradas em Livros" aqui do blog. Enfim, sem muito mimimi, vamos ao que interessa:

Pato Fu - A Hora da Estrela:
Baseado no livro A Hora da Estrela da queridissississima Clarice Lispector, um dos livros mais amados da autora. A Hora da Estrela relata a vida pacata de Macabéa e o drama do escritor Rodrigo S.M., que tenta achar algo interessante e diferente na vida da mulher.

Mumford and Sons - Roll Away Your Stone:
A banda vem sendo uma das minhas paixões há um tempinho, agora imaginem a minha alegria ao descobrir que eles têm uma música baseada na obra de William Shakespeare. O álbum de estréia da banda é nomeado Sigh No More, um verso tirado da peça Muito Barulho por Nada. Em Roll Away Your Stone, faixa desse disco, uma das estrofes é retirada diretamente de Macbeth: “stars hide your fires”.

  

Coldplay – Clocks: 
Foi inspirada na obra Willian Tell do dramaturgo alemão Friedrich Schiller (e Willian Tell tambem era um dos grandes 'idolos' de Hitler, que chegou a citar partes da obra em Mein Kampf, legal né? oO).


Poe - Terrible Thought:
Poe é uma cantora e compositora americana, filha do diretor cinematográfico polonês Tad Danielewski e irmã do escritor Mark Z. Danielewski. A cantora fez um álbum todinho inspirado no livro House of Leaves (Casa de Folhas), do seu irmão. O Livro apresenta uma história de terror conturbada e que intriga a mente de quem a lê,... bom, dá pra perceber que as músicas do álbum não são alegres só pela definição do livro (e da pra perceber que essa família têm probleminhas mentais, porque né).



Iron Maiden - Revelations:
A música é baseada na ultima passagem da Bíblia, o Apocalipse (nem precisa explicar a historia né? hahaha, spoiler: no final todo mundo morre D: #cry). A sua introdução: Oh God Of Earth and Altar (…)” é parte de uma oração inglesa escrita por G. K. Chesterton.


E é isso, povo bonito, chegamos ao final de mais uma série. Espero que vocês tenham gostado de verdade da minha ideia, e que tenham curtido os posts. 

PS: A maior coisa que eu aprendi com essa série foi que muitos cantores se baseiam nas obras de Tolkien, porque olha, tive que selecionar direitinho as músicas para as playlists, senão todas seriam baseadas nelas.

Obrigada por todos os comentários deixados! Beijos.

Deixe A Neve Cair - Maureen Johnson, John Green e Lauren Myracle


Essa vai ser uma resenha dupla*! Eu e a Ceile lemos Deixe a Neve Cair e vamos colocar aqui tudo o que achamos.

*Legenda: Opinião do Renato | Opinião da Ceile

Como o livro é constituído por 3 contos, vou separar a resenha por contos, ok? Então vamos em frente!

1. O Expresso Jubileu - Maureen Johnson.
É a história de Jubileu, uma garota que tem pais malucos por uma série de peças de cerâmica colecionáveis, e que na noite de Natal acabam indo presos porque se metem em uma confusão. A garota, então, para não passar a noite de Natal sozinha, vai para a casa da avó de trem, muito brava por deixar o namorado em sua cidade. Entretanto, por causa de uma nevasca, o trem fica preso, e Jubileu vai até uma Waffle House na beira da estrada para jantar. Lá ela encontra Stuart, que a ajuda  a passar bem (ou não) sua noite de Natal.
Não quero contar mais porque senão dá spoilers, mas eu gostei bastante desse conto! O meu preferido de todo o livro, depois de lembrar dos três. A forma como tudo acontece é sensacional, e Jubileu é uma personagem bem legal, assim como Stuart e todo o romance que acontece no conto.
Eu nunca tinha lido Maureen Johnson, mas depois desse conto, é quase obrigatório buscar algo dela (#RessussitaUnderworld). Gostei muito não só da escrita da autora, mas todo o desenvolvimento. É incrível como uma pessoa que nem conhecemos pode se tornar tão próxima de repente (ou por coisas simples). Eu já tive uma experiência de passar a noite na casa de uma família que nunca vi por simplesmente ajudar uma garota que estava passando mal no metrô (o dia em que São Paulo parou x.x) e consigo entender toda essa situação da Jubileu. Claro que há muito mais coisas aqui, afinal é uma noite de Natal e a protagonista acaba tendo um empurrãozinho para encarar algumas coisas/problemas.

