Adeus à Inocência - Drusilla Campbell

Um drama psicológico de ficção, mas que pode ser verdadeiro até demais.

Madora tinha 17 anos quando, depois de uma quase overdose, Willis a encontrou. Os dois logo começaram um relacionamento e em pouco tempo foram morar juntos, para longe de tudo e de todos no deserto da Califórnia. Cinco anos depois Willis aprisionou uma moça grávida no trailer que ficava atrás da casa deles. Segundo o que ele dizia Willis a estava salvando, tal como um dia salvara Madora. E para aquela jovem que abandonou tudo por ele, não havia uma alma mais gentil e bondosa do que a de seu namorado. Até que um garoto de apenas 12 anos surge e a faz perceber toda a cruel realidade que a envolve.

“Adeus à Inocência” não é aquela história empolgante, com aventuras policiais, mistérios insolucionáveis e lições de vida. Tampouco é uma história desinteressante, vazia ou monótona. Na verdade é apenas diferente, seguindo um ritmo próprio sem fazer com que nos desprendamos da história. É uma visão sobre garotas que são transformadas em animais de estimações por uma boa lábia e uma beleza equilibrada, um alerta sobre o que muito acontece e um aviso a não deixar que a vida siga um curso desenfreado.

Madora culpa a mãe pelo suicídio com o pai, por isso desde pequena as duas tem um péssimo relacionamento. A jovem vê como fuga de uma vida difícil esse Willis. Ela não é o que se espera de uma heroína, de uma mulher forte, inteligente ou esperta. Na verdade não terminou o segundo grau e está ocupada demais cuidado da casa e dos animais que salvou para pensar nas atitudes de Willis. Ela simplesmente acredita em tudo o que ele diz porque acredita que ele é uma espécie de anjo que ela não pode simplesmente decepcionar.

“Mas como um disco de vinil antigo que saltava para trás e repetia a mesma palavra ou frase, ela continuava tentando entender por que aquilo acontecera em primeiro lugar. Por que ela fizera de Willis o centro de sua vida, seu guia e suporte? A questão a irritava; e, por mais seriamente que ela se esforçasse para distrair-se, contando regressivamente de três em três, formando palavras a partir de nomes de cidades como Guadalupe e Atascadero, por quê, por quê, por quê, ela interrompia sua concentração.”

Já o Willis é o perfeito sociopata. Com sua beleza e sua boa lábia ele sabe como enganar Madora, manipulá-la e fazê-la acreditar em amor e salvação. É dessa maneira que ele também mantém Madora calada e perfeitamente obediente sobre a garota aprisionada no trailer. E assim ele segue sua vida, pensando em planos de resgate e em maneiras de ganhar dinheiro para cursar a faculdade que sempre quis: a de medicina.

“Willis premiava a melhora em sua [Linda, a prisioneira] disposição com um colchão melhor e uma correia mais comprida: com o tempo ele trouxe uma cama apropriada para o trailer. Ao longo dos meses, ele reconhecera a cooperação e lhe dera um iPod carregado de músicas, o videocassete e passeios ocasionais de carro; e ele tornara o trailer acolhedor, trazendo livros e revistas e um tapete redondo. Se ela o atacasse, praguejando e lançando acusações, ele pegava o videocassete ou o iPod de volta. Uma vez ele tirou a cama e fez com que ela dormisse no chão. Recompensas, punições, consequências: assim Willis treinara Linda a ser cooperativa.”

Como já foi descrito, o livro não é daqueles que nos empolgam à cada página, até porque o assunto abordado não pede isso. Ainda assim não deixo de recomendá-lo, especialmente como uma leitura reflexiva.

Ofertas de livros

Sim, a Black Friday está aí! Estou criando este post para atualizar com as ofertas encontradas nas lojas on-line. Se você achar alguma que não esteja aqui, deixe o link nos comentários ou envie no twitter @EsteJaLi =)

Submarino (tem desconto à vista)

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Mini-Opiniões: O Circo da Noite - Erin Morgenstern

Mini-Opiniões é uma coluna original do blog português Estante de Livros, adaptada aqui para o blog.


