Felizmente, não há regra para que a resenha comece contando uma novidade, porque o que vou falar chega a ser uma banalidade de tão conhecido: David Levithan é incrível. Sério, se você ainda não sabia, é porque nunca leu uma obra dele. Ok, talvez eu tenha dado sorte com os dois únicos livros que li, mas até parece que a vida é tão legal assim comigo.
Todo Dia foi um dos melhores livros que li na vida (não tenho como dizer na morte, porque não sei se vou para o Paraíso - se eu for, óbvio que vai ter uma biblioteca lá; já que é impossível ser paraíso sem uma) e tão maravilhoso que, obviamente, não sei dizer sem parecer maluca ou redundante ou exagerada. Apenas divagando mais um pouquinho, deixa eu te dar uma dica:
leia Todo Dia (e não esqueça de marcar suas passagens favoritas). Enfim, vamos ao objeto desta resenha: Garoto Encontra Garoto. O cara que o escreve continua incrível, afinal o título é permanente, mesmo que essa história não tenha ganhado um ♥ de favorito no Skoob. Mas garanto que foi por pouco.
Paul encontra Noah, mas no sentido literal (e menos romântico e assim mais real) da palavra - o encontra em uma livraria (♥) e logo depois tenta encontrá-lo de novo, dessa vez de uma forma mais permanente. E lá sentado na arquibancada está Noah de novo - o procurado. Momentos constrangedores, revelar-se por inteiro ou não?, faz mistério, mas está óbvio: é paixão e daquelas mais perigosas, que tem grande chance de virar amor. Porém, como está fadado a sempre haver um porém, garotos já foram magoados, garotos têm medo de serem magoados, garotos acabam magoados. É quando garoto precisa encontrar garotos e garotas e transgêneros. Sim, há um mundo desmoronando e necessitando de mais encontros.
"- Como eu nunca o vi antes? - pergunto.
- Talvez você só estivesse esperando a hora certa para reparar - diz Tony.
Pode ser que ele esteja certo."
Eu li em algum lugar (que eu jurava ser uma nota do autor no livro, mas acabei de procurar e tal nota não existe) sobre o nome do livro. O autor falava sobre a ideia inicial e, assim, acabava contando - a grosso modo - o plot do livro. SIM, o início, meio e fim e isso me assombrou durante a leitura, porque, bem, apesar das reviravoltas, eu sabia o que iria acontecer (mesmo sem saber como, mas sabia!), então, enquanto uma parte do meu coração queria chorar/sorrir, parte do meu cérebro dava uma debochada do tipo "dã, para de ser idiota, tal coisa vai acontecer/tal coisa não vai acontecer" e isso é chato pra cacete! Gostaria de ler o livro só com o ♥, mas era impossível quando minha mente tinha spoiler (e fazia questão de ficar postando na minha timeline interna). Dá pra entender? Já aconteceu com vocês? (Cara, tô divagando muito, eu sei) Meu conselho aqui é: não leia qualquer coisa sobre a intenção do autor com a história.
Aí a gente volta para aquela parte do autor ser incrível. CARA, É SÉRIO! Ele consegue deixar o texto tão leve e ao mesmo tempo tão profundo que pouco te importa o que tá acontecendo (calma, não é contradição), você só quer mais palavras e mais páginas. Depois de ler um pouquinho, você sabe que ele virá com uma reflexão - através de uma situação ou pensamento do personagem e lá estará você colocando mais uma tag para marcar um quote. Ou seja: o texto de Levithan é poderoso! Em contrapartida, não tem tanta profundidade dos personagens secundários, apesar de terem bastante espaço na trama - e cheguei a me confundir em certos momentos, mas aos poucos me acostumei e me apeguei, principalmente, ao Tony e a Infinity Darlene (que me fez rir bastante!), fiquei com raiva de Joni e queria tanto conhecer mais Noah...
Em muitos momentos me peguei pensando sobre o ambiente escolar criado pelo autor. Apesar de, no Brasil, estarmos passando por mudanças, ainda há muitos adolescentes que escondem sua orientação sexual por conta do preconceito e, algo que me chamou atenção foi o fato dos personagens não serem, em momento algum, hostilizados na escola e existir certa igualdade/política do "cada um no seu quadrado". Pela nossa realidade, eu esperava alguma crítica explícita quanto a isso, mas só posso imaginar que foi a forma do David falar que, apesar de estarmos acostumados com o contrário, aquilo que ele escreveu é o normal. E é mesmo. Por outro lado, foi abordado o preconceito na família e, cara, um beijo para ele que conseguiu racionalizar a não-aceitação. Sério, pelo que ele expôs, é compreensível e real (mas não passível de concordância).
Se você já leu algo do Levithan sabe que algumas coisas não têm rótulos ou explicações, apenas são. E o próprio autor poderia ser muitas coisas (como falei milhões de vezes, incrível), mas ele simplesmente é o que é. Este romance, por sua vez, é fofo, leve, reflexivo e divertido. Indico a leitura e desejo um mundo como esse. Amor, seja como for.
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