Até Que Eu Morra - Amy Plum

"O tempo se vai rápido demais. Seus dias e suas horas. Voam por sobre nossas cabeças como as nuvens leves de um dia de vento, para não mais voltarem. Tudo segue adiante, enquanto tu estás a abrir aquela fechadura. Vê! Torna-se cinzas. E cada vez que beijo tua mão em despedida, e cada ausência que a isso se segue, são prelúdios para a separação eterna que em breve teremos."


Após um romance conturbado e cheio de reviravoltas em Morra Por Mim, Kate e Vicent finalmente estão juntos. Entretanto, a imortalidade de Vicent é um grande desafio para os dois, uma vez que Kate, como humana, não viverá para sempre. Em Até Que Eu Morra, o casal tenta encontrar uma maneira de manter o relacionamento sem ignorar o fato de que um dia ele vai ter que acabar. Enquanto isso, o silêncio dos Numa é uma interrogação pairando sobre a cabeça dos Revenants que tentam, a todo custo, descobrir quem está no comando e qual será o próximo passo do inimigo.

Após muitas revelações no primeiro livro, não conseguia imaginar o que mais a autoria poderia explorar adiante. Confesso que fiquei surpresa com os novos segredos e com o desenrolar da história, pois sempre tenho certo receio de continuações. Vocês entendem, né? Alguns autores acabam se desviando da proposta e desanda no enredo. Porém, Amy conduziu este segundo volume de forma bem paciente e revelou tudo na hora certa.

Alguns de vocês podem achar o início meio lento, mas vi essa “lentidão” de forma positiva, de modo que nada ficasse sem explicações posteriores. O ritmo da escrita também continuou o mesmo; fluida e instigante. Impossível não terminar um capítulo sem querer ler o próximo. O que me torturou um pouco, pois não pude ler de uma vez só por falta de tempo. Infelizmente.

Neste livro também temos novos personagens, Arthur e Violette, ambos com vasto conhecimento sobre os Numa e, claro, com séculos de experiência. Tive um começo não muito amistoso com os dois, principalmente com Arthur, que ganhou minha antipatia na primeira vez que abriu a boca. Hahahahaha Embora suas aparências fossem de adolescentes, eles faziam parte do grupo mais antigo da estirpe, o que gerou um pouco de conflito entre os padrões deles e de Kate.

A grande sacada de Até Que Morra está na experiência secreta que Vicent tem desenvolvido. Não se sabe com que intuito e muito menos quais os métodos, mas Kate percebe que não tem sido fácil e a aparência deslumbrante do rapaz se torna cansada e obscura. Ele garante que está fazendo de tudo para encontrar um meio de fazer esse romance dar certo, mas será que vai conseguir? Como poderia ele deixar de ser imortal? Kate, por sua vez, com sua inteligência e amor pela leitura, passa a fazer sua própria pesquisa.

Gostei do amadurecimento da personagem, embora o tempo entre as histórias seja apenas um mês de diferença. A autora também não faz uma grande introdução, mas relembra os acontecimentos em um capítulo ou outro. Aqui também temos uma participação maior dos avós da garota e descobrimos que eles sabem mais do que imaginamos. O que me leva a crer que futuramente eles descobrirão que Vicent é um Revenant. Será? Traição, surpresas e um final... QUE FINAL!!! Ainda tô aqui sem acreditar. Enfim!

Não tenho como falar mais da história sem dar spoiler, então vou me limitar aos parágrafos acima e dizer que esse livro é tão bom quanto o primeiro. Se você ainda não leu a resenha e quer entender melhor do que se trata a história, clique aquiSe você já leu este livro, saiba que há um conto antes do 3º volume, o Die for Her (Morra por Ela – tradução livre). O terceiro volume é intitulado If I Should Die (Se Eu Morrer – tradução livre), que também traz um conto, o Die Once More (Morrer mais uma vez – tradução livre). Os contos estão disponíveis somente em inglês e apenas para venda na Amazon. Não tenho informações se a Farol vai traduzi-los. Mas uma coisa é certa: estou mega ansiosa para ler esse desfecho.

P.S.: As capas elaboradas são LINDAS, né? O trabalho gráfico segue o mesmo padrão de capa e miolo. ♥ Não tem como não AMAR e não querer na estante. Hahahaha :) 

[Promoção] 5 anos de Entrelinhas Casuais


Hoje o blog Entrelinhas Casuais comemora seu quinto ano de vida e claro que não poderia faltar promoção para vocês.

Participem, pois tem muitos livros bons!

Atenção:
  • A promoção começa hoje (08/05) e termina no dia 31/05;
  • O resultado sairá em até 7 dias;
  • O ganhador terá um prazo de 48 horas para responder ao e-mail, com seu nome e endereço completos, caso contrário um novo sorteio será refeito;
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  • É necessário possuir endereço de entrega no Brasil;
  • Cada blog é responsável pelo envio do livro cedido dentro de um prazo de 45 dias úteis;
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Boa sorte ;)

A Herdeira - Kiera Cass

ATENÇÃO: SPOILERS DE A ESCOLHA

Um dos livros mais aguardados do ano, essa é a continuação do final "felizes para sempre" de America e Maxon. Só que não é tão feliz assim...

Eadlyn é a sucessora do trono de Illéa. Filha de Maxon e America, a moça já precisa saber administrar muita coisa muito jovem, e tem o peso sobre os ombros de ter que ser tão boa quanto os pais. A fama e a competência de seus pais são uma sombra para qualquer lugar que ela vá.