O Circo da Noite é um livro com uma temática bem diferente e que li já tem algum tempo. A princípio não estava muito animada, pois imaginava que a história se tratava de um circo da forma que estamos acostumados a ver. Porém, a surpresa foi excelente. A história traz duas personagens dotadas de um dom incomum: fazer magia, mas não do tipo Harry Potter, sabem? Nada de varinhas, é algo mais para o lado “paranormal” (tipo aquele filme Heróis). Para muitos, eles são meros ilusionistas que fazem parte de um fantástico circo. O que ninguém imagina é que a vida desses jovens depende desse dom, pois desde que eram crianças, foram selecionados para duelar numa batalha que duraria por toda a vida, ou seja, só haveria um vencedor quando um deles deixasse de viver. Em meio a essa disputa o clima mágico é contagiante e apaixonante, o romance surge de forma pura e a escrita magnífica da autora fez da obra um livro para se guardar na memória. Cada tenda listrada é única e fascinante e é sob elas que Celia e Marco nos fazem mergulhar de cabeça nesse ambiente extraordinário. Não espere um circo comum, pois este está longe de sê-lo. A única complexidade da história é que há uma variação de tempo; a cada capítulo os anos vêm e vão e, se ficar desatento, pode se perder um pouco. A capa e diagramação são belíssimas e este livro é um dos mais queridos da minha estante. É simplesmente incrível.

P.S: Este livro (e vários outros) está (estão) por R$ 9,90 na Saraiva.

A Black Friday está chegando!


Vocês estão tão animados para a Black Friday quanto eu? Ela ainda está engatinhando no Brasil (a primeira edição foi em 2010), mas muitas lojas já estão se comprometendo a fazer uma Black Friday de verdade. Acontece que alguns varejistas aumentam o valor do produto dias antes para mascarar o desconto (fazendo parecer que ele é muito maior do que de fato é). Este ano a Cuponation lançou a campanha Black Friday sem pegadinha - os descontos precisam ser de verdade! Ela está contando com a ajuda dos consumidores para "denunciar" possíveis fraudes através do aplicativo no Facebook (e você ainda pode ganhar um vale-compras de 50 reais).

Aproveitando o clima de desconto, eles me mandaram um link para download do aplicativo CupoNotifier. Antes de mostrar para vocês, eu testei e indiquei para mais três amigos meus e já posso contar por experiência própria: ADOREI! Eu vou confessar que tenho certo medo de extensões no Chrome, mas ele não atrapalha (nem desconfigura) nada e é MUITO útil. Tirei alguns prints do meu computador para mostrar pra vocês como funciona:

Em menos de 5 segundo baixei e ele já estava instalado. Fica um ícone na barra de ferramentas como este aqui:  . Aí, toda vez que você abrir um site parceiro, aparece um marcador no canto superior com o número de ofertas/cupons, você clica e ele mostra as ofertas. Se você quiser, pode minimizar o ícone e ele fica ainda menor.


Para baixar, é só clicar aqui e em "Baixar agora" e pronto! Testem e me contem o que acharam. E, claro, boas compras nesta sexta o/



[Resenha+Promo] Se Você Fosse Minha - Bella Andre

"― Estou esperando por você há muito tempo, Heather. Finalmente vou fazer com que você seja minha."

Com este micro quote, inicio minha resenha. E, como em todo e qualquer livro erótico dos últimos tempos, não é segredo que o casal que sofre de atração fatal chegue aos finalmente em uma parte qualquer do livro. Sim, afinal, esse é o objetivo do autor. A diferença está em quão cativante é sua escrita, ou não. Nesse caso, Bella Andre soube ser envolvente e direta em mais um romance envolvendo um membro da família Sullivan (este é o 5º livro). Mesmo que você não tenha acompanhado os outros títulos da autora que narram os irmãos de Zach, cada livro pode ser lido individualmente e você perceberá que não são necessários.