2. O Milagre da Torcida de Natal - John Green.
Como uma espécie de conto simultâneo ao anterior, narrando a história das líderes de torcida que estavam no mesmo trem, esse aqui conta a história de JP, Duke e Tobin. JP e Tobin são meninos, e Duke menina. Como os pais de Tobin ficam presos em Boston, os outros dois amigos decidem passar o Natal juntos, e são chamados para a Waffle House para conversarem com as líderes de torcida. É assim que começa uma verdadeira saga contra a nevasca para chegar ao destino final.
Esse conto foi MUITO legal, mas não tão legal quanto o da Maureen. Eu adorei tudo, principalmente tudo o que leva o romance principal a se concretizar, e curto muito histórias assim. John Green faz com que o conto seja leve, engraçado e romântico.
Eu reconheceria a escrita do John Green mesmo que não houvesse o nome do autor aqui. Sério, é tão a cara dele! Além disso, o conto tem todo um clima agitado que me lembrou ~levemente~ Cidades de Papel (bem, ao menos a parte que eles pegam o carro e tal). Não é todo mundo que gosta do "estilo John Green" (e isso não conta A Culpa é das Estrelas), então se você leu O Teorema Katherine e Cidades de Papel e não gostou, não acho que vá curtir este conto - diferente de mim, claro, pois adoro o jeito dele escrever e criar histórias inusitadas. Foi o único conto que me fez rir - tipo, rir mesmo (com as situações bobas e malucas dos personagens). 

3. O Santo Padroeiro dos Porcos - Lauren Myracle.
Esse conto fala de Addie, que acabou de terminar um relacionamento com Jeb. Afundada numa tristeza gigante, Addie acaba contando como tudo aconteceu para suas amigas, mas o que não imagina é que Jeb talvez não seja assim tão culpado.
Bom, esse conto para mim foi o pior. Não gostei nada dele, a leitura foi super travada e achei a Addie uma mimada chata, não consegui gostar dela. O conto pra mim não funcionou.
Fiquei #chocada quando li a opinião do Renato aqui em cima. Como assim ele não gostou? HAHAHA foi um dos contos que eu queria que virasse livro para a autora poder explorar mais o relacionamento de Addie e Jeb. Aqui, ela explorou um ponto legal que tinha mais a ver com o aprendizado e amadurecimento da protagonista do que uma reconciliação da mocinha e do mocinho. Claro que, se virasse livro, meu lado teenager e shipper iria querer saber detalhes do namoro, da traição etc etc. Também não gostei tanto assim da protagonista (ê, concordei em alguma coisa com o Renato!), mas ela tem razão de ser - tipo, se ela não fosse egoísta, mimada, mimimi, não teria sentido o conto. Uma curiosidade: eu já ~tentei~ ler algo da Lauren, mas acabou resultando em um ATL (veja aqui).

Extra:
Este foi o primeiro livro que li em 2014 (metade ano passado, metade esse ano) e o calor estava insuportável. Mas, tipo, INSUPORTÁVEL, sabe? E o livro é todo na neve, ele gira em torno da neve e isso é quase sinônimo de Natal e todo clima natalino nos EUA fica aflorado. Tipo, eu imagino que ler este livro no inverno (mesmo que não seja Natal aqui) faz diferença. Mesmo que eu quase me sentisse congelada com toda descrição, era impossível levar mais a sério com aquele forno que estava (e está) o Brasil. Mesmo assim, foi bom sentir um clima de neve em meio ao verão.

P.S. os contos são todos ligados, por mais que não pareça, e precisam ser lidos na ordem.

3 séries gigantes que valem a pena

Eu sei, eu sei! Ninguém gosta muito de séries de livros gigantescas, certo?

Mas algumas valem a pena! É por isso que eu fiz essa lista: se você, algum dia, decidir que quer ler uma série gigante, certifique-se de que pelo menos ela é boa. Não obedeci nenhum critério (tipo "3 séries de fantasia" ou qualquer coisa assim), meu critério foi: DIVERSÃO.

Tentei, também, fugir das séries convencionais e falar um pouco sobre séries menos conhecidas.

Deltora Quest - Emily Rodda
Essa foi uma das minhas séries favoritas do começo da adolescência, e também me instigou muito o gosto pela leitura. A história fala sobre um reino, Deltora, que é protegido por um cinturão. O cinturão de Deltora é mágico, e possui 7 pedras do poder.
O Senhor das Sombras, um feiticeiro terrível, deseja invadir Deltora, e quando o cinturão de Deltora é rompido e cada pedra é escondida em uma parte do reino, o Senhor das Sombras finalmente triunfa. Cabe a Lief e seu fiel companheiro Barda encontrarem e reunirem as sete pedras mágicas do cinturão, para que a paz volte a reinar.
A primeira série é composta por 8 livros, mas depois existem outras 2 séries que contam a continuação da história. Elas não são necessárias, mas possuem 3 e 4 livros, respectivamente. Aqui no Brasil, saíram todos pela Editora Fundamento. A série é gigantesca, mas vale MUITO a pena. É um prato cheio pra quem gosta de fantasia e aventura!




