O Anjo de Hitler - William Osborne


Até onde o ser humano iria para vencer uma guerra?

Leni e Otto são duas crianças, fugitivas da guerra e refugiadas na Inglaterra, que se encontram numa difícil missão: ir até a terra de suas tristezas e resgatar uma criança de que nada sabem, exceto que ela é a chave para o fim da guerra. Ambos ganham a promessa de uma esperança e aceitam a missão sob a visão de um futuro melhor.

Os dois então, depois de um curto e penoso treinamento, encontram e resgatam Angelika, uma criança de nove anos e completamente meiga. Numa corrida pela Alemanha eles precisam fugir de soldados nazistas, de Hitler e enfrentar seus próprios demônios. Mas seriam eles capazes de cumprir essa missão? E qual seria a real identidade dessa menininha alegre e inocente?

Aqueles que estão familiarizados com a guerra, digo, na literatura, sabem que não há exatamente um lado bom e mal, certo e errado. Existem ideologias, crenças, famílias, ou qualquer outra coisa que nos faça escolher um lado. E existe também o ser humano, capaz do que for preciso para que sua visão ganhe. Mas por que eu estou comentando isso? Por que talvez o que você precisa fazer nem sempre pode ser o certo. E acredito que essa seja a grande questão do livro.

Apesar de se passar na Segunda Guerra Mundial, não é uma leitura pesada, muito pelo contrário. Embora seja a história de crianças longe de sua família, sendo perseguidas numa terra que é hostil para elas, não há toda aquela matança e sangue mais comuns em livros de guerra. O que possibilita a leitura para os mais jovens, para as crianças. A leitura também é estimulante, por conta de toda a perseguição e mistério. Eu não queria parar de ler até descobrir quem era Angelika de verdade. E embora esse segredo seja um pouco óbvio, não consegui percebe-lo até que foi revelado.

Angelika, aliás, é uma menina encantadora. Viveu quase a vida toda presa, longe da sociedade, e adorei assisti-la descobrir o mundo. Otto se mostrou um irresponsável em algumas situações e Leni não se mostrou tão emotiva quanto um certo almirante sugeriu. Na verdade, se saiu bem em vários momentos.

O livro, como eu disse, é leve para a proposta. E quem se interessa pela Segunda Guerra Mundial como pano de fundo vai gostar. Não vou dizer que seja um livro tão instigante (para mim), mas acredito que seja porque seu enredo seja mais infantil do que adulto.


Replay - Henri B. Neto


Este é o livro delicinha da vez (mas eu quero mais!).

Cecília tem aversão ao Gabriel. Ele é detestável e ela tem uma lista com 5 motivos para odiá-lo. Digamos que ela é bem convincente nas descrições. Até que seu professor pede para ela ajudar Gabriel na matéria, pois ele corre o risco de repetir de ano - de novo (e não é redundância).

Claro que este encontro tem tudo para dar errado - já que Cecília está "vacinada" e já sabe se defender do tipo dele, ao mesmo tempo em que Gabriel não perde seu jeito sedutor e cheio de si, capaz de deixar qualquer uma com as pernas trêmulas.

Pensa num livro rápido e delicioso de ler! Comprei na Amazon depois de ler a resenha da Babi Lorenz - ela colocou o fato de ser curtinho como algo negativo (para ela, obviamente) e foi exatamente por isso que eu quis Replay (eu precisava de uma leitura rapidinha).

A história é bem simples e ágil - eu realmente queria que virasse um livro maior e com mais dificuldades, mas este pouquinho foi muito bem apresentado e escrito com naturalidade (muito bem escrito e descrito!). Consegui sentir todas as sensações da Cecília e isso é muito importante para mim nas leituras - preciso me envolver a ponto de sentir as coisas descritas.

É fato que terminei Replay querendo mais e mais. Gabriel é um cara real - mulherengo, mas apaixonado, sabe? Gostei dos - poucos - personagens do livro, pois todos são verossímeis. É muito fácil encontrar uma garota como a Cecília, é muito fácil entendê-la e passar a odiar o Gabriel. Já ele vive dando sopa por aí (para as mulheres) e é daqueles te odeio, mas tô te amando

Realmente não é uma história complexa, mas é uma ótima pedida para uma tarde de preguiça ;)

(à venda na Amazon e na Kobo Books)




Mini-opiniões: Caçadora de Estrelas - Claudia Gray

Mini-Opiniões é uma coluna original do blog português Estante de Livros que eu adaptei aqui para o blog.

Para ler sobre o primeiro volume, Noite Eterna, clique aqui.


A vida de Bianca não poderia estar mais triste - separada do seu amor, ela está confusa e muito decepcionada. Ela já não sabe quem está falando a verdade, quem esconde as coisas dela e quem está mentindo.
Assim que terminei Noite Eterna,. descumpri a regra de que a Érica que teria a série, já que ela que comprou o primeiro e fui correndo comprar Caçadora de Estrelas, pois era uma necessidade ler imediatamente (em 2009 e 2010, eu e ela "dividíamos" as compras. A gente não tinha livro repetido. Ela comprava uma série e eu comprova outra e assim trocávamos para ler). Não me decepcionei e, mais uma vez fui envolvida pelos sentimentos de Bianca. Eu teimava em não acreditar no que parecia óbvio porque simplesmente não podia ser!
Com o afastamento (aka sumiço) do Lucas, personagens que foram apresentados no primeiro livro ganharam um espaço enorme e se tornaram responsáveis por muitas coisas na história. Mais um pontinho positivo para esta série por trazer personagens muito humanos (?) e fáceis de se apegar (ou pegar raiva). O clima do livro é tenso. Muito tenso.




Três é demais: O melhor de Meg Cabot


Oi pessoal! Para começar, acho que a gente deveria dar uma breve introdução de QUEM é a Meg Cabot, pra você quem não conhece ou nunca leu um chick-lit na vida. Ela é autora de séries como "O Diário da Princesa" e "A Mediadora", que introduziu MUITA gente pro mundo da leitura e fez muita gente se apaixonar por livros. Além de quotes épicos, os livros dela normalmente são bem gostosos de ler naquelas tardes chuvosas com um bom chocolate quente e um cobertor, e esquentam qualquer coração!