Em Se Você Fosse Minha, Zach Sullivan é um magnata e típico cara-popular-gostosão-que-todas-as-mulheres-querem. Bem clichê, mas que ainda tem seu charme. Felizmente ele não tem nenhum fetiche bizarro, apenas não acredita que um dia encontrará um grande amor e, mesmo que acreditasse, não procurava por um. Do outro lado, temos Heather. Uma treinadora de animais – mais especificamente cachorrinhos – que vive de forma independente e que também não acredita que encontrará um príncipe num cavalo branco. E, ao seu lado, está sempre o seu fiel escudeiro, Atlas, um dog alemão que ela ama mais que tudo no mundo.

Os dois se conhecem após Zach receber a missão de cuidar da yorkshire da filha de seu irmão Gabe, que estava partindo com a família para uma viagem e precisava de alguém de confiança para cuidar da bolinha peluda. Agnes Mackelroy, uma personagem que só aparece no início do livro (que eu lembre) para intermediar o encontro dos pombinhos, já que é amiga dos dois e indica Heather para Zach. Sendo assim, testemunhamos o momento em que ambos – instantaneamente – se atraem logo nos primeiros capítulos. O restante é bem previsível, mas agradável de ler.

"Desta vez, em vez de forçar-se a continuar irritada com ele, Heather permitiu-se abrir um sorriso. Foi a coisa mais bonita que ele já vira." 

O ponto alto do livro são os motivos pelos quais o casal acredita não estar preparado para a relação e, eu confesso, da parte de Heather chega a ser um pouco irritante, pois o narrador faz questão de citar quase sempre. Quanto a Zach, seu “drama” é até compreensível, mas a meu ver, não é razão pela qual uma pessoa decida que não “mereça” viver um grande amor. Entretanto, pontos de vistas são muito subjetivos, então cada leitor pode achar ou não que ele tem razão. Essa é a magia da leitura.

"― Você me ensinou a confiar. A ter fé e esperança. A rir outra vez ela deslizou a ponta do polegar pelo lábio inferior de Zach. E quando estou me sentindo segura e acolhida em seus braços, exatamente como agora, eu conheço o verdadeiro significado da paz."

Narrado em terceira pessoa, a linguagem é bem simples, mas daquelas que nos mantêm envoltos nos capítulos. O erotismo é bem evidente e as cenas picantes não são vulgares, o que me agradou. Odeio ler baixaria. Sério. Grande parte do livro é previsível, mas não o faz perder seu encanto. O que me conquistou de verdade é o amor de Heather pelos animais – like me – e em como ela deixa isso claro ao leitor, falando sobre doações para abrigos municipais e adoções dos animais resgatados das ruas. So cute!

Para ficar com a consciência tranquila, preciso dizer que certos momentos são, sim, surpreendentes. A amizade da yorkshire com o dog alemão também é um show à parte. No geral, o livro é bem bacana e vale a leitura. Garanto que trará uma boa diversão. E, já disse que essa é a minha primeira experiência com a autora? Pois é. E foi super positiva.

Sorteio
Para concorrer a um exemplar do livro, preencha o Rafflecopter abaixo. A primeira entrada é livre e, para mais chances, preencha as demais opções. Lembrando que o livro é um romance erótico, por isso a recomendação é para maiores de 18 anos.

a Rafflecopter giveaway

MMV: A Cabana - William P. Young

Você ainda não sabe o que é MMV? Pfvr, leia este post - com certeza você tem pelo menos um e vai me entender!

Se querem saber, só quis escrever "Precisamos falar sobre livros que mudam a vida" para poder falar deste livro. Como sei que muita gente não gostou, abandonou (são 9.350 abandonos no Skoob - tudo bem que quase 100 mil pessoas marcaram como lido...), nem quis chegar perto, enfim, eu quis "amaciar" para poder me justificar e falar dele aqui. Ele foi, de fato, um marco na minha vida, não somente pela história que carrega, pelo momento que li ou por quem me presenteou. Este MMV não é um conjunto de fatores, é só o livro. Só A CABANA. A pessoa que me deu (se tiver lendo isso) é especial e se tornou ainda mais depois que eu li, mas isso não influenciou no valor sentimental da obra (mesmo que meu exemplar seja intransferível, pois além DELE ter a história que li, tem dedicatória s2). O que quero dizer é que eu poderia ter adquirido o livro num saldão da Fnac (aka baciada) ou para inteirar a compra no Submarino e não pagar frete: ele ainda assim seria um MMV.