Desventuras em Série - Lemony Snicket

Eu vivo falando dessa série aqui no blog, mas nunca canso de falar: ela merce ser lida! Ela conta a história de Violet,  Klaus e Sunny, os três irmãos Baudelaire, que perdem os pais em um terrível incêndio em sua casa.
Os três então, como são menores de idade, ficam sob a guarda de um tutor no primeiro livro chamado Conde Olaf, que é o parente mais próximo, vivo, de seus pais. Entretanto, Olaf só está interessado na fortuna dos Baudelaire, e faz de tudo, ao longo de todos os outros 12 livros, para conseguir fazer da vida dos órfãos um inferno.
Esses livros são demais! Mesmo sendo uma história bastante triste, a forma como Snicket conta deixa tudo engraçado de uma  forma um pouco macabra, quase com um humor negro. A série também é gigantesca (13 livros!), mas continua valendo a pena mesmo assim. Só tenho uma observação: não gostei muito do final do último livro. Mas a gente supera!



Série Becky Bloom - Sophie Kinsella
E pra quem é fã de um bom chick-lit, esse é um must-read! Eu também falo sempre dessa série, mas é porque ela é realmente muito boa.
A história da série é sobre a vida de Becky Bloom, uma compradora compulsiva, que acaba se afundando em dívidas e quebrada. Para tentar pagar todas as dívidas e inventando desculpas mirabolantes para fugir dos gerentes de seus bancos, Becky trabalha como jornalista especializada no mercado financeiro (de forma totalmente irônica!).
Além de tudo isso, ela se apaixona por Luke Brandon, o dono da Brandon Communications, que de formas inusitadas, acaba se apaixonando por ela também. A coisa mais engraçada dos livros é acompanhar as desculpas que a Becky dá para os gerentes e também todas as trapalhadas e pensamentos muitíssimos engraçados que Becky compartilha com a gente na narrativa em primeira pessoa. Essa série é uma das melhores que já li, com certeza.

É isso! Espero que vocês tenham gostado das indicações, e se você sentiu falta de alguma série deixe a dica por aqui.

Enfeitiçadas - Jessica Spotswood

Antes do alvorecer do século XX, um trio de irmãs chegará a idade adulta, todas bruxas. Uma delas terá o dom da magia mental e será a bruxa mais poderosa a nascer em muitos séculos: ela terá poder suficiente para mudar o rumo da história, para suscitar o ressurgimento do poder das bruxas ou um segundo Terror. Quando Cate descobre esta profecia no diário de sua mãe, morta há poucos anos, entende que precisa repensar seus planos. Qual será a melhor opção: servir a Irmandade, longe dos olhos vigilantes dos Irmãos Caçadores de Bruxas, aceitar uma proposta de casamento que lhe garanta proteção e segurança ou abandonar tudo e viver um grande amor proibido?
Sinopse retirada do Skoob

Acho que este foi o segundo livro de bruxas que li. O primeiro foi A Falsa Princesa que não foca tanto no tema como Enfeitiçadas, então tinha muitas expectativas para este livro. A começar pela indicação para os leitores que gostaram de A Maldição do Tigre (ai, é uma longa história, mas o que este primeiro - e só o primeiro - livro fez comigo é surreal. Eu amei de uma forma que nem sei explicar). Eu achei que seria um romance arrebatador riquíssimo em detalhes sobre a cultura da época e tudo mais. De fato, esta segunda parte é verdadeira: fui inserida no século IXX e envolvida pela sociedade da época - essa extremamente repressora. Mas aquela mágica toda que eu esperava, não aconteceu. Ok, não fiquei ressentida, é quase impossível sentir aquilo de novo.

Alguma coisa faltou. Não sei precisar o quê, mas falta algo que faça o livro ser irresistível e devorado. O início é lento, apesar de toda riqueza de detalhes e toda a curiosidade de conhecer mais aquilo. O livro carrega uma tensão por conta do governo daquela pequena cidade - qualquer garota pode ser acusada de bruxaria e qualquer deslize pode colocá-las a caminho de Harwood. Eu diria que o clima é de uma distopia - o que é contraditório só por ser passado, mas não deixa de fazer sentido, afinal, uma distopia é uma regressão à militância, ditadura e controle, algo fortemente presente aqui. As mulheres não têm direitos - somente obrigações. A única livraria do local está em vias de falir - os romances ficcionais são proibidos dentre várias outras coisas, tudo para impedir o conhecimento.

A magia está bem presente aqui - desde a primeira página. Gostei bastante dessas partes, princialmente quando envolvia as irmãs de Cate. O romance me deu um friozinho na barriga, é fofo e inocente, mas, apesar de não ser o foco, tem um peso gigante no desenvolvimento do enredo - é meio que decisivo. Ainda não sei o que pensar da protagonista. Ela parece um porre com tudo, mas consigo entender seu senso de responsabilidade com as irmãs (mas mesmo assim, às vezes é um saco. Mas qualquer erro, é fatal, sabe?). 