É assim que sempre me sinto quando termino um livro dela (e sim, esse é um gif do filme "O Diário da Princesa", a adaptação cinematográfica de um dos romances da Meg Cabot):
" - Considero-me corado pela realeza."
(Essa tradução está mais ou menos. Porque isso é uma piadinha)
"Eu acho que as pessoas não dão muita atenção aos jovens. Mas eu dou." - Meg Cabot
"O que havia de errado comigo naquele dia? Nem eu sabia. Tirando a parte de ser doida. Mas ainda assim, tenho certeza absoluta que sempre fui doida." - Pegando Fogo, Meg Cabot.
Esse é o meu livro preferido da Meg, e eu juro que não sei bem o porquê. Não gosto muito do nome que deram pra ele em português (porque "pants on fire" é uma expressão em inglês para denominar um mentiroso e SÓ FAZ sentido em inglês), mas ainda assim gosto muito do romance principal do livro e da Katie, que é uma personagem tão real. Ela tem uma vida pública muito boa, é super popular na escola e todos a amam, mas ninguém sabe que na verdade ela esconde MUITOS segredos. Além de trair o namorado (capitão do time da escola e o namorado que todas queriam ter) porque não o ama de verdade, Katie vive uma fachada desde o começo do Ensino Médio. Até que Thomas Sullivan, um antigo amigo de Katie, volta à cidade, e sabe todos os segredos sobre ela. Sua vida portanto está nas mãos de um cara que conhece Katie bem até demais, e com quem já compartilhou muitas experiências e até muitas frustrações por ser "a menina zoada" da escola no Ensino Fundamental. Só Thomas pode decidir se vai mostrar a face real de Katie para o mundo ou não, e só ele pode saber se está apaixonado por ela ou não. Amo esse livro DEMAIS, e o humor dele é ótimo. Ria sozinho, de gargalhar, em algumas passagens. VALE A PENA!


"Eu preciso dizer também que ele é advogado. Eu sei que o senhor disse que todas as pessoas têm valor e dignidade. Mas tem certeza que isso inclui advogados?" - Garoto Encontra Garota, Meg Cabot
 
Esse é outro dos meus livros preferidos da Meg. Ele faz parte de uma série chamada "Garoto", mas todos os livros dessa série são independentes e não precisam ser lidos em ordem, porque tem personagens principais diferentes. Cada história começa e termina em cada livro, e todas tem como cenário a mesma empresa. Nesse livro, Kate Mackenzie trabalha no The New York Journal, no departamento de Recursos Humanos, e cuida de alguns problemas com determinados funcionários. Só que uma funcionária em particular gera um problema realmente grave para a empresa e Kate tem que ir ao tribunal falar sobre o caso. É lá que ela conhece o advogado Mitch Hertzog, irmão do homem chato e detestável, além de um dos diretores do The New York Journal, que gerou todo o conflito com a funcionária. Com todo o preconceito com a família do homem e com a sua ocupação (afinal Kate ODEIA advogados!), ela parece que vai odiar cada minuto de todo o problema. Mas Mitch Hertzog consegue fazer com que Kate quebre um pouco as barreiras e sonhe com ele em sua vida. O livro é delicioso, todo construído em emails e notas, e com certeza deve entrar pro seu must-read.


A personagem Merida, do filme Valente, é MUITO parecida com Finnula!
"Em vez de fugir por que você não fica e luta pelo que você quer?" - Liberte Meu Coração, Meg Cabot


O terceiro livro que PRECISA entrar nesse top 3 é com certeza Liberte Meu Coração, escrito pela Meg sob pseudônimo de Mia Thermopolis, a princesa de Genovia de sua série de livros "O Diário da Princesa". Esse livro é escrito, se não me engano (porque eu nunca li O Diário da Princesa) entre o nono e o décimo livro, pela própria Mia, com alguma ajuda da Meg Cabot, segundo a trama. Ele é um romance histórico que narra as desventuras amorosas de Finnula Crais, uma garota que tem várias irmãs e apenas um irmão. Pelo falecimento dos pais, todos eles começam a trabalhar no negócio da família, que era fazer cerveja. Entretanto, Mellana, uma das irmãs de Finnula, comete um deslize imprudente e precisa muito de dinheiro. Como sabe que só Finnula poderia ajudá-la, conta o problema apenas para ela e bola um plano "genial" para conseguir pagar suas dívidas e se manter: sequestrar um conde e pedir resgate. Mas para isso, ela precisa que Finnula faça o serviço para ela, e o alvo é o conde Hugo Fitzstephen. Porém, Finnula, tão cheia de si e tão auto-suficiente, acaba tendo os ânimos abalados pela sua vítima e o conde não parece estar totalmente descontente em ser sequestrado por Finnula, contato que possa passar bastante tempo com ela.


É isso, pessoal! Esse é um top 3 bem generalizado das obras dessa autora maravilhosa. Procurei fugir um pouco dos livros já muito batidos, como a série A Mediadora, O Diário da Princesa e a série Desaparecidos, que também são ótimas pedidas, para abranger um pouco mais livros dela que também são BEM legais, mas não fazem tanto sucesso. Quais são os seus livros preferidos da Meg Cabot?




Bruxos e Bruxas - James Patterson e Gabrielle Charbonnet


Eu estava MUITO empolgado pra esse livro, sério! Tudo o que tinha lido sobre ele até começá-lo era extremamente positivo e tudo me encantava. Estava esperando uma nova distopia de tirar o fôlego... mas sabe quando não rola? Então. Não rolou.

Whit e Wisty  Allgood são dois irmãos, o mais velho com dezoito anos e a mais nova com quinze. Eles vivem num mundo perfeitamente normal, muito bem, obrigado, e a vida está tranquila. Whit é um dos atletas mais populares da escola, Wisty está se saindo bem também, tudo está bom.

Entretanto, a população elege um novo governo, e sofre algumas consequências. A Nova Ordem toma conta de tudo, controla a massa e tem um poder absoluto, O Único Que É O Único, que é o governante. A casa dos Allgod é invadida por policiais da Nova Ordem e Whit e Wisty são acusados de bruxaria. Os dois são tratados como prisioneiros de alta periculosidade e, separados de seus pais, são levados para uma espécia de reformatório, até que possam atingir a maioridade e serem executados, por consequência de seus "crimes".

Perdidos no meio de tudo isso e sem saber exatamente o que está acontecendo, os irmãos Allgood tentam decifrar o que seus pais não explicaram a eles e o que tudo aquilo tem a ver com eles mesmos. Eles, afinal, são realmente bruxos? Algumas perguntas permanecem no silêncio. Até que eles descobrem que existe uma profecia que pode mudar suas vidas radicalmente.

