"Depois de se apaixonar pelo terapeuta e passar por desventuras, que conquistaram diversos leitores em "Freud, me tira dessa!", Catarina, agora encara uma série de descobertas sobre si própria e o mundo. Numa temporada fora do país e em meio a novas oportunidades, amores e amigos, Cat descobre que, mesmo distantes, sentimentos não resolvidos de seu passado podem se fazer presentes. Ela confronta traições, inseguranças, dúvidas e os riscos das escolhas adultas diante do dinheiro, do sexo e do amor. Com a mesma dose de emoção e humor, mais um vez, Cat recorre ao pai da Psicanálise para se segurar nos desafios da vida adulta." Sinopse retirada do Skoob
Muitas pessoas conheceram a escrita da Laura através do seu primeiro livro Freud, me tira dessa, mas eu acabei fazendo o caminho contrário e comecei pelo último livro - apesar de falar da mesma personagem, a história é independente, narrando do começo ao fim uma fase da protagonista. Claro que, provavelmente, quem lê na sequência, já está mais familiarizado com os personagens e os dramas da vida de Cat, mas isso também não demora para acontecer aqui, graças à naturalidade da narrativa que nos coloca na vida dela em poucas páginas. Alguns spoilers durante a leitura são inevitáveis, mas acredito que não me atrapalhará a leitura do livro anterior.
Como um bom chick-lit, o livro tem seus momentos clichês, mas a autora não deixa de surpreender com reviravoltas inesperadas. Quando eu achava que daria certo, deu errado; quando achava que daria errado, deu certo. É interessante este vai-e-vem da história, algo bem próximo da realidade - não tem aquele momento "felizes para sempre", não com o "sempre", pelo menos, já que a vida é uma constante e coisas boas e ruins acontecem o tempo todo. Alguns livros tem seu momento "daqui em diante as coisas começam a se ajeitar" e é possível ver esta mudança em Freud, me segura nessa!, porém, elas não se mantém ajeitadas, já que mais coisas acontecem e novos problemas surgem na vida de Cat.
É muito engraçado acompanhar tantas mudanças na protagonista em apenas 270 páginas. Temos o deslumbramento com sua nova posição profissional, suas ambições, sua nova paixão e, entre tantas coisas boas, temos a vida real - é, de estável a vida dela não tem nada. Novas descobertas significam novas dúvidas e, com elas, mais confusões. Logo Cat sente a necessidade de fazer terapia. Apesar de poucas aparições, sua terapeuta é fundamental para auxiliá-la nas tomadas de decisões, ajudar a amadurecer e olhar para o outro. Esse foi um ponto que senti muita falta nela: o altruísmo. Dava a impressão que ela só conseguia olhar para si, julgando outras pessoas (por mais vacas que fossem), mas antes de ter a oportunidade de conhecer, de fato, o outro. Mas aí tem a parte maravilhosa dela convivendo com pessoas bem diferentes dela e fazendo a diferença na vida daquela galera. Esses novos amigos ganharam um lugar no meu coração ♥
Freud, me segura nessa! é um livro ágil e gostoso de se ler, do tipo que te faz ficar apegado aos personagens e desejar um livro só deles, além de passagens divertidas, o que dá leveza aos dramas vividos pela protagonista. Sem dúvidas, recomendo muito a leitura. Um chick-lit com jeitinho brasileiro, que faz a gente se enxergar na protagonista - Cat é um pouquinho de cada mulher e a identificação é inevitável.