Tenham paciência comigo, estou abrindo meu coração (ao menos tentando).

A história - superficialmente - é um suspense policial com drama, pois fala sobre o rapto de uma criança, as investigações que levam para lugar nenhum e a desolação da família. Isso, por si só, seria suficiente para me prender (e talvez me deixar neurótica - coisa de mãe), mas o pai da Missy (a sumida) recebe um recado assinado por Deus (sim!) marcando um encontro com ele. É aí que tudo mudou: EU fui para a cabana junto de Mack. Não gosto de pensar nesta história como ficção, pois ela é tão real pra mim! E isso tem tudo a ver com a visão que tenho de Deus e tudo que envolve a fé. Não sou religiosa - não vamos entrar em detalhes, mas tenho tantas divergências que preferi me manter longe de religião e, assim, me aproximei de Deus. Ele, direto, sem escalas ou intermediários.

A Cabana foi um verdadeiro divisor de águas na minha vida. É como se a história me encorajasse a largar tantas coisas que eu mantinha quase por obrigação e, de certa forma, esclareceu tantas outras. Se é verdade ou não, nunca - em vida - saberei, mas encaixou perfeitamente com meus pensamentos e, sobretudo, a minha fé.

P.S.¹ Não acho que resenhas no Skoob, notas, minha opinião ou qualquer outra coisa seja parâmetro para vocês decidirem (ou não) pela leitura. Este é daqueles livros que só lendo para ter uma opinião. Veja bem, eu nunca leria este livro se fosse pelas indicações. Ele não faz meu tipo. Mas ele é meu primeiro MMV.

P.S.² O livro Deus é meu camarada tem uma abordagem diferente de A Cabana, é mais irônico e divertido, mas também me arrancou muitas lágrimas e tem um lugar especial no meu coração. Este sim indico sem medo de que vocês possam não gostar - ele é incrível e não tem a menor intenção de "converter" os leitores (mesmo que eu também não tenha sentido isso com A Cabana).

[Promoção] 3 Kits de A Seleção + A Elite autografados


Como muitos devem saber, a autora Kiera Cass passou pelo Brasil recentemente, e em sua visita a São Paulo, fomos convidados para um bate papo e sessão de autógrafos com a autora que ocorreu na editora Companhia das Letras. Pensando em vocês leitores, os blogs Ler e Almejar, Este Já Li, Burn Book e Perdido em Palavras trouxeram uma super promoção: valendo livros autografados pela autora da trilogia A Seleção. Gostaram? Estão esperando o quê? Participem e boa sorte!


Prêmios:
* Sorteio de 3 kits contendo 1 exemplar de A Seleção + 1 exemplar de A Elite autografados pela autora Kiera Cass.

Informações Importantes:
  • Não esqueça de ler o Terms and Conditions que está incluso no Rafflecopter. 
  • Ter endereço fixo no Brasil. 
  • 1ª entrada é livre. 
  • Serão 3 kits sorteados (A Seleção + A Elite autografados), isto é, serão 3 ganhadores. 
  • A promoção vai do dia 25 de novembro ao dia 17 de dezembro. 
  • Na opção twittar sobre a promoção, basta clicar no ícone do twitter que uma janela aparecerá com a mensagem que você deve twittar. Depois confirme, copie o link e cole no local indicado. 
  • Você pode usar a tweet about the giveaway apenas 1 vez por dia.
Boa sorte ;)

O Guia do Herói para Salvar o seu Reino - Christopher Healy

Será que eles foram felizes para sempre mesmo?

