O Diário Secreto de Lizzie Bennet - Bernie Su e Kate Rorick

Pra quem acompanhou a webserie The Lizzie Bennet Diaries, esse livro estava sendo MUITO aguardado. Eu nem sabia que a Verus ia lançar aqui, mas quando ela lançou, queria muito ler! Não fui decepcionado.

"Jane Austen certamente teria aprovado." - People Magazine.

Lizzie Bennet é uma estudante da pós-graduação em Comunicação que faz vídeos para o Youtube como projeto de pesquisa, narrando sua vida e a de suas duas irmãs, além de narrar os problemas com a mãe, que as pressiona para arranjar um casamento de uma forma fora do normal.

Entretanto, quando Bing Lee chega à pequena cidade no interior da Califórnia com seu amigo William Darcy e sua irmã Caroline, a vida das irmãs Bennet vira de cabeça para baixo. A mãe de Lizzie, sentindo de longe o cheiro da carne solteira e descompromissada da rica família Lee, logo propõe um encontro entre Jane, Lizzie e Lydia com os novatos da cidade. É assim que a vida de Lizzie, que já tinha problemas de sobra, se transforma em um verdadeiro enredo de novela.

O livro é uma adaptação moderna do clássico Orgulho e Preconceito, e além de livro é também uma webserie ganhadora de um Emmy®.

Não tenho como resenhar esse livro sem ser completamente honesto: não foi a coisa mais bem escrita que eu já li e - meu Deus - como está mal traduzido e revisado. Eu não sei qual foi a do tradutor, mas ele teve sérios problemas com esse livro (o auge da tristeza foi traduzir "energetic" para "energética", e não "enérgica", que é obviamente o adjetivo cabível, e isso me irritou profundamente). A tradução da Verus dá tristeza de ler. Em algumas passagens eu sabia exatamente qual era a palavra em inglês utilizada, mesmo lendo em português - e também sabia que a palavra traduzida estava errada ali, ou fora de contexto.

Entretanto, mesmo tendo os problemas de diálogos plásticos e uma tradução e revisão deploráveis, o livro é MUITO bom! Eu adorei, sinceramente, e me senti assistindo novamente a webserie, que por si só já é incrível. O que eu amo disso tudo é que quando eu leio "adaptação moderna" eu já torço o nariz, porque normalmente para mim é sempre forçado. O Diário Secreto de Lizzie Bennet, assim como a webserie, nunca foi forçado! Sempre criou coisas plausíveis e adaptações muito bem feitas para todo o enredo do clássico de Jane Austen. O livro é envolvente, completo e, claro, instiga a ler a obra clássica.

O carisma dos atores na série que fez com que todo mundo tenha se apaixonado por ela é perdido no livro, que possui apenas o plano escrito. Entretanto, ainda assim, o livro consegue conquistar nossos corações e resume muito bem o sentimento da webserie. E, é claro, você não precisa ter visto a série para ler o livro (inclusive existem muito mais coisas narradas no livro do que na webserie). Acho apenas que o encontro final e a conversa entre Lizzie e Darcy acabou sendo contada de forma muito rápida, sendo que merecia muito mais parágrafos e diálogos. Mas não tem como ser perfeito, certo?

Portanto, tirando os sérios problemas da edição brasileira, o livro é sensacional! Vale muito a pena e é um item obrigatório pra quem gostou da webserie, assim como eu. (Deixo aqui embaixo pra vocês - BAM! DE FORMA INESPERADA - o primeiro episódio da webserie! ASSISTA! Tem legenda em português, é só habilitar.)


Infinity Ring: A Maldição dos Ancestrais - Matt de La Peña

Resenhas anteriores: Um motim no tempo I / Um motim no tempo II | Dividir e Conquistar | O Alçapão

E a aventura continua...

Dak, Sera e Riq estão no antigo Império Maia, porém sem fazer a mínima ideia em qual época se encontram. O Anel devia levá-los ao ano 1562, quando os Espanhóis já estavam por lá. Porém se descobriram no século VII, ou seja, estavam adiantados um milénio. Sera não fazia ideia em que tinha errado, porém Riq acreditava que estavam lá para um propósito: afinal algo muito importante estava acontecendo naquela época também.

"— Amigos, por favor, juntem-se à nossa pequena cerimônia. Estamos pedindo aos deuses para não destruírem nossas plantações. E pedimos também uma viagem tranquila para nossos vizinhos Calakmul, que estão vindo estudar nossas descobertas."

Porém ficava muito difícil para Sera se concentrar em qualquer coisa com a imagem do Cataclismo em sua mente. Afinal, imagens antes bloqueadas estavam vindo em forma de lembranças, e elas não eram nada bonitas. O quanto Sera podia suportar daquela missão? Não passava apenas de uma criança. E Dak morre de saudades dos pais, e pergunta a si mesmo se aquela missão toda vale mesmo a pena. Principalmente porque não tem ideia de como os seus pais estão. Já Riq conheceu uma jovem maia que está mudando completamente o rumo daquela viagem.

“Enquanto esperavam, Riq começou a pensar em sua nova vida, no quanto ela seria diferente. Poucos dias antes, ele estava cem por cento comprometido com sua missão como Guardião da História. Estava no seu sangue... e sempre estaria. Naquele momento, porém, ele estava deixando de lado a luta dos Guardiões da História. Sua lealdade seria apenas ao povo de Izamal. E a Kisa. Seu coração palpitava dentro do peito só de pensar em acordar naquela selva todos os dias pelo resto da vida."