Acho que o ponto central da história e o que o livro propõe - isso é, o mundo novo e o governo criados por James Patterson e Gabrielle Charbonnet - são interessantíssimos, mas a escrita deles falhou muito. Bruxos e Bruxas teria tudo para uma distopia empolgante, bem construída, mas acabou ficando um pouco falho. Se os autores tivessem se deixado levar pelo sentimento de distopia, o livro seria magnífico. Entretanto, senti o tempo todo que eles estavam tentando escrever um livro jovem-adulto, e isso me irritou bastante. A linguagem deles para tratar de certos assuntos chega a beirar o incompreensível, de tão infantilizada. Eles tratam os jovens como se fossem lerdos demais para compreender algumas coisas - e acho que isso, que contradiz toda a história do livro (sobre a valorização dos jovens e das crianças) foi o que mais me irritou, sem contar os capítulos super curtos, que interrompem a narrativa no momento em que ela poderia deslanchar. (Pra vocês terem uma ideia, o livro tem 286 páginas, mas 104 capítulos. Fazendo as contas, um capítulo do livro tem algo em torno de 3 páginas. Exagero?)

Os diálogos são bastante forçados, e como alguém bem disse no twitter, "parecia a encenação de uma peça ruim". Nada ali é convincente, e para um livro que estava sendo anunciado como muito mais adulto do que realmente é, fiquei bastante chateado. Esperava algo magnífico, grandioso, cheio de cenas de ação, personagens bem construídos e recheado de elementos distópicos, mas o que foi apresentado foi algo bem abaixo disso. Não sei direito o que aconteceu, mas nem os irmãos nem os outros personagens possuem caracterizações realmente boas. Não senti muita diferença entre Whit e Wisty, e o romance principal do livro (que não é entre os dois, juro que esse não é um livro sobre incesto!) é bastante chato. Célia, o interesse romântico de Whit, aparece uma ou duas vezes no livro todo, e o namoro deles parece mais namoro de pré-escola do que qualquer outra coisa (do tipo "vamos pegar na mão. Eu te amo, viu?"). Talvez se eu tivesse lido o livro com doze ou treze anos, o acharia bem mais divertido do que foi. Entretanto, li com 19, e posso dizer que foi totalmente broxante.

O trabalho da Novo Conceito em cima do livro foi realmente muito bom, não podemos negar. A capa é soft touch, muito linda. A diagramação e o estilo usados é fenomenal. A tradução falhou em alguns momentos (e adaptou algumas coisas também, o que pra mim ficou ruim), mas de um modo geral está boa, e a revisão poderia ter arrumado alguns erros que cacei durante o livro, mas no geral também está boa.

A sensação que fiquei é que o livro é muito bom, mas para uma idade um pouco menor. Se você tiver algo entre doze e quinze anos, pode ser que leia o livro e o ame! Mas para quem estava esperando um livro um pouco melhor elaborado, pode ficar decepcionado.


Sorteio do livro Alma? de Gail Carriger


Sim, finalmente o sorteio do livro Alma? \o/ Quem leu a resenha do Renato aqui, sabe o quanto ele adorou o livro, né? 

Alexia Tarabotti enfrenta uma série de atribulações sociais, quiproquós e saias justas (embora compridíssimas) em plena sociedade vitoriana. Em primeiro lugar, ela não tem alma. Em segundo, é solteirona e filha de italiano. Em terceiro, acaba sendo atacada sem a menor educação por um vampiro, o que foge a todas as regras de etiqueta.
E agora? Pelo visto, tudo vai de mal a pior, pois a srta. Tarabotti mata sem querer o vampiro ― ocasião em que a Rainha Vitória envia o assustador Lorde Maccon (temperamental, bagunceiro, lindo de morrer e lobisomem) para investigar o ocorrido.
Com vampiros inesperados aparecendo e os esperados desaparecendo, todos parecem achar que a srta. Tarabotti é a responsável. Será que ela conseguirá descobrir o que realmente está acontecendo na alta sociedade londrina? Será que seu dom de sem alma para anular poderes sobrenaturais acabará se revelando útil ou apenas constrangedor? No fim das contas, quem é o verdadeiro inimigo, e... será que vai ter torta de melado?

a Rafflecopter giveaway
  • A primeira entrada é livre e, para mais chances, preencha as demais opções. 
  • É necessário ter endereço de entrega no Brasil.
Boa sorte ;)

[Resenha+Promo] O Futuro de Nós Dois - Jay Asher e Carolyn Mackler


E eu não paro de pensar... e se?

Emma acabou de ganhar seu primeiro computador - presente do seu pai que acabou de ter uma filhinha com a esposa. Enquanto instala e fica em dúvida sobre o descanso de tela com labirinto 3D ou o encanamento, seu amigo e vizinho Josh lhe "presenteia" com o CD da AOL para que ela possa acessar a internet.

Depois de concluir o cadastro, surge uma página muito estranha escrito "facebook" no topo, pedindo email e senha. Ela então se depara com uma pessoa muito parecida com ela, mas um pouco mais velha. Emma e Josh então passam a explorar esta página e descobrem que se trata deles, mas no futuro. Ela percebe o quanto parece infeliz no futuro através das frases postadas, enquanto Josh parece muito bem. Ela quer fazer pequenas alterações no presente, mas isso pode influenciar também o futuro de Josh.
"Mas se Emma está agindo toda sorrateira para mudar o futuro dela, pode sem querer bagunçar o meu. E eu adoro o meu futuro! Uma pequena onda criada hoje pode causar um tufão daqui a quinze anos."
Desde que assisti Efeito Borboleta e surgiu na tela a frase da Teoria do Caos "É dito que algo tão pequeno como o bates das asas de uma borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo" passei a pensar (ainda mais) em tudo que pode alterar nosso futuro. Se você saísse de casa um minuto mais cedo, o que isso alteraria na sua vida? E se optasse por estudar pedagogia e não administração? E se? É algo complexo de se pensar, mas até onde conseguimos fugir do nosso futuro, de algo que está fadado a acontecer?