Todo o clima do livro é legal, mesmo naquelas partes mais lentas. O livro toma fôlego perto do final e tem um encerramento bem surpreendente - claro que a autora quer fazer todo mundo ficar louco pela continuação, né? Eu não estou desejando loucamente (mesmo sendo essa a intenção da autora), mas quero ler. Sou apaixonada pela capa (fala a verdade, ela não é linda? A próxima também está de babar) e gostei muito dos detalhes internos nos inícios dos capítulos. Eu indico a leitura, mas não vale nutrir muitas expectativas. Esteja preparado para uma narrativa mais devagar, com um pano de fundo bem interessante e algumas surpresas, mas só.

P.S. fiquei muito surpresa: acho que este é um dos primeiros livros da Arqueiro que pego e não tem spoiler na sinopse *parabéns*

Elixir - Hilary Duff

Era ele. Ele estava com as mãos no bolso da jaqueta de couro, encostado na parede da catedral, olhando com um ar pensativo para o horizonte sem uma gota de tensão em seu corpo. Era como se ele estivesse esperando um ônibus. Só que ele estava a trinta metros do chão, flutuando em cima do nada. Do nada.


Elixir é o primeiro livro de uma trilogia da famosa atriz e cantora Hilary Duff. Já conhecia de nome, mas nunca havia me interessado anteriormente por ele. Depois do lançamento dos outros dois volumes, a Editora iD fez um box incrível e, pela primeira vez, meus olhos brilharam ao ler os títulos. Mesmo assim, não busquei por qualquer informação extra, exceto pela sinopse e resolvi arriscar a leitura. Fico muito contente em poder dizer-lhes que Hilary surpreendeu-me com sua escrita e com um enredo cativante.

Clea Raymond está às vésperas de seu 18ª aniversário e tem se refugiado em lugares exóticos desde que assumira um pseudônimo para conseguir um emprego como fotojornalista. A jovem sempre viveu sob a luz dos holofotes – pois seu pai foi um renomado cirurgião e sua mãe é senadora –, mas felizmente não se tornou uma patricinha mimada, nem se aproveitou da fama para ter uma vida badalada de celebridade. Ao contrário, Clea disfruta melhor a vida quando está em total anonimato (prova disso é ter escolhido estudar em casa, ao invés de ir à escola) e ao lado de seus melhores amigos, Rayna e Ben.

Seu pai, Grant, desapareceu no Rio (isso mesmo, você leu certo, no Rio de Janeiro) durante uma missão humanitária da GloboReach – que era uma espécie de ONG – e, após passar anos à sua procura, ela e a mãe decidiram por fazer o funeral mesmo que isso implicasse em enterrar um caixão vazio. A mãe desde então não conseguia falar sobre o assunto e depois de assumir o mandato e o cargo no comitê de Relações Exteriores, a relação entre elas virou um abismo. Clea ignora, na medida do possível, essa distância e tenta deixá-la de lado para não magoá-la, porém o lado positivo dessa estranha relação é a independência e maturidade que ela conquistou.

Além disso, ela também é muito determinada. E essa determinação jamais a permitiu ficar satisfeita com o desaparecimento enigmático do pai. Ao chegar de Paris, Clea vai editar e analisar algumas fotos e percebe que uma pessoa misteriosa e nada familiar está presente em quase todas as fotos da viagem. De início, imagina que seja um guarda-costas contratado pela mãe, mas então considera o fato de que ele pode ser um maníaco-psicopata-assassino e que está atrás dela para sequestrá-la/matá-la ou algo do tipo. Desesperada, prefere pedir ajuda de Ben e não de Rayna, já que a amiga apesar de aceitar de tudo na vida, é praticamente uma desmiolada (no sentido de que pra ela tudo é festa).

Ben, um jovem que, inicialmente, fora contratado pelos pais para proteger e orientar Clea, passou de seu “carrasco” a melhor amigo. Não sendo suficiente ser lindo e atraente, o cara em seus APENAS 20 anos já tem um doutorado, é poliglota e especialista em história e mitologia (apaixonei de vez). E, claro, sabe de tudo um pouco. Ben revela a amiga que o homem de suas fotos vem aparecendo desde que ela era um bebê e que seu pai já sabia disso, o que a deixa intrigada e passa a ser a razão pela qual ela aceita o trabalho que lhe é oferecido para fotografar o carnaval do Rio.