É a primeira vez que vejo os personagens chegando a algum lugar cheio de preconceitos, o que apenas mostra o quanto a SQ interferiu na história. Pois tudo o que eles acreditavam sobre os maias era que eram violentos, brutos e supersticiosos. Não foi com pouca surpresa que descobriram a gentileza, inteligência e sabedoria maia. Agora os três estão se perguntando, chocados, se não poderiam apenas consertar a história, mas sim melhorá-la. Afinal o povo maia merece muito mais do que a extinção quase completa de sua cultura.

Muitas novas questões também entraram nesse livro, e uma continuidade que eu não esperava muito que acontecesse com uma história contada por autores diferentes. Eu realmente não esperava que alguns detalhes permanecessem, como o gosto de Dak por queijos, ou o lado taciturno de Riq. Além disso, as crianças estão se mostrando cada vez mais maduras, o que seria impossível não acontecer depois de tudo o que passaram.

Por fim, a história tem desenrolado muito bem, com pontos de continuidade importantes. Conseguimos seguir os passos dos nossos amigos, acompanhando tudo o que tem acontecido ao longo da história, fora que a linguagem descontraída pode conquistar leitores de qualquer idade. É uma série de livros gostosa de se ler.

Infinity ring: O Alçapão - Lisa McMann


Resenhas anteriores: Um motim no tempo I / Um motim no tempo II | Dividir e Conquistar

Mais um motivo para querer saber o final da estória... A História está sendo consertada aos poucos, porém isso pode trazer consequências desagradáveis para um dos três jovens.

Sera, Dak e Riq estão no ano de 1860, nos Estados Unidos. Talvez tenha sido agradável para eles estar novamente em seu país de origem, mas a situação não era exatamente a das melhores. Acontece que nessa época o Sul do país ainda é muito à favor da escravidão, e uma lei faz com que qualquer negro possa ser capturado, em qualquer parte do país, e levado ao Sul para ser vendido. Riq, por conta de sua cor, acaba sendo capturado, e Dak e Sera precisam encontrar não apenas Guardiões da História como também abolicionistas, para que assim pudessem libertar Riq e corrigir a Fratura. O problema é que Riq se encontra com uma antepassada sua e quer fazer de tudo para ajudá-la. Não importasse se isso pudesse mudar sua missão ou... sua própria existência.

“Depois de anos sofrendo com aquele fenômeno [Reminiscências], Riq chegou à conclusão de que só podia significar uma coisa: não era para ele estar vivendo tudo aquilo. Riq não deveria existir.”

A escravidão, mais do que qualquer outra coisa, é bem focada nesse livro. Principalmente porque Riq, por ser negro, é capturado. Ele, principalmente, sentiu na pele como foi esse passado obscuro na história da humanidade. E como era também cruel e injusto. Gostei do assunto ter sido abordado nessa série. Se teve um ponto negativo foi o estilo linguístico da fala dos personagens do passado. Eles usam o “vossa mercê” ao invés de você, mas o resto de suas palavras e expressões não acompanharam o termo. Ficou parecendo uma mistura bizarra ao invés de mostrar as diferenças vocabulares dos personagens do presente e dos personagens do passado. Achei desnecessário. Fora que algumas vezes é usado o “você”...

Acredito que esse terceiro livro tenha dado uma guinada por conta de Riq. Como falado no primeiro livro, nada mudaria para os três enquanto eles estivessem viajando no tempo. Então é mais uma questão para ser colocada no final, mais um motivo para terminar de ler a série, rsrsrs. Não que ela precise de mais, a narrativa é leve, o enredo interessante (principalmente para o público infantil) e a ideia da série ainda está valendo.

Não posso deixar de recomendar, novamente, para aqueles que apreciam, nem que seja um pouco, de História. E se não, irão gostar de vê-la contada de uma maneira diferente. Mesmo sendo um livro mais infantil do que juvenil, a inocência do enredo (por se passar com crianças) é uma boa chamada para se aventurar na estória.

Mini-Opiniões: Put Some Farofa - Gregorio Duvivier

Com alguns textos inéditos e a maioria já publicado entre a Folha de S. Paulo, blogs independentes e os vídeos do Porta dos Fundos, "Put Some Farofa" reúne crônicas, roteiros, narrações, contos, etc. O livro é muito bem escrito, tem uma genialidade própria do autor e consegue arrancar boas risadas aqui e ali.

O texto que dá nome ao livro, publicado previamente na Folha de S. Paulo, é sensacional e resume muito bem tudo o que o livro comporta. De críticas sociais à textos promocionais, "Put Some Farofa" passa bem o que o autor pretende passar, embora faltem textos novos e, se você acompanha a coluna do autor na Folha e é um fã de Porta dos Fundos, você terá apenas mais do mesmo.

Outro ponto bastante característico é a visão política do autor, que pode não agradar a todos os gostos. Eu, sinceramente, não me incomodo, mesmo não tendo a mesma visão política dele. Mas, se baseando na coluna dele no caderno Ilustrada da Folha, você pode saber se gostaria ou não de ler um livro inteiro.

Gregorio Duvivier, em um dos contos mais geniais, remonta a escrita de vários escritores brasileiros do cânone, como Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Rubem Fonseca, etc. Vale a pena ler algo de um autor que, para mim, é um dos mais importantes escritores brasileiros da atualidade e em breve juntará seu nome ao cânone.

Separados - Pauline Alphen



Resenha anterior: Os gêmeos

Cuidado! Spoiler do último livro.