O Príncipe Frederico é um cavalheiro muito educado  e, devido à sua criação, é também muito medroso. Ele não sai do castelo por nada, pois "o mundo lá fora é perigoso". Acontece que sua noiva, Ella, vulgo Cinderela, tem sede de aventura e quer explorar outros reinos e, cansada de tantos pique-niques no jardim, ao mesmo tempo em que motivada a procurar Rapunzel (pelo seu ato de heroísmo ao salvar outro príncipe) e o bardo Penaleve (que está desaparecido), ela decide deixar o castelo. Após muitas reflexões, em um ímpeto de coragem, Frederico resolve enfrentar seus medos e sai em busca de Ella. Ele quer reconquistá-la, mas sua jornada tomaá rumos tão inesperados que ele desejará, muitas vezes, ter ouvido seu pai e não ter colocado os pés para fora do castelo. E esse é só o início da história de um príncipe. O destino acabará cruzando esta história com a de outros príncipes que não tiveram exatamente um final feliz. Juntos, precisarão solucionar não só um, mas vários problemas que não param de aparecer e provarão, a todo momento, que não são meros príncipes encantados, sempre se superando e aprendendo a viver com as diferenças.

"- Veja bem - disse Liam -, às vezes, ser um herói não significa ficar com toda a glória. Significa fazer o que é preciso ser feito."

Sério, não há (pelo menos eu não encontrei) uma forma de não se apaixonar por este livro! Cada vez que leio sobre contos de fadas fico mais apaixonada - talvez por não ter mais aquela inocência da infância e buscar histórias mais densas e entender melhor as coisas nas entrelinhas. Este é um livro infantil, apesar do seu tamanho (mais de 350 páginas) e me conquistou pela leveza que contou uma história consistente.

Veja bem, o que quero dizer é que não falta conteúdo entre um acontecimento e outro. Aliás, uma das melhores coisas deste livro é que sempre está acontecendo alguma coisa. Os príncipes enfrentam coisas inusitadas e acabam se revelando totalmente diferente das idealizações que estamos acostumados. Primeiro que eles estão em uma crise existencial, pois os bardos - os responsáveis por cantar (sim, cantar) e assim repassar as histórias de cada príncipe - sempre dão créditos à princesa e nunca falam o nome do herói, além de distorcer um pouquinho os fatos, já que eles se apegam ao fato errado - tipo que na verdade, quem salvou o príncipe Gustavo foi a Rapunzel, pois ele estava cego no deserto (depois de cair do castelo jogado pela bruxa) e ela o curou. Tudo que esses príncipes querem é que saibam seu nome, que as pessoas possam dar um certo crédito à bravura deles, além de alguns dramas pessoais.

Cada príncipe possui uma personalidade ímpar e ver a interação entre eles é algo delicioso de acompanhar. No início, fiquei com raiva de uma atitude ou outra - pfvr, o príncipe Gustavo me deu nos nervos! -, mas aos poucos fui me rendendo conforme eles avançavam no quesito maturidade (porque, sério, só um era mais "evoluído" e sensato). Gostei de como o autor tratou cada particularidade, sem dar uma fórmula mágica para eles virarem outras pessoas num virar de páginas, deixando o desenvolvimento mais natural. Gostei também das descrições -  imagina que delícia foi estar algumas horas por dia no meio da floresta, visitando diversos reinos...

Ah, não falei especificamente deles, mas os príncipes envolvidos são: Liam (A Bela Adormecida), Duncan (Branca de Neve), Gustavo (Rapunzel) e Frederico (Cinderela). Eles, juntos de outros personagens, são retratados em várias ilustrações no livro (pausa para lembrar como isso deixou o livro ainda mais lindo). Claro que a história também tem uma bruxa e ela é fundamental para o andamento do enredo.

Indico, indico e indico! Não consigo imaginar que tipo de pessoa pode não gostar da história (hahaha) - então se arrisquem junto aos príncipes =)

Mini-Opiniões: If You Stay - Courtney Cole

Mini-Opiniões é uma coluna original do blog português Estante de Livros, adaptada aqui para o blog.