Decidida que o homem tem uma ligação forte com o sumiço de seu pai, Ben e Clea embarcam para o Brasil em busca de respostas. Nessa viagem ela enfim conhece Sage e descobre que a ligação entre eles vem de vidas passadas e que Ben completa um triângulo amoroso que dura séculos. Dividida entre o amor do melhor amigo e de sua alma gêmea, Clea precisa encontrar um equilíbrio e descobrir se o Elixir que o pai acreditava existir foi, de fato, a causa de seu desaparecimento, ou se a violência das favelas foi o que o levou a sucumbir.

Gente, parece que eu contei o livro inteiro, mas acreditem, Hilary é uma pestinha. Essa menina criou uma trama incrível em pouca páginas, com um tema bem delicado que é reencarnação, fala sobre assuntos bárbaros (no bom sentido) e tem um conhecimento absurdo sobre certas coisas. É claro que todo autor que se presa faz uma pesquisa antes de sair escrevendo qualquer coisa, mas ela tem uma simplicidade nas palavras e uma veracidade tão intensa, que eu, uma pessoa altamente crítica e chata quando se trata de livros, simplesmente adorei a história.

Apesar das descrições físicas da personagem não serem as mesmas da autora, só consegui imaginar a própria Hilary. Hahahaha Sério, o livro inteiro parecia que eu estava vendo um filme com ela interpretando a Clea. Hahahaha Ah, embora eu tenha encontrado certa displicência da editora na revisão de alguns livros, este está ótimo, a diagramação também está linda e mesmo os capítulos sendo grandes, fiquei muitíssimo satisfeita no geral. A textura da capa é aveludada e a flor linda que a compõe tem um significado dentro da trama. Claaaro.

Preciso dizer que fiquei LOUCA com o final, não aceito de maneira nenhuma que tenha terminado daquele jeito e PRECISO da continuação. O que significa que vou imediatamente atrás do segundo livro e logo logo trarei a resenha para vocês. Se eu recomendo? Sem dúvida.

Obsessão - Maya Banks

Gabe, Jace e Ash são três dos homens mais ricos e poderosos do país. Eles estão acostumados a conquistar tudo o que querem. Tudo. Para Gabe, tudo significa realizar uma fantasia particular com uma mulher que era um fruto proibido - e que agora está pronta para ser colhida... Quando Gabe Hamilton viu Mia Crestwell entrar no salão na inauguração de seu hotel, sabia que iria para o inferno pelo que tinha planejado. Afinal, Mia é irmã de seu melhor amigo. Contudo, não é mais uma menininha. E Gabe já esperou muito tempo para colocar seus desejos em prática. Gabe já fez parte das fantasias de Mia há muito tempo, desde que era apenas uma adolescente com uma "paixonite" pelo melhor amigo de seu irmão. Mas o que pode acontecer 14 anos depois? Mia sabe que Gabe é como um sonho inalcançável, mas sua atração só fez aumentar ao longo do tempo. Agora ela é adulta, e não há motivo para não agir de acordo com seus desejos mais secretos.
Sinopse retirada do Skoob 

E eu aqui achando que iria devorar este livro, iria me apaixonar pelo casal protagonista e, mesmo sabendo dos absurdos que estas histórias carregam, eu teria um carinho especial por ela. Ledo engano. A leitura se arrastou por dias e eu só pensava "quando vai acabar?".

Tenho total consciência que o problema aqui fui eu: eu não me apeguei aos personagens, além de ficar totalmente impaciente com o enredo repetido. Sim, a semelhança com outro livro bem famoso é tanta que eu fiquei com sono no início. Algo que um erótico nunca deve fazer com a leitora, certo? Gabe me deu preguiça. Como sua proposta aconteceu logo no início, eu não tive tempo de conhecê-lo, me apegar e poder, assim, superar o fato dele propor um contrato para se relacionar sexualmente com a irmã do melhor amigo. Além disso, eu esperava um romance todo proibido, um lance antigo, uma inquietação, mas Mia só diz que era afim dele há um tempo, mas não há nada que fixe essa ideia, como o relato de outras situações antigas. O livro também perde muito tempo descrevendo toda a situação dos personagens - o quanto são ricos, importantes etc etc etc. Normal para um primeiro volume, mas não é pra tanto. Imagina só: a irmã de um dos caras mais ricos dos Estados Unidos trabalha em uma confeitaria. Gente, nem todo papo de independência me fez engolir isso, ainda mais considerando que ele é o único irmão dela e eles têm toda uma relação afetiva forte, por perderem os pais e Jace fazer esse papel de pai. Eu só conseguia imaginar - podem rir - a irmã do Neymar formada, sendo atendente em um café pequeno. GENTE! (é uma associação idiota e meio sem sentido, já que Jace é bem mais velho que o jogador e Mia tá nos seus vinte e poucos, mas ENFIM).