No segundo livro da série “Crônicas de Salicanda”, Claris está em um momento delicado, aparentemente em estado de choque. Ficava repetindo para si mesma as coisas que não conseguiu dizer, sua mente se focando nos últimos terríveis acontecimentos. Acreditava que tanto o seu irmão quanto o seu pai estavam mortos, e o seu estado movimentaram os Elementais a tentar cuidar dela como podiam. Infelizmente, ela precisava perder a memória.

Mas, ali onde deveria achar o seu nome, a menina só encontrava o vazio. Dentro dela só havia sensações. Sensações primitivas, brutais. Fome, calor, sono. Ela as vivenciava como a necessidades, mas não as pensava, não lhes juntava palavra alguma. Cheiros, sim, e sons. Nenhuma palavra. Seu nome, seu passado? Não se lembrava de nada. Nem de quem era nem de onde vinha.

Enquanto Claris está em outra dimensão (como eu acredito que ela esteja), Jad está em outro plano. Seu espirito se desprendeu do corpo, assim como Ugh, porém não estão realmente mortos. Ugh está todo confuso com sua situação, enquanto que Jad tenta entender tudo o que aconteceu no Jogo dos Mil Caminhos e onde estaria a sua irmã. Enquanto isso, através de enigmas, um anjo quer conversar com eles.

Esse, por assim dizer, é o início da estória, mas não sei bem se posso afirmar isso. Por exemplo, o livro tem quase 300 páginas, mas a amnésia de Claris acontece quase na metade. O mesmo se dá com a conversa de Jad e Ugh com o anjo. Com isso eu quero mostrar o quanto o livro foi lento, pelo menos para mim, e o quanto foi decepcionante. Se o primeiro livro foi cativante, esse segundo foi maçante. Até demais, tirando toda a minha curiosidade e expectativa com os próximos livros.

Em primeiro lugar, quanto tempo havia se passado, afinal? A narrativa deixou essa questão um pouco confusa, principalmente com a sinopse dizendo que se passaram dez anos (???). Em segundo, muitas descrições, suposições, conversas, achei extremamente desnecessárias. Eu não entendi o que a autora queria com aquilo, ou se tinha mesmo um bom objetivo em mente. Enfim, é uma pena que eu tenha me decepcionado tanto com o enredo (ou a falta dele). Parecia mesmo ser uma estória interessante, porém não tenho a mínima vontade em continuar com a série.

[Resenha+Promo] After - Anna Todd

Este é o segundo livro original de uma fanfic do One Direction que eu leio (veja Loving the band) e: 1. Só conheço 4 músicas deles; 2. Só sabia quem era Harry e Zyan (sabia assim mesmo, no passado, porque fui stalkear as coisas da fic atrás de spoilers e vi quem era quem - olha o absurdo que esse livro fez!)

Tessa, de 18 anos, sai de casa, onde mora com a mãe, para ir para a faculdade. Até então sua vida se resumia a estudar e ir ao cinema com o namorado doce que conheceu ainda criança. No primeiro dia na faculdade, onde ela passa a dividir um quarto com uma amiga que adora festas, Tessa conhece Hardin, um jovem rude, tatuado e com piercings que implica com seu jeito de garota certinha. Logo, no entanto, os dois se envolvem e Tessa, que era virgem, vê sua sexualidade aflorar. Hardin é inspirado em Harry Styles, um dos membros do One Direction. Os outros quatro músicos da banda Zayn, Niall, Louis e Liam também viraram personagens na trama. Tessa logo descobre que Hardin possui um passado cheio de fantasmas e os dois começam um relacionamento intenso e turbulento. Depois dele, ela nunca mais será a mesma.

A única coisa que eu sabia do livro era justamente que ele era uma fanfic da banda, então não sei dizer muito o que eu esperava (definitivamente, não era nada muito positivo), mas aí que eu começo a ler e me dou conta que se trata de um New Adult, ou seja: carrega tudo que mais amo/odeio na literatura. Esse amo/odeio é porque esses livros me deixam de um jeito meio surtada, despertam o que há de pior em mim e, quando me dou conta, tô apaixonada por um cara MUITO escroto e babaca. E, ainda pior: tô torcendo para o casal dar certo. Não é algo digno de orgulho, mas é a verdade. Em minha defesa, digo que isso só acontece na literatura, porque na vida real tenho pavor (sério) dessas relações nada saudáveis. Se você é assim também, vem cá, me abraça!

"Ele me faz rir e chorar, gritar e gritar, mas acima de tudo ele me faz sentir viva."

O que mais me incomodou não foram as possíveis falhas no enredo, os clichês que sambam do início ao fim ou a tolerância infinita da protagonista. Dessas coisas, consegui ver um lado positivo; em compensação, a babaquice do Hardin me irritou tanto, mas tanto. E se você acha que a autora teve limites em explorar as idiotices dele, desiluda-se: ele pisa, arrasta e nem olha pra trás para ver o estrago. Não é como nos outros livros que o cara fala besteira e logo volta atrás. Ele fala e reafirma! Poderia dizer que ele é muito orgulhoso (e é), mas ele é muito ordinário (AI QUE ÓDIO). De fato, ele não sabe lidar com as coisas novas que estão acontecendo na vida dele, mas ele age da pior forma possível. Tem seu momento fofos? Tem, mas, definitivamente, não equilibra.