Este livro me deixou dividida. Ao mesmo tempo em que eu queria algo mais profundo sobre o "e se", eu me colocava no lugar dos protagonistas. O que podemos esperar de dois jovens que se deparam com seu futuro? É desesperador, não? Sei lá, só o fato de você saber o que vai acontecer dali a quinze anos já tira a "naturalidade" de viver aquilo, certo? Como saber se você vai fazer as escolhas certas, no momento certo para ter aquilo? Eu, particularmente, acho que agiria da mesma forma que Emma: um desespero disfarçado e uma vontade de mudar o hoje para acontecer algo melhor amanhã. 

O livro é narrado pelos dois protagonistas e isto é feito de forma muito sensível. É possível saber quando Emma está narrando pelo clima triste que acompanha suas palavras, enquanto Josh é mais engraçado - mesmo se não houvessem as marcações. Essa oscilação de humor de uma página para outra é incrível! Eu me sentia triste pela Emma e, em seguida, estava rindo pelo Josh. Eu ainda esperava por mais referências dos anos 90 - elas até aparecem, mas são poucas -, mas só pela rotina deles dá para perceber que eles não vivem na era da internet (por favor, é muito engraçado quando a Emma pergunta como é possível usar o computador dentro do carro!).

No geral, este livro é 2 em 1. Ele pode ser um livro normal e só, mas também pode ser um livro reflexivo - depende do seu feeling (e é por sua conta se envolver com a história). Eu realmente gostei muito do livro por toda a apreensão que me acompanhou durante a leitura.

(Esta resenha contém 9 interrogações, perceberam? O futuro não é uma grande interrogação, afinal? - péra, aumentei para 11 interrogações agora, viram? Opa, 12. Parei. Sério.)

Sorteio do livro
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3 livros para aproveitar o final das férias


Sim, nós estamos atrasados! Por isso estamos indicando os livros já para o final das férias - ainda tem alguns dias, né?

A Música que Mudou Minha Vida (Robin Benway) por Ceile


Me surpreendi tanto com este livro que toda vez que olho para ele na estante, meus olhos brilham (eu acho). Sem dúvidas, é um dos livros que mais me surpreendeu. Eu achava que encontraria uma história bobinha adolescente e acabei encontrando um drama adolescente digno de atenção. Na verdade, o drama é por conta da protagonista, mas quem não ficaria bolada naquela situação? O livro conta com muitos momentos engraçados, mas em momento nenhum é superficial - ele realmente traz com transparência os problemas e dúvidas dessa menina que vê sua vida mudar depois que o ex-namorado faz uma música sobre o término do relacionamento deles e esta música explode. Ela então vira uma celebridade da noite para o dia, mas não é realmente o que ela queria (Audrey is the new Anna Júlia).



Morte Súbita - J.K. Rolling por Renato

Estou indicando por ser uma leitura um pouquinho mais pesada, mas nada muito tenso, pra quem quer ler uma coisa que nos faça refletir um pouco mais sobre o jeito que temos levado a vida e a forma com que estamos lidando com os problemas. Pra mim, esse livro foi life-changing, e todos os personagens são MUITO encantadores, além de ser da - CLARO! - rainha, a J. K. Rowling. O livro tem um enredo envolvente, narrativa rápida e cheia de detalhes. A história começa com a morte de Barry Fairbrother, que ocasiona uma grande mudança no povoado local, chamado Pagford. Como ele era membro do conselho da cidade, uma eleição para a vacância se inicia - e nela tudo pode acontecer. Você pode (e provavelmente VAI) acabar chorando.



A Seleção - Kiera Cass por Carol

Férias pede um livro bem levinho, divertido e gostoso de ler, certo? Pois assim é "A Seleção". O príncipe do país de Illea está na idade de se casar e, para isso, 35 jovens irão participar da seleção para ser a princesa do país. Para muitas garotas é um verdadeiro sonho, morar no palácio, ter uma vida de princesa e ganhar o coração do príncipe Maxon. Porém, America Singer não pensa assim. Tudo que ela quer é poder continuar a sua simples vida de musicista e assim poder casar com o seu namorado Aspen. Ela se inscreve na Seleção por pura obrigação e para satisfazer os desejos da sua família e de seu namorado, acreditando que não será chamada. Mas quando ela fica entre as 35 garotas selecionadas seu mundo muda completamente. Ela deixa sua família e parte para uma disputa que ela jamais imaginou participar, e nem almeja vencer. Mas ao conhecer melhor Maxon e ver o que ela poderá realizar como princesa, ela percebe que essa "nova vida" pode não ser tão ruim assim. É uma leitura apaixonante e completamente viciante. A história é divertida, com uma deliciosa mistura de aventura e romance. Para quem procura um boom livro para se entreter e passar o tempo, "A Seleção" é perfeito.




Dezesseis Luas - Kami Garcia e Margaret Stohl



Um livro que eu queria ler há tempos por conta de uma resenha positiva. Não me decepcionei.
 
O primeiro capítulo se inicia num pesadelo. Não o primeiro de Ethan, e muito menos o último. Em seu sonho ele está caindo e uma garota lhe pede ajuda. Porém ele não consegue segurá-la. Nunca consegue.

Ethan mora numa pequena cidade do sul dos Estados Unidos, e sua vida é bem pacata. É sempre a mesma coisa em Gatlin, as mesmas pessoas e futuros pré-determinados. Exceto que ele tem esses sonhos estranhos e inexplicáveis. No primeiro dia de aula uma aluna nova traz perturbação (a cidade odiava qualquer pessoa que viesse de fora) e sua vida muda para sempre. Pois a aluna nada mais é do que Lena, sobrinha do recluso e estranho da cidade. Ela não se encaixa em nada com aquela escola, mas a atração que um sente pelo outro é inevitável.

Mesmo sob a advertência dela, Ethan se envolve, não apenas com ela mas com uma família louca e uma maldição que perdura por gerações. Que pode separá-los para sempre. Que arrisca uma cidade inteira.

É raro eu ler um livro narrado por um rapaz, e mais raro ainda ver uma narração tão “apaixonada”. Sempre vejo declarações das garotas de como estão apaixonadas, de como tal rapaz é o homem da vida delas e tal. Porém dessa vez é um rapaz quem diz isso, quem demonstra, e achei super legal.

O enredo é misterioso e instigante, do tipo que sempre deixa aquela ponta solta para você continuar lendo e finalmente desvendar. E as pontas soltas não parecem terminar, mas não, a história não fica cansativa. Pelo contrário. Aliás, o romance dos dois também dá aquele up, aquela expectativa...