As cenas de sexo são ok, apesar de repetitivas (poxa, difícil não ser, né?). Eu posso dizer que conseguia lidar com o fato deles transarem loucamente no escritório sem se preocupar se alguém podia ouvir (eles não citam isso como um risco, eu é que fiquei imaginando quando a Mia colou a orelha na porta para ouvir uma conversa... tipo, alguém poderia fazer o mesmo, né?), mas simplesmente não consegui lidar com o plug anal (#MASOQ, é um livro adulto, então não se assustem com as coisas, tá?). O problema não era o plug, mas como aconteceu... tipo, gente !!!!!!!!!!!11!!!!!!1 Além disso, achei que faltou romance. Eles se tratam como cliente e prostituta, sério. Mesmo que tenha certo respeito do Gabe com Mia, por conhecê-la há muito tempo e tal, ele não deixa transparecer uma vulnerabilidade ou algo que comova. Se tem, é bem pouco e pouco perceptível. Aff, ele não tem carisma, sex appeal ou qualquer outra coisa.

Não posso deixar os méritos da autora de lado: ela tem uma ótima escrita, bem madura, eu diria, como se soubesse exatamente o que está fazendo (e deve saber, afinal, ela já carrega um montinho de histórias publicadas), os diálogos são bem construídos e os personagens bem apresentados. Antes de ler Obsessão já tinha começado Fogo (terceiro volume, que conta a história de Ash) e estava gostando, então acho que o problema foi o primeiro mesmo. Também li o começo do segundo e, agora mais acostumada com a ousadia (& alegria) da autora, tenho a impressão que vou gostar mais. Pelo menos já conheço Jace e sei um tiquinho da sua história, então não me assustei com o início de Delírio. Só espero que não esfreguem na minha cara toda a ryqueza desse trio (outro pontinho positivo é que a história tem um quê à la Cinderela ♥). Os livros são narrados em terceira pessoa, então não te dão aquela intimidade com os protagonistas, mas dão uma visão mais completa, já que não é limitado a um único personagem.

Já li algumas resenhas no Skoob e vi que muita (tipo, muita mesmo!) gente gostou, então eu não posso deixar de indicar para quem gosta de eróticos e ainda não se cansou deles (eu entendo, eu não me canso de NA).

Links: Saraiva | Submarino | Americanas | Skoob

Mini-opiniões: Últimas leituras no Kindle

Mini-Opiniões é uma coluna original do blog português Estante de Livros, adaptada aqui para o blog.

Eu pensei em fazer um post para cada leitura concluída no Kindle, mas vi a coluna Atualizando o Kobo do Livros e Fuxicos e resolvi reunir todas as leituras em um post só, afinal, são contos/novelas, então não há tanta coisa a se falar.


Tempo de Cerejas (Camille Thomaz Labanca)
Skoob | Amazon
A protagonista, Melissa, sofreu um trauma grande - o que acabou afastando-a de relacionamentos mais íntimos. Anos depois, na faculdade, ela acaba conhecendo Lucas que, de forma despretensiosa, acaba se tornando um amigo. Quer dizer, nem tão despretensiosa assim. Mas o envolvimento iminente pode abrir as feridas do passado de Mel. Além de ter amado esta capa, fui fisgada pelo gênero desta novela: New Adult (juro que não vou comentar o quanto amo o gênero etc). Como sei que a Camille também gosta, quis conferir sua história. Tempo de Cerejas foi o que desencadeou minhas leituras de contos neste começo de mês. Li em uma noite e, claro, quis mais. A escrita é fluída e os personagens são reais - fáceis de imaginar e se identificar. Tem uma pitadinha de humor e até suspense (juro que cheguei a ficar com medinho de ter alguém me espiando hahaha).

Gritos e Sussurros (Thalita Vert)
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Aline ganhou uma promoção - que ela nem sabia que estava participando - para gravar um clipe com Rick Solano, a sensação do momento! Ela não dá a mínima pra ele, ao contrário da sua amiga que é muito fã. Ela não dá a mínima pra ele e faz questão de mostrar isso. Claro que isso acaba tornando as coisas bem mais difíceis, né? Este foi um conto que eu fiquei totalmente chocada por ter acabado. A AUTORA NÃO PODIA ACABAR ASSIM! Cadê o resto? Quero mais!Sem dúvidas, é o tipo de história que eu gostaria de ler num livro (assim, inteiro, mais de 200 páginas), porque a química entre os dois é incrível! Sem contar que eu quero conhecer mais de cada um deles, né?

582 quilômetros (Camille Thomaz Labanca)
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Julieta conheceu um cara pela internet. Quer dizer, ela viu a foto do Mateus na internet e, bem, ele é muito gato. Ela é do Rio, ele de São Mateus (ES). São 582 km separando. Até ela viajar e ficar frente a frente com ele. Toda a distância que os separavam, não existe mais, mesmo agora que ela voltou para casa.
Surtos de fofura aqui, neste momento. Pensa em uma história - infelizmente curta - altamente sensível e romântica. É essa. Eu adoraria saber mais, mas preciso aprender que contos são contos por um motivo, né?