Agora as partes positivas de tudo aquilo que poderia ser ruim: eu clamo por um clichezão aqui, se não for, vai doer, viu? Como eu disse, não é nada saudável, mas é só ficção, então (acho que) não tem problema. A tolerância da Tessa é algo que eu preciso citar, porque, muito provavelmente, alguém vai reclamar de todas as "voltas" e perdões dela (inclusive vão chamá-la de idiota, aguardem), mas, por outro lado, ela explode e não é tão passiva quanto parece. Ele é babaca, mas ela vomita muitas verdades nele. Isso deixou tudo mais real pra mim, porque é mais ou menos assim que a gente age quando tá apaixonada, né? Acredita, volta, se magoa, grita, odeia, mas dá outra chance (aquela coisa de "estamos sofrendo separados, vamos sofrer juntos"). É um ciclo e só muda quando alguém deixa de gostar ou se arrumam de vez (não dá pra viver assim pra sempre, apesar de eu adorar as tretas).

É notável (e louvável) a mudança dos personagens no decorrer do livro, mesmo que eles mantenham certos traços, mas é a vida, ninguém muda sua personalidade de uma página para outra (e eu odiaria se isso acontecesse) - eles amadurecem. Tessa ganha mais espaço na própria vida e se torna mais independente. O final me arrancaria lágrimas se eu não estivesse tão chocada e só posso desejar que algum milagre aconteça e consigam arrumar ~as coisas~ de forma a torná-las aceitáveis, porque, gente, é imperdoável. Enfim, né, certos hábitos são difíceis de perder ~risos~. Ah, gente, tem cenas bem quentes (como manda o gênero) e posso dizer que são muito boas e verossímeis, sem excessos ou fantasias, ufa!

Indico este livro com certa cautela, porque sei que muitas pessoas não vão gostar da inconstância do casal protagonista e, sério, são 521 páginas de muita briga, amor, briga, amor... é um ciclo sem fim. E sei que tem gente que não aguenta 200 páginas assim, quem dirá esse tijolinho. Agora, se você, como eu, gosta de (muitas) brigas e reconciliações, vai fundo. #Hessa é um casal explosivo, inconstante, muito intenso, mas que tem química transbordando e me deixou bastante dividida (uma relação de amor e ódio - exatamente como a deles) e com certa vergonha de admitir que está shippando obsessivamente. E quando um livro faz isso, migos, não interessa muito o quão ruim ele pode/parece ser, né? Ganha o coração e pronto. Mas um conselho sobre o romance: não faço isso em casa.

Sorteio do kit
Em parceria com a Editora Paralela, vamos sortear um kit contendo o livro + botton + tatuagem temporária. Para participar, basta preencher o Rafflecopter abaixo. A primeira entrada é livre e, caso você não saiba como utilizar o formulário, este tutorial pode te ajudar ;)
*Não esqueça de ler os Terms and Conditions com as informações da promoção. Boa sorte!

a Rafflecopter giveaway

Os Gêmeos - Pauline Alphen

Aqui a ciência é magia, o tempo medieval é o futuro, e a tecnologia está esquecida...

Claris e Jad têm 12 luadas e são irmãos gêmeos. Ambos moram na aldeia de Salicanda e são idênticos, exceto pelas cores dos olhos e dos cabelos. Suas personalidades também são únicas: Claris é agitada e sonha em ser uma aventureira, porém Jad sofre de uma doença no coração e, por isso, é mais reservado. Ambos sofrem com o desaparecimento da mãe deles, há 9 anos, e ambos querem conhecer o mundo além daquela aldeia. O que será que os adultos estavam escondendo?

O ambiente começa a mudar quando os poderes de Jad se afloram e Claris começa a ter experiências, digamos, paranormais. Eles começam a descobrir coisas sobre os Tempos de Antes que eram proibidos, e se envolvem em um jogo de tabuleiro para lá de diferente. Por que aquela sociedade, em pleno século XXIII, vive na era medieval? Por que as crianças começam a apresentar certos “poderes”? E o que foi a Grande Catástrofe?

"Blaise releu o que tinha escrito. A Grande Catástrofe... Esse jeito quase infantil de descrever a destruição de uma civilização brilhante, os milhões de mortos, as guerras civis, as pandemias, dizia muito sobre a impotência dos sobreviventes, o estado de choque, a sideração de uma humanidade esgotada por dentro. E, para arrematar aqueles horrores todos, o último ato da tragédia: o brutal e inaceitável desaparecimento de uma geração de adolescentes durante o último Torneio Parapsíquico Mundial. Sumidos, evaporados, enquanto jogavam nos estádios ou diante da tela de total visão familiar..."

De vez em quando eu digo aqui que tal história é diferente de tudo o que eu já vi. A verdade é que eu continuo me surpreendendo com a criatividade dos escritores, e ficando muito feliz com isso. Dessa vez a surpresa está na ciência, ou magia, ou em ambos. Na verdade não existe magia, por assim dizer, mas sim ciência, ou evolução. O que proporciona a ideia de magia que temos hoje. Adorei, por que faz todo o sentido. Afinal, se nós tivéssemos uma máquina do tempo e pudéssemos viajar para o século I, por exemplo, com um celular, a população da época não diria que aquela tecnologia é fruto de magia? É mais ou menos assim que o mundo em Salicanda funciona.

Mais: eles vivem em uma sociedade medieval, com direito a lutas com espadas, escambo e um farol transformado em castelo. Genial! Em Salicanda também reina o segredo: por que há livros proibidos? E por que ninguém quer se lembrar dos Tempos de Antes? O que aconteceu de verdade com Sierra? E é impressão minha, ou tem um personagem com 100, 200 anos??? Ops.

O livro é bastante curioso, e bem inocente, principalmente por causa da idade dos personagens principais. É uma leitura gostosa e cativante, sempre deixando um mistério a ser descoberto. E resta a nós, leitores, desvendar o que está acontecendo de verdade.

Mini-opiniões: Três contra todos - Deco Rodrigues

Mini-Opiniões é uma coluna original do blog português Estante de Livros, adaptada aqui para o blog.