Li esse livro porque foi uma indicação do Goodreads para mim. Como curti a sinopse e o estilo do livro, decidi dar uma chance. É o primeiro livro de uma série não-contínua (isso é, uma série em que cada livro tem dois personagens principais diferentes) chamada "Beautifully Broken" (em tradução livre, algo como "Lindamente Interrompido", mais com a ideia de uma pessoa viciada em drogas/triste/enfim).
A história é bem isso mesmo. Pax Tate, de 24 anos, perdeu a mãe há algum tempo e tem uma terrível relação com o pai milionário, o que faz com que ele vá morar sozinho e se afunde em drogas, prostituição e um mundo quase sem-volta. Mila Hill é uma pintora que perdeu os pais em um acidente de carro há algum tempo, e é doce e linda, por dentro e por fora. Um dia, enquanto tentava tirar uma foto do Lago Michigan, Mila vê um carro estacionado com um homem desacordado e coberto de vômito, aparentemente quase morto: Pax. Mila liga para a emergência e salva a vida de Pax, e é aí que uma relação começa a acontecer. Será que Mila irá conseguir segurar a barra e ajudar Pax a superar a morte da mãe e, além disso, ajudá-lo a viver de forma sã novamente?
Já vou avisando: o livro tem várias cenas +18, e acho que foi o primeiro dessa onda mais erótica (embora o livro seja muito mais além de sexo, e as cenas são bem construídas) que me agradou. Li o livro em inglês, e ele ainda não tem editora no Brasil. Entretanto, acho que logo chega em terras tupiniquins, já que tem nota 4 no Goodreads!

A série já tem outros 2 livros, um com a irmã de Mila como personagem principal (If You Leave) e outro com uma personagem ainda não apresentada no primeiro livro (Before We Fall). Pretendo lê-los em breve e dividir com vocês o que achar!

Quando Você a Viu Pela Última Vez? - Lemony Snicket

O primeiro livro dessa série, resenhado aqui, já me surpreendeu muito, e me fez ter aquele gostinho de Desventuras em Série de novo, perfeito. E mais uma vez, Snicket conseguiu ganhar toda a minha aprovação, com um livro bem escrito e aquelas pinceladas de humor e nostalgia que me fizeram sofrer com mais teorias da conspiração. Essa resenha não tem spoilers do primeiro livro da série, então leia sem medo!

Nesse livro, o jovem Lemony Snicket tem mais um mistério para resolver. A família Knight chama S. Theodora e seu fiel escudeiro, Lemony Snicket, para solucionar o desaparecimento de sua filha, Cleo Knight. Os Knight eram os donos da fábrica de tintas que deu o nome à Manchado-Pelo-Mar.

O problema é que S. Theodora dá o caso por encerrado quando uma pessoa diz que, quando viu Cleo Knight pela última vez, a garota dizia que estava fugindo para se juntar ao circo. Snicket percebe que existe muito mais coisa por trás disso, e que obviamente alguma coisa estava errada - alguma coisa entre o estranho e suspeito botânico dr. Flammarion e a estranha família de Cleo, que parece eternamente drogada. Mas o quê, o garoto não sabia dizer. Com a ajuda dos amigos que já apareceram em "Quem Poderia Ser a Uma Hora Dessas?", Snicket vai aos poucos chegando à respostas e também a muitas, muitas, muitas perguntas.

Pra começar, devo dizer que adoro a série Desventuras em Série, e quando essa "segunda série" saiu, fiquei maluco. Repito: não é necessário ter lido Desventuras em Série para ler Só Perguntas Erradas, mas os easter eggs presentes no livro são impagáveis!

Adorei, novamente, todo o ambiente em que o livro se insere, e tudo mostra para mim que Handler, o autor real por trás de Lemony Snicket, não perdeu a mão. O mistério é super bem embasado, embora dedutível, e eu achei que é uma continuação perfeita para a série que já começou bem. Não vou negar: ele é mais lento que o primeiro, mas ainda assim, acho que nem notei direito. S. Theodora continua sendo tão útil quanto cubos de gelo no Polo Norte, mas todos os outros personagens me agradaram bastante, e parecia que eu os conhecia há bastante tempo.

O enredo de mistério e o comportamento dos personagens são o que mais prendem a leitura, e tentar entender, minimamente, todos os mistérios que rondam o livro (e as séries) também ajuda muito para que o livro flua. Se você já leu Desventuras em Série, O QUE está esperando pra ler Só Perguntas Erradas? E se você ainda não leu Desventuras em Série, não tem problema! Corre pra ler a série que, eu garanto, é boa demais (tanto para adultos, quanto para crianças. As referências à outros livros e filmes, se você entende, são bem legais). No final desse livro, é impossível não tentar criar UM MILHÃO DE TEORIAS sobre C.S.C, a organização secreta presente em Desventuras em Série, principalmente com um personagem importante de Desventuras em Série aparecendo.