Cada personagem é bem singular, tanto da família de Lena quanto da família de Ethan (incluo os amigos e famílias dos amigos aqui). Todos muito loucos, sem brincadeira. Uma mulher que comanda uma cidade inteira contra uma adolescente, uma babá de idade não adivinhável que de vez enquanto deixa um osso na sua gaveta, um tio que decora a casa num estalar de dedos... Alguns personagens para revoltar, outros para admirar, e muitos ainda para duvidar. Não faltou riqueza para isso. E eu já disse que a história é apaixonante?

Esse primeiro livro deixa aquele final aberto, do tipo: ainda não acabou (tom de ameaça e risada perversa ao fundo, huahuahuahua). Inesperado e chocante, triste e esperançoso. Sacrifícios precisam ser feitos, e nenhuma escolha é fácil. Nenhuma.

Aos amantes da magia, dos romances platônicos, do mistério e de uma boa ação... É, acredito que tem um pouco para cada gosto. E uma história que pode envolver a muitos.




[Conto] Amor, minha salvação


Olhei pela varanda e o Sol estava muito forte. Não sei estava disposta a virar camarão na areia da praia. Resolvi ir pra piscina do hotel mesmo, lá eu poderia nadar sem ondas assassinas e vizinhos toscos. Pelo menos era o que eu achava.
- Por nada. - Ah, era só o que faltava! Virei e fiquei encarando aquele traste em forma de deus grego. - Hum, já ia pedir mesmo para você dar uma voltinha - disse ele me medindo dos pés à cabeça.
É sério que aquele cara que me salvou, todo cauteloso e preocupado, era o mesmo debochado que estava ali na minha frente?
- Qual é a sua? - Nossa, me senti a adolescente idiota falando isso, mas foi o que saiu da minha boca antes de eu virar e entrar na piscina. Eu precisava disfarçar a vermelhidão do meu rosto e acho que a água fria seria boa pra isso.
- Você vem perguntar qual é a minha? Quem te salvou ontem? Quem te carregou para o quarto enquanto você parecia uma pata afogada?
- Eu não pedi pra você fazer nada disso! - Pronto, eu estava fazendo justamente o que ele queria. Ele conseguiu minha atenção.
- Ah, então eu tinha que te deixar morrer afogada? Isso era bem tentador, mas não queria ficar com peso na consciência quando encontrasse seus pais no elevador, sua mal-agradecida! - Por mais idiota que ele fosse, eu poderia deixar isso claro em outro momento, não quando ele estava pedindo reconhecimento. - Aliás, cadê aquele seu namorado não-encoste-na-minha-mina? Ele é tão mal-agradecido quanto você, mas um pouco mais otimista. É séro que ele achava que tiraria você da água enquanto cantava umas meninas do outro lado da rua? - Fiquei olhando incrédula para ele. O discurso não ia terminar tão cedo. E eu não estava afim de ouvir. Saí da piscina e me enrolei na toalha. E ele continuava: - Estou inconformado que molhei toda minha roupa, enchi meu tênis de areia enquanto ele tinha o poder de tirar a água com a força do pensamento. - O sarcasmo escorria das palavras dele. Eu estava ficando ainda mais irritada ao ouví-lo falar do meu ex como se fosse atual (mas o que ele iria pensar de um cara que viaja atrás da menina e não larga do pé dela?).
- Ele não é mais meu namorado faz tempo, cala a boca! - Não sei como ainda me surpreendia com as idiotices que saíam da minha boca.
- Porra, ainda bem, porque... - eu seu que era uma péssima ideia e iria me arrepender no momento em que fizesse, mas ele precisava parar de falar. A voz dele estava me irritan...
Nem em todas as baladas que fui tinha provado lábios tão macios como aqueles! Fui impulsiva, porque logo já estava pensando na vergonha que seria quando ele me empurrasse para longe me chamando de louca, mas fiquei realmente surpresa quando ele segurou minha nuca e me puxou mais para perto, enlaçando minha cintura com um braço.
Seu toque era quente e meu corpo gritava por mais - depois de quase um mês de férias reprimindo a atração que sentia por esse cara tão grosso ao mesmo tempo que gentil. Estava me sentindo confortável demais ali, despertando inclusive meus pensamentos impublicáveis e era bem difícil manter só na cabeça aquelas coisas enquanto ele descia a mão pelo meu quadril, me puxando para ainda mais perto do seu corpo. Sinceramente, não conseguia imaginar como ficaríamos mais próximos que aquilo. O beijo foi ficando mais intenso e eu estava perdendo o fôlego quando ele se afastou um pouquinho da minha boca e mordeu de leve meu lábio inferior. Eu estava tão envolvida naquele beijo que inclinei ainda mais minha cabeça para não perder o contato. Estava bom demais! Ele então afastou o cabelo molhado do meu ombro e deu beijos suaves no meu pescoço, demorando um pouco mais algumas vezes. Eu arfei quando minha toalha caiu e pude jurar que suas mãos vacilaram e pude ouvir sua respiração ainda mais intensa perto da minha orelha. 
Eu sabia no que aquilo iria dar, mas deixei rolar. As coisas não avançariam muito mais, já que estávamos na área da piscina do hotel e a qualquer momento alguém poderia chegar para um mergulho - mesmo o hotel estando quase deserto. Seus lábios voltaram a encontrar os meus e ele me puxou com certa firmeza para um canto onde ficava o hall da sauna. Se eu imaginava que as coisas não poderiam ficar mais quentes, estava totalmente enganada. Enquanto me beijava, suas mãos passeavam pelo meu corpo e ele me pressionava contra a parede. Aproveitei a oportunidade para explorar todo aquele corpo que parecia me desejar tanto. Eu sentia que ele estava tão "empolgado" quanto eu e foi aí que me lembrei das câmeras. É, não sei da onde surgiu esta lembrança importuna, mas fiquei totalmente constrangida só de imaginar alguém vendo aquele momento tão íntimo. 
Não queria, mas com as mãos em seu tórax, o afastei sutilmente, terminando nosso beijo. Fiquei sem jeito quando ele estreitou os olhos ao olhar para mim com um leve sorriso nos lábios. Mas agora estava feito: eu demonstrei que era realmente afim dele - e, depois desse momento maravilhoso, fiquei me questionando por que disfarcei tanto meu interesse, mas não foi difícil achar a resposta, já que ele fazia questão de se manter distante de mim, talvez porque meu ex não saísse do meu pé.
- NOSSA! - foi tudo que consegui dizer. Eu estava sorrindo e ele riu quando me abraçou de novo, mas desta vez de uma forma mais carinhosa, sussurrou algo como "porran" e beijou meu cabelo. OK. O que a gente faria agora? Só sabíamos conversar através de provocações e insultos, mas isso estava fora de cogitação por motivos óbvios.
- É... vamos subir? Acho que temos que conversar, né? - Felizmente foi ele quem falou, pois talvez eu, madura como sou, sairia correndo para meu quarto e teria ficado relembrando disso sem a menor chance de encará-lo de novo.
**************
Já fazia três meses que estávamos namorando. Tudo de negativo que eu pensava dele se desfez no momento em que voltamos para casa - para minha sorte, ele não morava muito longe de mim e era um verdadeiro gentleman, o namorado que eu sempre quis. Não fiquei tão surpresa quando ele falou que meu ex o havia procurado após o "resgate" para falar que eu era dele e fez umas ameaças "másculas", fazendo-o acreditar que estávamos juntos nas férias (e não que ele havia viajado para tentar reatar o namoro).
Estava terminando de secar meu cabelo quando meu celular tocou. Era meu ex para avisar que estava passando "por acaso" no meu bairro e queria me entregar um negócio. Até parece! Dele eu não queria nada, a última coisa que tinha me dado de surpresa tinha sido bem desagradável: um par de chifres! Desci fazendo uma prece silenciosa para meu namorado chegar logo e sairmos, mas assim que abri o portão, dei de cara com um buquê de rosas e meu ex com cara de arrependido. Ele não tinha desistido como eu havia pensado. Quando abri a boca para dispensá-lo, meu príncipe com cara de modelo internacional (sou babona mesmo!) estacionou o carro e me olhou sem entender.
- Oi, amor! - dei um selinho empolgado demais. Antes de ficar um silêncio constrangedor, meu ex que olhava desconfiado para meu namorado falou:
- Você não é...
- Sou, sou o namorado dela! - ele disse sem deixar o outro terminar a frase. 
Sorrindo orgulhosa e sem graça ao mesmo tempo, me despedi e disse que precisava mesmo ir. Pela cara que fez, acho que ele finalmente desistiu de mim.
Já no carro, meu namorado perguntou:
- O que ele queria?
- Não sei, você chegou antes dele falar - não consegui segurar o riso.
- De nada.
- Pelo quê?
- Te salvei de novo, mal-agradecida!