Você já ouviu falar de poliamor? Já leu sobre isso? Já leu um romance que trata do assunto? Olha só o que a Wikipédia diz:

"Poliamor (do grego πολύ - poli, que significa muitos ou vários, e do Latim amor, significando amor) é a prática, o desejo, ou a aceitação de ter mais de um relacionamento íntimo simultaneamente com o conhecimento e consentimento de todos os envolvidos (...)." Fonte.

Em seu livro de estreia, Deco Rodrigues conjuga em diferentes tempos os três elementos que baseiam uma relação amorosa: amor, sexo e amizade. Eduarda, Rafaela e Lucas, através de suas narrativas, protagonizam o epicentro dos encontros, desencontros e descobertas de “Três Contra Todos”. O cotidiano dos personagens acaba por cruzar bem mais do que caminhos, mas sim uma avalanche de emoções e surpresas. O texto nos causa inquietude por tratar de um tema tão atual, que ao mesmo tempo ainda flutua em uma bruma de preconceitos. De leitura fácil, com pitadas picantes, o livro não deixará dúvidas de que amor, sexo e amizade são a essência da felicidade. Mas não necessariamente nesta ordem! Sinopse retirada do Skoob.

Apesar do tema parecer polêmico, nem consigo mais dizer que se trata de uma história polêmica*, porque o autor foi muito feliz ao tratar tudo com tanta leveza e naturalidade. Então você lê a construção de um romance e juro que não dá pra questionar ou discutir o tipo de relação que os três se envolvem. Digo que se trata da construção, porque é isso que acontece nas noventa páginas, tijolinho por tijolinho, eles vão se conhecendo, se encaixando (errr... em vários sentidos) e acredito que nem eles tenham se dado conta do envolvimento, não foi algo calculado ou planejado, simplesmente foi acontecendo. O que reforça o que disse no começo do parágrafo - naturalidade é a palavra do livro. Deco Rodrigues escolheu contar a história de forma simples e direta, em uma narrativa mais crua, sem muitas firulas ou descrições desnecessárias, é como ler relatos dos envolvidos - quer dizer, o livro que lemos é um livro para os personagens também. Eles conscientemente estão escrevendo um contando a história deles. O autor também aborda as complicações que esse tipo de relação pode gerar e tudo foi bem coerente, me deixando até curiosa se aquele fato é verídico, porque é contado com tanta seriedade e "embasamento" que esqueci se tratar de ficção. O livro é pequeno, mas passa seu recado. Simples e direto, Deco tem uma história para contar e eu tive o prazer de escutar. Digo, ler. Espero que você também tenha.

Ser feliz é assim - Jennifer E. Smith

Você já deve conhecer a autora por causa do livro pequeno de título grande (A probabilidade estatística do amor à primeira vista), mas agora temos o livro grande de título pequeno - mas de igual fofurice, devo dizer. O que mais eu poderia esperar?

Graham Larkin e Ellie O'Neill não poderiam ser mais diferentes. O rapaz é um ídolo adolescente, um astro das telas de cinema; uma vida calcada na imagem. O cotidiano constantemente sob o escrutínio dos refletores. Agentes, produtores, RPs, assessores... Já Ellie passou a vida escondida nas sombras, fugindo de um escândalo do passado enterrado em sua árvore genealógica.
Mas, mesmo sem aparentemente nada em comum, os dois acabam se conhecendo — ainda que virtualmente — quando Graham envia a Ellie, por engano, um e-mail falando sobre o porco de estimação Wilbur. Esse primeiro contato leva a uma correspondência virtual entre os dois, embora não saibam nem o nome um do outro. Os dois trocam detalhes sobre suas vidas, esperanças e medos.
Então Graham agarra a chance de passar tempo filmando na pequena cidade onde Ellie mora, e o relacionamento virtual ganha contornos reais. Mas será que duas pessoas de mundos tão diferentes conseguirão ficar juntas? Será que o amor é capaz de vencer — mesmo — qualquer obstáculo? E mais importante... é possível separar ilusão de realidade quando o coração está em jogo? Sinopse retirada do Skoob.


Já devo ter confessado em alguma resenha por aí, mas vou repetir: tenho uma quedinha por histórias com personagens famosos (no mundo fictício deles, claro). Não sei exatamente por quê, afinal eu não sou o tipo de fã descabelada que dorme na fila do show ou que escreve fanfics ou que sonha acordada com uma cena de romance tórrido com alguma celebridade. Talvez meu subconsciente imagine coisas assim, mas, definitivamente, eu sou bem tranquila quanto a isso (o que não quer dizer que eu não fique babando quando vejo fotos do Mateus Verdelho ou Ian Somerhalder ou Alex Pettyfer ou ~uma lista infinita de caras gatos~). Agora imagine minha reação ao me deparar com um livro que traz na capa o nome Jennifer E. Smith e na sinopse as palavras "um astro das telas de cinema": expectativa. Mas se você acha que agora vou falar como isso acabou estragando minha leitura, pode despensar. O livro é mesmo o que eu esperava.

Começar o livro com uma troca de emails foi golpe baixo pra mim. Misturada à sensação de invasão, estava a curiosidade e diversão de acompanhar a relação que logo se estabeleceu por conta de um engano. No capítulo seguinte, o ritmo se estabelece e iguala à cidade pacata que Ellie vive. Naquele momento, eu só continuei lendo para entender a relação do primeiro capítulo com o enredo, onde aquilo faria sentido. Apesar de um pouco óbvio, eu ansiei pelo encontro e a "revelação", e vibrei pela autora não ter escolhido estender aquilo até o final do livro, trazendo milhões de mal-entendidos, desencontros e todo aquele lenga-lenga que estamos habituados. Para minha felicidade, aquilo foi só um pontinho no enredo que estava muito mais concentrado em desenvolver questões pessoais dos protagonistas. E deixa eu destacar que Jennifer sabe fazer isso muito bem. Parece um romance adolescente, mas é também um drama familiar, é a vida de cada um, enfim. 