My Private Music Teacher - Katie (Elle Kartalian)
Skoob | Amazon
Devido a um problema de saúde, Martin não pode mais dar aula de piano para Katie (e para nenhum de seus alunos), então ele coloca seu filho - Aaron - no lugar. Kate fica imediatamente encantada por ele. Mas muitas coisas os mantém distantes e ele parece que nunca vai notá-la. Até uma noite que tinha tudo para dar errado. Eu gostei desta história, só não tanto desta versão. O plano que as amigas de Katie armam é tão infantil para algo tão íntimo. A mocinha também não me convenceu. Achei muito mimizenta, sem atitude - mesmo que seja impulsiva, o que parece contraditório, mas só lendo pra saber. Enfim, esta versão, apesar da escrita maravilhosa da autora, pecou na imaturidade.

My Private Music Teacher - Aaron (lle Kartalian)
Skoob | Amazon
Agora sim! A história é basicamente a mesma da de cima, claro que com algumas mudanças, afinal, a vida de Aaron - que é mais velho que Katie - é bem diferente. Gostei muito mais da versão dele, além de mais maduro, não tem muito mimimi. Tem algumas coisas bem surreais nesta história, como algumas atitudes da irmã dele (a "bebê" Nessie), mas dá pra ignorar e se envolver com o romance que não deixa de ser fofo. 

A verdade sobre os contos: A Bela Adormecida

Depois de muita leitura e pesquisa, mais um post dessa série amada por todos! Já falamos de muitos contos aqui nessa série, começando com A Branca de Neve, passamos pela Pequena Sereia, pela Rapunzel, pela Chapeuzinho Vermelho, e finalmente chegamos onde toda essa série se originou: A Bela Adormecida.


Esse conto "original" tem duas versões: a de Perrault e a dos irmãos Grimm, mas como eu já expliquei nos outros posts, essas histórias são de cultura oral europeia. Portanto, não podemos chegar a uma história absoluta, mas em várias versões parecidas.

Pra quem quiser e souber ler em inglês, o conto dos Grimm se chama Little Briar-Rose e pode ser lido aqui, e o do Perrault se chama The Sleeping Beauty in the Wood e pode ser lido aqui! Os dois tem diferenças gritantes. Vamos começar!

1) A Malévola existe mesmo? E as fadinhas?
Pra começo de conversa, dependendo da versão, o número de fadas muda! E às vezes nem são fadas, dá pra acreditar? Na versão dos irmãos Grimm, elas são treze "mulheres sábias", mas porque o rei só tinha doze pratos de ouro, convidou apenas doze fadas, deixando a décima terceira com inveja. Já na versão de Charles Perrault, são oito fadas, mas o rei só mandou fazer sete tronos de ouro porque pensou que a oitava fada estivesse morta ou enfeitiçada, já que era muito velha e nunca saía de sua torre. O ponto é: não existe Malévola (#XORA Angelina Jolie!), mas sim uma fada brava com a mancada do rei. Entretanto, em todas as versões, inclusive na da Disney, a maldição é a mesma. Em todas elas a princesa, quando chegar aos 15 ou 16 anos, furará o dedo no fuso de uma roca e morrerá. E é aí que entra a diferença: uma última fada sempre salva o dia, dizendo que ela não vai morrer e sim dormir, mas por quanto tempo sempre difere. Na versão da Disney, o tempo é pouco, mas nas versões escritas é de 100 anos!

O quê? EU NÃO EXISTO? #xocada
2) Tá... daí ela se esconde no campo com as fadas e canta sobre o sonho que ela teve com o príncipe naquela cena bonita e cheia de animais?
Não, a princesa (que não chama Aurora! Mas a gente fala sobre isso mais tarde.) não vai viver uma vida frugal no campo com as 3 fadas depois de receber uma maldição e não vive lá por dezesseis anos sonhando com um príncipe. Ela vive no castelo, sabendo ser princesa, com os pais. Entretanto, o rei queima mesmo todas as rocas de fiar para que a garota  não chegue perto de concretizar a maldição, mas é claro que ele não consegue evitar e ela acaba furando o dedo numa roca quando os pais estão fora. Ela é igualzinha a todo mundo: é só os pais saírem de casa que faz merda!

Promete que se comporta quando o papai e a mamãe estiverem fora?
3) Daí todo mundo dorme?
Realmente, a última fada, a que reverteu a maldição, faz todo mundo dormir na parada pra que a princesa não se sinta sozinha quando acordar (depois de 100 anos!). O mais legal é o jeito que isso acontece: o rei manda um anão vestindo botas super-rápidas chamar a fada para que ela venha até o castelo, e a fada vem em uma carruagem de fogo puxada por dragões! Épico é pouco. A fada também convoca árvores, arbustos e espinhos para que protejam o castelo.
Entretanto, o rei e a rainha não dormem, e continuam reinando. Eles, obviamente, ao longos dos 100 anos, morrem e a linha do trono segue normalmente.