Alma? - Gail Carriger


Eu não costumo gostar muito de romances históricos - e não fazia ideia do que era steampunk - mas a maneira com a qual eu me apaixonei pela Srta. Tarabotti não pode ser comum, nem saudável. Um dos melhores livros de 2013 para mim, Alma? é um romance gostoso, rápido e bastante inteligente.

Tudo começa com Alexia Tarabotti sendo atacada por um vampiro durante a festa da Duquesa de Snodgrove, na biblioteca vazia. Estamos na Inglaterra Vitoriana, e vampiros e lobisomens fazem parte da sociedade inglesa. Entretanto, o que poucos sabem é que a Srta. Tarabotti esconde uma propriedade secreta: é uma preternatural. Isso quer dizer que ela não possui nenhuma alma, e que isso anula qualquer poder sobrenatural que possa ser usado contra ela. Sendo assim, o vampiro acaba não sendo bem-sucedido em seu ataque, e Alexia o mata por acidente.

Antes da moça começar a pensar no que fazer com o corpo, Lorde Maccon, representante do DAS (um órgão do governo responsável por administrar os sobrenaturais), que também é o Alfa da alcateia de lobisomens da região, e seu Beta, professor Lyall, chegam ao local do crime. Eles começam a achar a situação muito curiosa, levando em conta que o vampiro em questão não fazia ideia do que era uma preternatural, e acham tudo ainda mais curioso quando Alexia comenta que o vampiro que a atacou ceceava e parecia não ter nenhuma noção das regras de comportamento da sociedade.

Começando a suspeitar de que algo muito maior estava por trás de tudo isso, a Srta. Tarabotti inicia uma investigação por contra própria, contrariando o nervoso e másculo Lorde Maccon, que insiste em contradizê-la em tudo. Solteirona convicta e dona do próprio nariz, Alexia começa a se sentir balançada com o Lorde de ascendência escocesa ao prosseguir suas investigações e começar a correr perigo real. O que está acontecendo na Inglaterra? Porque vampiros antigos estão sumindo e outros - totalmente novos, inexperientes e alheios às regras - estão nascendo? Como controlar este risco tão grande à sociedade?

Pra falar a verdade, eu comecei esse livro sem grandes expectativas. Tinha lido uma ou outra coisa aqui e ali sobre ele, mas nem sabia bem do que se tratava. Steampunk pra mim sempre foi um enigma, e só depois de começar o livro e de muita pesquisa é que fui entender (parcamente) o que é (e se você também não faz ideia do que é steampunk, clique aqui para uma definição mais ou menos boa. Tivemos alguns exemplos de filmes steampunk nos últimos anos, ao que consegui deduzir, do tipo Van Helsing, Os Três Mosqueteiros (essa versão nova com o Logan Lerman), João e Maria - Caçadores de Bruxas e os dois novos Sherlock Holmes lançados pela Warner). Entretanto, o romance me surpreendeu de uma forma totalmente nova. Como eu já disse, não costumo gostar de romances históricos (aqueles com Lordes, Condes, moças com saiotes e sombrinhas), e acho que da minha pequena experiência, o meu preferido até agora era Liberte Meu Coração, da Meg Cabot escrevendo sob pseudônimo de Princesa Mia Thermopolis. Nunca gostei muito desses romances porque sempre achei chata a forma com que os personagens dialogavam entre si, aquela coisa fria e complicada. Mas Alma? quebrou totalmente o que eu pensava desse tipo de romances e fez com que eu devorasse o livro numa velocidade inimaginável, apreciando cada frase da Srta. Tarabotti e cada provocação do Lorde Maccon. Parece que toda a alma ausente em Alexia foi colocada no livro.

Essa é a Alexia, para o Lorde Maccon!