Apenas uma coisa me chateou bastante: o nome desse personagem de Desventuras em Série que aparece em "Quando Você a Viu Pela Última Vez?" está em inglês. Achei bem chato porque me fez criar um milhão de teorias sobre a série, mas quem não sabe os nomes dos personagens em inglês pode nem entender quem é aquele personagem (talvez entenda pelo contexto, mas não era pra ser assim). O tradutor poderia ter lido os livros de Desventuras em Série para traduzir Só Perguntas Erradas melhor, e utilizar os mesmos nomes. Mas todo o resto do livro, isso é, a capa, a arte e todos os acabamentos, estão maravilhosos! A Seguinte mais uma vez surpreende.

Mini-opiniões: Cretina Irresistível - Christina Lauren

Mini-Opiniões é uma coluna original do blog português Estante de Livros, adaptada aqui para o blog.

Não há muito o que falar - de diferente - dos livros desta série. Os três que li apresentam os mesmos elementos, só mudam - obviamente - as histórias. Basta que você leia o primeiro, Cretino Irresistível, e vicie (ou não). Quem gostou deste primeiro livro vai se deliciar com os demais volumes e (acho que) nunca vai se cansar de lê-los (e vai sempre querer mais e mais). As autoras têm o dom para contar histórias, fato! São romances sem apelo dramático de casais muito carismáticos (até então dois). É possível conhecê-los, apegar-se e torcer por um final feliz ou por mais uma cena quente. Existe química e ela se estende ao leitor capaz de sentir um frio na barriga e sorrir entre uma cena e outra.
Me apaixonei por Ben e Chloe, então ter algo a mais da história deles foi ótimo! Eles continuam no estado natural de "gato e rato", mas agora compromissados e declaradamente apaixonados - o que torna tudo ainda mais romântico. Aqui nós temos muito mais Ben do que Chloe e, apesar de se passar um ano depois do final do livro anterior, temos alguns flashbacks muito bem vindos. Outra coisa muito boa dos livros é a descrição: você, provavelmente, estará (com facilidade) no mesmo ambiente que eles. Então aproveite para visitar uma linda mansão em Paris. A alternância da narração entre o casal continua agregando muito ao desenvolvimento da história - se você gostou de Ben em Cretino, se prepare, pois ele está ainda mais irresistível aqui. A cada volume, teremos um conto com uma breve continuação da história do livro anterior. Cretina Irresistível é o volume 1.5 e tem apenas 119 páginas - o que significa que basta algumas horinhas para devorá-lo (e ficar ansiosa por mais livros assim).
Sem dúvidas, é uma série que indico para quem gosta de romances, aparentemente, comuns, mas extremamente viciantes.

*Veja a resenha de Cretino Irresistível aqui e de Estranho Irresistível aqui.

A Rainha do Castelo de Ar - Stieg Larsson

A trilogia termina aqui. Com uma chave de ouro e um tapa na cara.

Lisbeth Salander está no hospital, esperando tanto a sua recuperação quando seu julgamento. Mikael está de um lado para o outro, conseguindo aliados para a sua amiga e desvendando quem está por detrás de toda a injustiça cometida contra ela. E a Säpo... ou melhor, a Seção (uma espécie de grupo anti-espião, formado na obscuridade da Säpo, com o objetivo de encontrar agentes duplos) está se reunindo para tentar internar Lisbeth novamente. E se antes a jovem hacker era de poucos amigos, dessa vez ela tem em cadinho de gente tentando ajudá-la, felizmente. Pessoas que viram por detrás da máscara e das roupas que ela usa. Pessoas que entenderam o quanto ela era especial apenas em ouvir falar dela. Pessoas que querem fazer justiça, usando todos os meios possíveis. Todas contra uma organização poderosa e implacável.
O Zala é um espião Russo fora de atividade, obviamente desprovido de qualquer escrúpulo, que atuava na época da guerra fria — prosseguiu Bublanski. — Chegou aqui nos anos 1970, e é o pai de Lisbeth Salander. Foi apoiado por um grupo da Säpo, que o cobria quando ele infligia a lei. Um policial da Säpo também deu um jeito de a Lisbeth Salander ser internada, aos treze anos, numa clínica de psiquiatria infantil, quando ela ameaçou revelar a verdade sobre o Zalachenko.