"(...)Só que, dessa vez, ele não estava sozinho; dessa vez, os dois tinham perdido o equilíbrio juntos."

Os capítulos são narrados em terceira pessoa, mas alternando o foco - ora Ellie, ora Graham. No início foi cansativo, porque nada acontecia, era só uma caminhada para um encontro e, diferente de Oz, o objetivo era o principal, porque o caminho foi bem morno. Da metade pra frente, o ritmo foi outro e me vi encantada novamente com a história, suspirando, querendo saber os próximos passos do possível casal e torcendo para resolverem seus dramas pessoais. Dificilmente um livro desses não cai na armadilha do clichê, então nem me importei muito com os caminhos óbvios e convenientes que a história tomou, porque eu também não via outra saída. O ponto positivo disso é que os sentimentos não foram banalizados, tudo foi muito bem trabalhado e, esperado ou não, ficou coerente. O final poderia ser mais conclusivo, mas não vou comentar muito, por motivos de: spoilers.

Apesar de ter demorado para recuperar o ritmo do primeiro capítulo, Ser feliz é assim é um bom livro, com todo clichê e fofura que parece ter. Nada muito surpreendente, mas o tipo de leitura que nunca canso de fazer e, talvez, ser feliz seja isso mesmo, né? Uma leitura despretensiosa, mas apaixonante.

[Promoção] Aniversário do Pausa para um livro

Hoje é o aniversário de 1 ano do Pausa Para um Livro, e resolvemos todos juntos fazer uma grande festa para vocês. São no total 34 blogs que além de estar junto no dia a dia, resolveu juntos fazer um sorteio bem recheado para vocês. Espero que todos participem, e que gostem porque foi feito com muito carinho.

Regras:
- Residir ou ter endereço de entrega em território nacional;
- Será apenas um sorteado;
- Cada blog será responsável pelo envio de cada livro, com prazo de envio de 45 dias ÚTEIS e nenhum blog ou editora se responsabiliza por extravio, retorno ou avaria das encomendas;
- Não serão aceitos perfis exclusivamente promocionais;
- A promoção irá até o dia 10/01 e o resultado sairá em até 10 dias após o término. O sorteado terá 72 horas para responder o email que lhe será enviado. Caso contrário o sorteio será refeito.

O Circo da Noite (Pausa Para Um Livro) - Mathilda Savitch (La vie est ailleurs) - Entre o Agora e o Nunca (LiteRata) - Sou Um Desastre com as Mulheres (Mural dos Livros) - Princesa Adormecida (Livros e Marshmallows) – A garota que eu quero ( I LOVE MY BOOKS) – Lições de Vida (Sempre Nerd) – Manual do Novato 101 (Estante das Fadas)
Esposa 22 (Pausa Para Um Livro) - Ela prefere uvas verdes (Procurei em Sonhos) - Após a Tempestade (Books And Much More) - O Turno da Noite 2 (Coisas que eu sei que eu sei) - Como Falar Com Um Viúvo (De Cara Nas Letras) - Indomável (Leitura Entre Amigas) - Os Assassinos do Cartão Postal (Fun’s Hunter) - Superação (Ler para Divertir)
Louco Por Você (No Universo da Literatura) - No Escuro (Literalizando Sonhos) - O Circo da Noite (Pausa Para Um Livro) - As sete irmãs (Segredos do Coração) - Amar Pode dar Certo (Tô Pensando em Ler) - Tinta Perigosa (Livroterapias) - Despertar (Este Já Li)
Os Solteiros (Pausa Para um Livro) - Esperando por Você (Giro Letra) - Bullying no Trabalho (Perdidas na Biblioteca) - Men Reppeler (Seguindo o Coelho Branco) - Minha Vida Daria Um Filme (Books and Movies) - Oferta Tentadora (Lost Girly Girl) - Tipo Destino (Da Imaginação a Escrita)
O Milagre (Pausa Para Um Livro) - A Ultima Música (Quatro Amigas e Um Livro Viajante) - Um Porto Seguro (Fascinada por Histórias) - Brilhos (Meu Passatempo blábláblá) - Estou com Sorte (Confissões Femininas) - Duas Vezes na Floresta Escura (Apenas um vício) - No Escuro (Leitores Possessivos)
Boa sorte ;)

Onde deixarei meu coração - Sarra Manning

"Simples, careta e sem graça. É assim que Bea se vê. Então quando a super descolada Ruby e seu bando de populares passam a se interessar por sua opinião, isso só pode ser uma pegadinha. Certo? Pelo menos é assim que sempre acontece nos filmes... Mas o convite para passarem as férias em Málaga parece pra valer. E com um bônus: Bea pode se afastar da mãe irritante e controladora. No entanto, depois de apenas 48 horas na Espanha, Bea se flagra mudando o itinerário. A menina decide visitar Paris para encontrar o pai que nunca conheceu. Afinal, a cidade luz pode emprestar um pouco de clareza a um período nebuloso de sua vida familiar. No caminho, ela conhece Toph, um estudante americano mochilando pela Europa. Enquanto procuram pelo pai dela nos cafés e boulevards de Paris, ela perde a cabeça em vez disso. Será que Bea é a garota de Toph ou a boa menina que sua mãe espera que ela seja? Ou será esse o verão mágico em que Bea finalmente torna-se dona do próprio nariz?" Sinopse retirada do Skoob.