NÃO PODE SÊ!
4) Aí a Malévola fica cuidando do castelo e vira dragão?
Não, nada de Malévola de novo! No decorrer dos 100 anos, vários príncipes tentam entrar no castelo, mas todos morrem, porque o tempo determinado para que a princesa durma ainda não terminou. Passados os 100 anos, um príncipe de outro reino decide que quer descobrir qual é a do castelo há muito parado. Ele começa a perguntar a origem e cada um conta uma coisa pra ele, e ele nunca sabe qual é a verdadeira história. Eis que ele tenta entrar no castelo e, porque já se passaram os 100 anos da maldição, ele consegue. Fica encantado pela beleza da moça, dá um beijo de amor verdadeiro e faz com que ela volta a vida, junto com todo o reino que estava adormecido!

"Isso não tá certo!"
5) LEGAL!  Felizes para sempre então?
Só que não. A história dos Irmãos Grimm realmente acaba por aqui, com algumas diferenças pontuais da história do Perrault. Mas o Perrault escreveu uma espécia de "parte dois" da Bela Adormecida, que consiste na história dos filhos da princesa.
Depois que o príncipe e a princesa casam, eles tem dois filhos: o Dia e a Aurora. O príncipe nunca contou isso para sua mãe, a rainha, porque ela descendia de uma família de ogros, e ele temia pela vida de seus filhos. Entretanto, o rei, pai do príncipe, morre, e ele tem que assumir o trono. É assim que ele faz um anúncio público de que é casado e leva os filhos e a mulher pra dentro de seu palácio. O príncipe então sai para uma guerra e deixa sua mulher e filhos aos cuidados da rainha.
A rainha manda a princesa e os filhos para um castelo no meio da floresta, para que os seus planos de ogro funcionassem melhor. Alguns dias depois, ela aparece no castelo e pede que preparem a Aurora, a primeira filha, para ela comer. O cozinheiro, muito esperto, esconde Aurora e cozinha um carneiro no lugar. No dia seguinte, a rainha pede para comer o Dia. Novamente, o cozinheiro o esconde. No terceiro dia, a rainha pede para comer a princesa, mulher do seu filho. A princesa pede para que o cozinheiro a cozinhe, porque não aguenta viver sem os filhos, mas ele também a salva, dizendo que seus filhos estão escondidos e escondendo-a. Um dia, entretanto, a rainha ouve a voz de Dia e Aurora, e percebendo ter sido enganada, manda cavarem uma cova no chão e enchê-la de serpentes, sapos e animais venenosos. Quando ela vai jogar a princesa, Dia e Aurora no buraco, o príncipe retorna da guerra. A rainha, com medo do que pudesse acontecer, se joga na cova ela mesma, e todos vivem "felizes para sempre". (Nem vou comentar sobre os anos de tratamento psicológico que as crianças vão ter que fazer).

#IRONIA
- Pequenas Explicações e Curiosidades:
1) Realmente, em uma das versões, a Bela Adormecida é estuprada, mas é  na versão de Giambattista Basile, e a bela adormecida se chama Tália. Ela dorme quando uma farpa de linho entra em seu dedo. O príncipe vai até o castelo, estupra Tália e vai embora. Talia continua adormecida, mas dá a luz a dois filhos. Esses dois filhos, no instinto de querer mamar, chupam o dedo da mãe. A farpa sai e Tália acorda, dando o nome de Lua e Sol para seus dois filhos. Quem quiser ler o conto completo, aqui está uma tradução! O nome dele é "Sol, Lua e Tália".

2) O nome da bela adormecida para os irmãos Grimm é "Rosa de Roseira Brava" (Briar Rose), e para Perrault ela não tem nome.

3) Alguns estudos apontam que esse conto falava  sobre o ano e as mudanças de estação, mas isso só daria certo na versão de Grimm, com as 13 mulheres sábias.

4) Embora o conto dos irmãos Grimm termine na primeira parte do conto de Charles Perrault, existe um outro conto dos Grimm chamado "A Sogra Malvada" (The Evil Mother-in-Law), que é bem parecido com a segunda parte da história da Bela Adormecida de Perrault.

Livros:
- Contos da Infância e do Lar - Jacob e Willhelm Grimm. Editora Temas e Debates.
- Contos de Mamãe Gansa - Charles Perrault. Editora L&PM Pocket.


Filmes:

- A Bela Adormecida (Walt Disney, 1959)
- Malévola (Robert Stromberg, Walt Disney Studios, 2014)