Gail Carriger escreve diálogos com uma facilidade incrível, e eu já estava quase me sentindo na Inglaterra Vitoriana e sentindo cheiro de chá. O livro flui rapidamente, e acho que os personagens ajudaram muito para que isso acontecesse. A Alexia é FENOMENAL, super inteligente, supera todas as críticas da família e não se entristece quando alguém solta um "solteirona" para ela - embora, sim, ela só tenha vinte e poucos anos. Lorde Maccon é o lobisomem mais Alfa e mais engraçado que eu já conheci nos livros, sempre provocando Alexia e a deixando muito brava com sua super proteção ou com suas cantadas. Todos os outros personagens tem uma graça encantadora, mas o par romântico principal funciona bem até demais. É daqueles que a gente fica até sem graça de não ter uma coisa parecida na vida real, sabem? É curioso como os diálogos do livro são super inteligentes, e ele é super bem construído. Nada de besteirol. As teorias são super plausíveis (até eu estava acreditando em vampiros em um determinado ponto! [-brinks]) e a inteligência do romance me fez ficar de cara no chão.

Esse sou eu conversando com o Lorde Maccon durante o livro.

Todo mundo pode - E DEVE - se aventurar em Alma? e conhecer Alexia e o Lorde Maccon. O romance é um pouco apimentado (sim, ele é um pouco hot) mas é super leve, comparado a alguns tons por aí. A Editora Valentina fez uma capa fantástica, uma diagramação muito boa e uma tradução impecável. Eu amei o livro em si, e acho que tudo funcionou muito bem. A resenha não ficou nada do que eu esperava (eu queria ter feito uma resenha MUITO MELHOR pra falar desse livro pelo qual eu me APAIXONEI, mas não consegui! Foi mal, pessoal!) mas ainda assim, leiam Alma? e sejam felizes!


Mini-Opiniões: Noite Eterna - Claudia Gray


Mini-Opiniões é uma coluna original do blog português Estante de Livros que eu adaptei aqui para o blog.


Peguei este livro emprestado (em 2010) com a minha amiga depois de muito relutar. Não sei exatamente o que eu pensava, mas eu realmente não queria "mais uma história de vampiros" e bastou a primeira surpresa - que eu não vou falar, mas não é exatamente um spoiler e você pode encontrar em qualquer resenha por aí - para eu me apegar de vez ao livro. Estamos acostumados com vampiros sedutores que despertam os desejos secretos das mocinhas e este livro não tem nada disso! É uma história quase ingênua, mas não menos madura. Tudo é apresentado de forma gradual - já que acompanhamos tudo pela visão da Bianca, uma menina que foi estudar na estranha escola Noite Eterna, onde seus pais são professores. Este é só o primeiro livro, mas ele é cheio de segredos e revelações, de forma que deixa algumas coisas para depois, mas o que é apresentado ali, é esclarecido. Eu mais do que indico - independente do tema estar batido, aqui encontrei uma história genuína, cativante e surpreendente. O mérito do sucesso da história também se deve à narrativa deliciosa da autora - as páginas praticamente voam.


No próximo post, falo do segundo volume, Caçadora de Estrelas =)

Vocês podem conferir o Mini-opiniões de Wake, Fade e Gone aqui e A Vidente e A Sensitiva aqui.



Noah Foge de Casa - John Boyne

Um livro que mexe com a nossa imaginação e, claro, com as nossas emoções.


Nesse livro conhecemos Noah, um menino de 8 anos, que acha que ainda não fez tantas coisas importantes na vida (mas isso é apenas uma desculpa, algo para esconder o real motivo), e assim decide fugir de casa para descobrir novas coisas, e viver novas aventuras. Em uma certa manhã, Noah levanta mais cedo que seus pais e sai de fininho de casa, para não correr o risco de acordá-los e estragar todo o plano. E assim vai caminhando, caminhando, e caminhando, passa por duas cidadezinhas, onde não foi recebido com muita amistosidade; até que ele chega em uma loja de brinquedos, onde todos brinquedos são feitos de madeira, nada de plástico, nada de metal, apenas madeira. 

Uma loja nem um pouco normal, um lugar em que as portas andam, as louças se lavam e animais falam... Noah conhece o dono da loja de brinquedos, um senhor misterioso, que tem muitas histórias para contar e ali nasce uma amizade que, no meu ver, é verdadeira. Mas não apenas esse senhor tem histórias, Noah também tem, é um menino novo, sim, mas tem muito a nos contar e a nos ensinar. Mas e aí, por que Noah fugiu de casa?


"– Nunca queira ser o que você não é – disse o velho mansamente – lembre-se disso. Nunca deseje mais do que lhe deram. Seria o maior erro da sua vida."

Gente, não sei nem o que dizer sobre Noah foge de casa, sério, fiquei adiando a leitura pra ver se não acabava nunca, mas são pouquinhas páginas, não deu pra demorar tanto. É uma leitura gostosa, com narrativa rápida, e fluída, me prendeu tanto que quando eu fui pensar em parar, já tinha acabado. Boyne tem um dom de fazer muito com pouco. Noah é um protagonista muito cativante e que, mesmo sendo novo, é muito esperto, às vezes eu até esquecia que ele tinha apenas oito anos. Com uma capa linda e que tem tudo a ver com a história, com uma diagramação perfeita, a Cia. fez um trabalho incrível nesse livro. E tem algumas ilustrações no decorrer do livro, sério, me encantou, achei esse livro um amor em todos os pontos.

Está óbvio, mas tenho que dizer, R E C O M E N D O (em caixa alta, com espaçamentos e tudo mais, para não restar duvidas na cabeça de vocês, haha). Recomendo esse livro pra todos, vai te encantar independente da sua idade, do seu gosto literário; ele fala de assuntos importantes, mas de uma forma leve e descontraída, do jeito que só o Boyne sabe fazer. É impossível parar de ler e acho mais impossível ainda desagradar alguém, não dá pra achar defeitos no livro... Enfim, falei, falei, falei, mas acho que a única coisa que eu precisava dizer sobre o livro é: Leia, você não vai se arrepender!