Muitas vezes tenho expectativas altíssimas para uma leitura e, mesmo que acabe me decepcionando, sei reconhecer o quanto o livro é interessante e consigo destacar vários pontos positivos, então sei reconhecer que o problema foi meu. Outras vezes, o próprio livro não ajuda e aí, amigo, fica difícil defender. Infelizmente, é o caso aqui. Onde deixarei meu coração tem um enredo bem atraente: adolescente buscando se encontrar, amigas nem tão amigas assim, uma galera mais velha, um cara fofo e, o principal, Paris. Independente da minha opinião, se você vomita arco-íris ao se deparar com a cidade das luzes, já aconselho a pegar o livro e devorar, porque nessa parte ele manda bem. Mas agora deixe-me falar porque não funcionou pra mim.

Eu não consegui enxergar a personalidade da protagonista e até entendo que, de início essa seja a intenção, mas as coisas que ela faz (e as atitudes que não toma) são dignas de revirar os olhos continuamente. Eu cheguei a perguntar para dois amigos que leram se ela mudava em algum momento, porque, GENTE, não é possível alguém ser tão permissiva assim, tão tolerante e tão cega! Como você tem um grupo de amigas e simplesmente as larga de lado para andar com outras pessoas que você não gosta/não vai com a cara sem ter ninguém com uma faca no seu pescoço? Sério, só isso justificaria o fato da Bea abrir mão do seu grupo para ficar com um que claramente não dá a mínima para ela e onde ela nitidamente não se encaixa. A personalidade (ou a falta dela) me irritou demais e acho que foi o principal motivo para me deixar tão desmotivada com a leitura - e mal conseguir aproveitar os momentos seguintes.

"Às vezes parece que a minha vida toda foi só esperar. Esperei pelo meu pai, e isso não acabou muito bem. Esperei para me apaixonar e ser a garota que sempre quis ser, e essa garota não espera que a vida aconteça, ela a faz acontecer."

Sinceramente, não sei como funciona a questão de ir para um país ao outro de trem na Europa, mas fiquei assustada com a facilidade que Bea tinha de ir pra lá e pra cá, entrar em hotéis e fazer seus passeios noturnos, assim como se ver perdida e se juntar a um grupo de estranhos (por mais que parecessem - e fossem - legais). Talvez minha caretice tenha me atrapalhado nesse momento, mas eu não parava de falar mentalmente "ok, é só um livro" e é muito chato quando você tem que lembrar disso, porque o sucesso da autora seria fazer seu leitor esquecer que aquilo é um livro. Confuso, mas acho que vocês me entendem, né? A relação familiar é trabalhada de forma legal, mesmo que eu tenha - novamente - revirado os olhos com a naturalidade que eles lidavam com certas coisas, mas faziam uma tempestade com outras bem mais simples. 

O romance é um dos acertos pela forma que foi abordada. Tudo com muita calma e naturalidade, dando a dose de verossimilhança que o livro pedia (urgentemente). Em certos momentos, a diferença de idade deles parecia muito maior do que de fato era (apenas três anos), porque a protagonista não colaborava (meu Deus, será que em algum momento ela não me irritou?) e parecia estar no auge dos seus treze anos. Em outros, nos momentos mais íntimos, ela voltava para seus dezessete e as coisas fofas aconteciam e eu acabava sorrindo feito boba. Tenho um fraco por cartas e foi nesse momento que fiquei convencida do pseudo-casal - tive esperanças que realmente pudesse dar certo seja lá qual final eles tivessem. Foi como a afirmação que aquilo era real.

Acredito que a autora poderia ter organizado melhor seu romance - com o mesmo plot - e aí sim, eu amaria, pois os elementos que gosto estão lá, só não foram bem estruturados. A tradução também me deixou com pé atrás (pelo menos eu imagino que seja problema da tradução), pois muitas palavras poderiam ser substituídas por outras mais comuns de forma a não quebrar a fluidez do texto, assim como a tradução do Underground para subterrâneo quando a protagonista estava falando do metrô. Acontece que ela é inglesa e conversava com um americano, então eles tinham uma mesma coisa (o metrô), mas com palavras diferentes (nos Estados Unidos é subway, enquanto na Inglaterra é underground). Aqui, uma notinha de rodapé daria conta de explicar porque a ênfase da Bea nesta palavra. Foi bem estranho ler "vamos pegar o subterrâneo" etc, enquanto eles estavam falando do  já conhecido metrô. A expressão "voz cheia de lágrimas" também soou estranha pra mim (e pra vocês?).

Toda a ambientação do livro é muito bem feita, é possível visualizar mentalmente tudo que ela descreve e isso não pode ser menos do que fantástico, né? Ler esse livro é realmente viajar, mesmo que, para mim, a viagem tenha sido bem cansativa. Ainda tenho o livro Os Adoráveis da Sarra Manning e não desisti da autora, pelo contrário, quero muito lê-lo para ver se foi apenas um dessincronização da história de Onde deixarei meu coração com o meu atual momento literário

ATL: O Fogo - James Patterson e Jill Dembowski

Conheça a coluna ATL aqui e veja outros livros abandonados aqui.