Entretanto, por mais que tudo pareça estar indo a mil maravilhas, as castas dissolvidas e aparentemente tudo nos eixos, protestos e revoltas vindos de uma parte da população fazem com que a família real se desestabilize. Maxon precisa urgentemente de um atrativo para distrair o povo, a fim de conseguir pensar em soluções eficazes para a população. Assim, em conjunto com os pais, Eadlyn decide que a hora é boa para se iniciar uma Seleção e para que ela própria pense em algo relacionado a casamento - mas com algumas modificações e regras próprias na competição.

O que dizer desse livro? Eu não sei se consigo ser totalmente honesto porque ainda me resta um resquício de lembrança de como A Seleção foi e eu me sinto muito responsável por qualquer coisa malvada que eu vá dizer aqui. Mas realmente, não tem como apontar inúmeras falhas nesse novo livro da série. Espero que ninguém se ofenda com o que vou escrever aqui.

Já começo dizendo que essa série foi pensada como uma trilogia, e isso já explica muita coisa. Esse livro é quase que anexo, quase que inicia uma segunda série, já que vai mostrar a vida da terceira geração de Schreaves. Kiera Cass não tinha qualquer planejamento de lançá-lo antes, e isso já mostra que existiam problemas acontecendo desde o final de A Escolha. Eu juro que tento pensar que não, mas parece sim que Cass está continuando a série só porque é conveniente pra ela e para a editora. Pra ser bem sincero, desde o final de A Escolha e do conto A Rainha venho vendo problemas sérios na série.

O que me dá a impressão é que Cass tenta, a todo custo, criar uma história com profundidade, mas ela simplesmente se afoga e tenta se debater no meio de tantas coisas criadas, sem conseguir achar uma solução para tudo. Foi assim em A Seleção: no fim, tudo foi resolvido de uma maneira absolutamente nada a ver, Kiera deu um destino muito preguiçoso para todos os personagens que não eram convenientes e criou um final bastante abaixo do que eu esperava. Além disso, ignorou todas as revoltas e todo o pano de funo - genial, diga-se de passagem - que ela vinha criando desde então. Kiera Cass tem ideias fantásticas, mas não consegue amarrá-las todas juntas e dar uma conclusão para todas. Isso é um ponto muito problemático dos livros.

Entretanto, neste livro, Kiera parte para uma proposta mais simples: o livro tem um tom bem mais despretensioso e mostra muito menos cenários políticos do que A Seleção mostrava. Grande parte do meu descontentamento com este livro vem daí: quer dizer que Illea se reduziu apenas a dias felizes e uma parte do povo meio revoltada? Onde está a profundidade política de Illéa que se apresentava em A Seleção? Eadlyn parece ser uma boa administradora, mas não parece saber lidar com todo o cenário que Maxon lidava em  A Seleção. E a pergunta que não quer calar: eu estava esperando demais de um livro que não tem essa proposta? Provavelmente sim. Eu não queria superestimar o livro, mas pedir que ele tivesse um pouco mais de intrigas políticas não é muito, é? Sinceramente, depois de muito considerar, não consigo pensar em nenhum ponto que me fez gostar do livro.

A protagonista, Eadlyn, é extremamente mimada e irritante. Ela tem falas bizarríssimas que beiram a ofensa (ela chega realmente a ofender uma criada) porque se considera muito mais valiosa e "soberana" do que as outras pessoas - nem preciso dizer que esse tipo de gente já me irrita na vida real, imagine só em livro. Acho muito problemático que Kiera Cass passe essa imagem da futura rainha, protagonista do livro, algo que todos buscarão uma identificação, para os fãs (tão novos, diga-se de passagem) da série. Os caras (babacões) que participam d'A Seleção são sem-graças, não fazem nada de interessante. Eles são super mal retratados, a autora explora muito pouco a característica de cada um e parece que o ponto principal nem são os garotos. Eles passam o livro inteiro sendo uns pé no saco com todo o mimimi de querer a atenção da princesa de jeitos aleatórios (desculpem inclusive o erro de concordância, realmente não tinha expressão melhor pra denominá-los).

Fiquei bastante espantado com a colocação de uma Política do Pão e Circo no livro vinda de Maxon e America. Nunca imaginei que Maxon fosse ser, algum dia, a favor de entreter o povo para que não percebesse as agruras que passa. America me surpreendeu por não ser a voz destoante que sempre foi, mas inclusive propor que os desejos da filha fossem anulados pelo bem da Política do Pão e Circo. Além disso, outros pontos bizarros pra mim incluíam o fato de Marlee morar no palácio e Aspen também.

O livro, por fim, parece uma repetição de um modelo criado por Kiera. Parece uma receita de bolo. A estrutura do livro está inteira ali: a mesma estrutura desde A Seleção. No meio do livro alguns acontecimentos, problemas, uma preparação para um final avassalador e BAM!, cliffhanger. Não preciso dizer o quanto fiquei cansado quando cheguei ao final do livro e percebi que estava caindo mais uma vez em um final em que tudo acontece e que deveria te deixar com uma vontade maluca de ler o próximo. Acontece que dessa vez não funcionou: só consegui achar o final bizarro (sério, gente, o que foi esse final nada a ver?) e não sei bem como Kiera vai fazer pra solucionar o grande ponto do final do livro. Foi um grande dramalhão mexicano, sem um sentido completo. Eu, sinceramente, não entendi qual foi o grande ponto do final. Eu só... não sei mais o que pensar.

Pra não ser totalmente injusto, uma cena aqui ou ali faziam o livro valer um pouco a pena (mas quase todas elas tinham a ver com o futuro de outros personagens da série, uma covardia). Isso, entretanto, não é nada comparável ao tanto de desgosto que o final do livro me trouxe e propôs.

Me decepcionei bastante. Acabo pensando que Kiera poderia muito bem ter feito de A Seleção um livro único - e terminado por lá. Não existe mais história para ser contada, e insistir em uma coisa que não deu certo pode acabar com a carreira de alguém.