[Conto] Estrelar em preto e branco



"Meu - talvez - erro foi ter te dado a liberdade. Quando você disse que ia e eu deixei. Não direi que rachou meu coração, pois não sei se eu ainda tinha um. Não deixarei que seu sorriso me faça mudar de ideia. Lembra quando estávamos admirando as estrelas e então eu te disse que a lua era única? Sempre te disse que o que realmente importava, era a lua, pois tinha qualidade. Estrelas, em si, só têm quantidade. Você sempre preferiu admirar estrelas, estão lá estávamos nós, deitados em um canto qualquer olhando vários pontos brilhosos no céu. Após, você sumiu, evaporou, se foi. Continuei minha vida, pra que chorar aos prantos por alguém que se foi por vontade própria? Qual seria o sentido da minha vida se eu a vivesse por você? Digamos, comprei o melhor apartamento que pude, da varanda eu só via estrelas, por que diabos eu não olhava para a lua? Porque eu sabia que a minha Lua, nesse momento, estava deitada, jogada em algum canto com um outro alguém. Lembro dos teus sonhos, voar, era o principal. Te ofereci que juntássemos dinheiro para comprar um avião, você riu. Hoje, percebo que queria asas. Queria liberdade, queria um vida sem… Bom, queria um vida sem que eu não interferisse. Hoje? Estou vendo que as estrelas realmente são lindas, e todas iguais a olhos nus. Talvez uma brilhe mais que a outra, talvez essa leia livros, aquelas, sem brilhos, quase apagadas, são a que precisam acordar para a vida e perceber que algum dia alguma coisa irá dar certo na vida delas. Nesse exato momento, estou vendo tv, comprei a melhor da loja. Ela está em preto e branco, aliás, tudo na minha vida está meio sem cor quando percebi que te sufoquei com minha solidão."

Texto enviado através do Concurso Cultural Especial de Dia dos Namorados. 1º Lugar.
Autoria: Jéssica Vieira. 
Proibido copiar ou reproduzir sem autorização.

[Conto] Conversas de Supermercado


- Moça...
- Pois não?
- Só uma perguntinha: onde você achou essa manteiga de amendoim?
- Como?
- Essa manteiga de amendoim no seu carrinho. É a minha favorita. Sempre compro, mas não achei em lugar nenhum.
- Ah, estava logo no final do corredor. Perto do doce de leite. E da geleia. Em frente aos pães.
- Humm. Não devo ter olhado direito. Obrigado.
- Quer ir lá pegar? Dá tempo, a fila ainda não andou. Eu guardo o seu lugar.
- Ah, não. Foi bom mesmo eu não ter visto. Agora crio vergonha e aprendo a cozinhar.
- Hã?
- Pão de fôrma com manteiga de amendoim. É o meu jantar todas as noites.
- Cruzes! Sua esposa não diz nada?
- Não. Moro sozinho.
- Ah.
- É.
- Vocês homens se alimentam muito mal, comem todo tipo de porcaria. Por isso ficam desse jeito.
- Que jeito?
- ...
- Cê tá falando dessa barriguinha, né?
- ...
- Eu sei que tá. Fica vermelha, não, isso é bobagem. Admiro gente sincera. Eu não fui sempre assim, sabia? Vou voltar a malhar.
- Que é isso, você tá normal.
- Tô nada. Eu era saradão. Agora engordei um pouquinho. O cara fica barrigudo e tem que ter humor pra dar um carisma. Vou acabar virando o Leandro Hassum.
- Eu gosto do Leandro Hassum.
- ...
- No bom sentido, sabe? Não quis dizer... Ele é engraçado, entende?
- Tá, tá, tá. Não precisa ficar vermelha de novo. Vou te dizer um negócio: se eu tivesse aquele talento pra piada, vivia ganhando dinheiro com a revista Seleções.
- Você lê Seleções?
- Leio pelas piadas. Você lê?
- Anham. Leio pelas histórias reais. Gosto quando são de amor. Acredita que um homem nos Estados Unidos conheceu a esposa na sala do dentista?
- Mas que sorte, hein?
- Pois é. Queria viver uma coisa assim.
- Pois é.
- Pois é.
- Mas essas coisas acontecem pra gente como você. Pode ter certeza. Você é muito...
- O quê?
- Nada.
- Gorda? Magra? Esquisita? Sardenta?
- Xiii, você é daquelas que não deixam passar nenhum detalhe.
- Não ligo para o que pensam de mim. Mas eu sou o quê?
- Você é muito gentil.
- Ah, não... Minha tia-avó é gentil.
- Isto é ruim?
- Ela é solteira aos 75.
- Ainda dá tempo. Já ouviu falar em baile da terceira idade?
- Está me dizendo que eu só vou casar na terceira idade?
- Não, eu...
- O quê, acha que um homem precisa de séculos pra se acostumar comigo?
- Não, eu...
- Tá dizendo que eu tenho cara de futura jogadora de bingo e paqueradora de baile beneficente?
- Não, eu...
- Ei, eu tô brincando.
- Puxa vida, quer me matar?
- Devia ver a sua cara!
- Muito engraçado...
- Ui, minha vez...
- Ah.
- Ah...Pois é. Tchau.
- Tchau, moça...
- Ana. Meu nome é Ana.
- Muito prazer, Ana. O meu é Roberto. Pode me chamar de Beto. Ou de Betão se a minha barriga for muito escandalosa.
- Prazer, Beto. Vou torcer para achar uma piada sua na Seleções.
- E eu vou torcer para ler a sua história de amor.
- Toca aqui.
- Fechado.

*****
- Seu Alfredo? Está tudo bem com o senhor?
- Boa noite, Simone. Está tudo bem. Mas por quê?
- É estranho ver o gerente do supermercado parado assim. Por isso perguntei.
- Tava olhando aquele homem ali, meio barrigudo. Tá vendo? Faz três semanas que eu vejo ele aqui. Sempre nesse horário. Compra pão, manteiga de amendoim e fica olhando em volta como se estivesse procurando alguém. Estranho, né? Pior que nunca dá certo e ele sempre volta no dia seguinte. Dá pena. Nem sei o que pensar.
- Deixa ele, seu Alfredo. O que a gente quer achar, a gente acha. É só deixar passar o tempo.
- Xi, deu confusão no caixa 4. Olha ali: parece que uma mulher deixou cair as compras. Aquela ali, ó. Com um exemplar de Seleções na mão. Vou chamar alguém.
- Chama não. Olha o seu barrigudo chegando para ajudar...Nossa, ela parece tão surpresa. Olhando assim, a gente acha até que já se conhecem.
- E eles não param de conversar. Estão até saindo juntos...Ele nem levou as compras.
- Não levou? Que bom. Levou três semanas, mas ele achou o que tanto procurava."

Texto enviado através do Concurso Cultural Especial de Dia dos Namorados. 2º Lugar.
Autoria: Laís Passos Nóbrega de Souza. 
Proibido copiar ou reproduzir sem autorização.