Então. Por onde começar? Já queria desistir dessa série no primeiro volume, Bruxos e Bruxas (resenha aqui), mas alguma coisa me fez continuá-la. Li O Dom (resenha aqui), segundo livro da série, meio empurrando pra baixo pra ver se a série melhorava. Por fim, melhorou, mas não foi AQUELA melhora. Foi uma melhoradinha de leve, daquelas que faz com que a gente termine o livro e não pense "Hm. Isso é terrível.", mas sim pense só "Ok. Isso foi aceitável."
Por fim, chegamos a O Fogo. Eu sei que a série vai ser dividida em ciclos e que esse livro é o final de um deles, e por causa disso ainda mais me fez ter vontade de me jogar da janela. Eu li até a página 128 e a minha vontade era jogar o livro nO Fogo mesmo, porque 1) ainda não entendi qual é o ponto do livro, já que ele não parece ter um e, vamos lembrar, ele DEVERIA ENCERRAR UM CICLO e 2) a escrita me irrita profundamente, embora seja muito melhor do que a escrita de "Bruxos e Bruxas" (que de longe é o pior livro da série até então). Ainda assim não convence. Combates absolutamente jogados no meio da história, os protagonistas parecem não saber direito o que estão fazendo e alguns personagens simplesmente passam pela história como se nada estivesse acontecendo. O pior de tudo é que existe uma certa bipolaridade nos personagens, já que as emoções são retratadas de uma forma muito rasa e a descrição delas dura por volta de um capítulo de 2 páginas. No próximo capítulo tudo já está resolvido, quem estava morrendo está correndo e lutando no maior estilo badass com o vilão mais perigoso da história e tudo está absolutamente normal. Tudo isso começou a me irritar muito, até que pensei: "Porque estou lendo isso?" E aí me lembrei que é porque eu tenho esperanças de que a série melhore em O Beijo, próximo livro da série, em que esse ciclo da história vai acabar e um novo - e, se eles ainda quiserem nossa audiência, melhor - ciclo. Por isso, o abandono é temporário: eu pretendo terminá-lo para ler O Beijo e ver qual é a dessa série.


Uma Bruxa na Cidade - Ruth Warburton


Anna Winterson acaba de chegar a Winter acompanhada do pai. Além de precisar passar pela mudança de cidade, escola e amigos, Anna vai morar na famosa Casa Wicker, chamada pelos moradores locais de Casa da Bruxa. No entanto, a garota é bastante incrédula quanto a existência bruxas, feitiços e encantamentos, não se deixando assustar pelas lendas e aparência bizarra do lugar. Ao iniciar sua rotina até o fim do semestre, a adolescente conhece Seth, o garoto mais cobiçado da escola e, como é de se esperar, se encanta por ele, assim como a maioria das garotas de sua idade.

Todavia, a Casa WIcker revela guardar muitos segredos e Anna depara-se com um antigo livro de feitiços, que ela suspeita estar escondido ali há muito tempo. Durante uma “noite das garotas” em casa, acaba por proferir um feitiço e, sem querer, faz com que uma paixão obsessiva desperte em Seth. Como se isso já não bastasse, esse acidente acaba deflagrando uma guerra entre dois clãs de bruxos rivais. Anna descobre não somente que é uma bruxa, mas que seu passado e o desaparecimento de sua mãe vai muito além das meias explicações que ouviu a vida inteira de seu pai. Quanto a Seth, como saber o que é real quando o amor se mistura com a magia? E isso é o que ela esta disposta a descobrir.

Uma Bruxa na Cidade é o primeiro volume da trilogia Winter e ainda estou decidindo se amo ou odeio o livro.

SE AMO: Adorei o faro de autora de voltado um pouco no tempo e ter utilizado termos e meios antigos de magia e encantamento. Muito embora eu AME meus bruxinhos de HP, usar varinhas na literatura fantástica já estava virando clichê (depois do sucesso deles, devo salientar). Livro de feitiço, manipulação de magia com as mãos, com a mente, poções, evocação, energia... Estava com saudade do arcaico, sabem?

Vê-se através desses fatores, que a autora recorreu às raízes anglo-saxãs usando elementos da bruxaria neopagã Wicce/Wicca, deixando claro para os paranoicos de plantão que os “wiccanos” não são adoradores do diabo ou APENAS instrumentos de poder do mal, ou seja, para eles também existe o velho e bom duelo entre o bem e mal. Magia branca x Magia negra. Ihuuuu. Devo enfatizar que a autora não fala sobre religião ou algo do tipo, é apenas um pouco de história xamânica/celta misturada à ficção. E, segundo um dos princípios da Wicca, viver em harmonia e respeitar a vida (humana) e a natureza é primordial. Traduzindo: Um bruxo do bem não sacrifica seres indefesos e nem deseja o mal ao próximo. Mas há sempre uma exceção à regra e é contra esse “desvio” que eles vão lutar.

SE ODEIO: O clichê romântico. A garota que fica com os quatro pneus arreados pelo garoto popular, que não se acha bonita/atraente, mas que de repente o cara passa a achá-la a mais linda do universo. Cansa, né? Cadê a originalidade dos casais hoje em dia? Tudo bem que amor à primeira vista é coisa de livro e tal, mas não é por isso que tem que ser repetitivo, hum?

O livro flui tranquilamente, tem um leve toque de suspense, mas não o suficiente para libertar nossos instintos de agentes do FBI. No geral é uma leitura agradável, de linguagem fácil e sem muitos rodeios. Algo que achei bastante curioso foi o fato de a autora ter dado sobrenomes a quase todas as personagens com a letra W. Inclusive o da própria autora também é. Hahaha Bem, esperava um grande livro, mas não cheguei a ficar decepcionada. Sou um pouco exigente, eu sei, mas indico o livro sim. Não é perda de tempo, viu? :) Então preparem os feitiços e boa leitura.