A Seção realmente não tem escrúpulos para conseguir se safar, e não se importa em sacrificar vidas inocentes para conseguir seu objetivo. Simplesmente se importa apenas com o que pode acontecer com o grupo e não com todo o problema que já causou.Eles fazem o que for preciso, desde colocar escutas no apartamento de Mikael e grampear o celular da Millenium inteira, até falsificar documentos e enganar um procurador. Porém o Super-Blomkvist não é nem um pouco idiota, e sabe muito bem como despistar agentes secretos e deixar Lisbeth informaticamente acessível quando ela está completamente isolada num quarto de hospital.

Sem perder o enlace, esse livro não poderia ser diferente dos outros dois: forte, altamente crítico, misterioso, revoltante, e de um jeito que é difícil (impossível) parar de ler. A amarração é ótima, a dose de suspense também. E as surpresas não acabam porque é o último livro. E nem o mistério é deixado pela metade.

Uma trilogia de personagens complexos, não tão perfeitos, mas muito obstinados, seja lá de que lado estejam. Uma perfeita e singular crítica para a sociedade, uma amostra da força de algumas pessoas e que é preciso, sim, lutar pelo o que acredita e o que é certo.

Vou sentir muita falta dos personagens e de toda a confusão que eles arrumaram. E vou me lembrar para sempre das entrelinhas do livro, por mais assustadora que seja. Afinal, é a realidade. E é melhor não se esquecer dela.

P.S. A cena do tribunal, quando Lisbeth está sendo julgada, é fabulosamente fantástica.

Ilustrações: Liz Clements

Olá, cá estou para mostrar-lhes mais ilustrações MA-RA-VI-LHO-SAS. Gente, fiquei muito feliz por vocês terem gostado da minha ideia e adorei todos os comentários deixados no outro post! A ilustradora de hoje é a Liz Clements, uma londrina que ilustra (quase sempre) garotas tatuadas, e eu, doida por tattoos como sou, fiquei simplesmente encantada ao conhecer o trabalho da Liz. Enfim, apreciem essas belezuras aqui:






E aí, são lindas sim ou claro? (ok, você pode não ter gostado, entendo :/). E o legal é que dá pra ter uma das ilustrações dela na sua decoração, é só entrar na lojinha dela e ter muito dinheiro, haha. Vocês podem acompanhar a Liz no facebook dela, ou pelo site! Espero que tenham gostado, e até mais :*

Precisamos falar sobre livros que mudam a vida



*MMV: Mudou Minha Vida

Tem livros que achamos ótimos, pelos quais surtamos, nos apaixonamos pelos personagens, desejamos viver aquilo um dia (ou jamais), tudo isso por carregarem bons enredos, uma narrativa que nos prende... mas existem livros que atingem um outro patamar, a história se torna tão íntima e única que parece que quem ler aquele livro vai descobrir seus segredos, vai chegar em um lugar que absolutamente ninguém tem acesso. Às vezes a história carrega algo sobre você - aquela coisa que você achou que fosse um sentimento exclusivo seu ou começa a achar que a autora está te espionando por escrever exatamente o que você viveu. Isso já me aconteceu umas duas vezes e não vou falar os livros justamente por serem pessoais demais, mesmo que as autoras não façam a menor ideia de quem sou ou do que vivi. Eles contam uma parte da minha história e o problema não é o fato, mas os - aparentemente - pormenores da história. Mas, bem, não é sobre isso que quero falar, já que falei que não vou falar. Eu quero falar daqueles livros que mudam a sua vida. Não é sobre os que carregam (só) uma história bonita ou que trazem a sua história. É aquele que conta algo singular. Que te abre os olhos. Que te poupa quebrar a cara e entrega a lição de vida com outro exemplo. É aquele livro que realmente te toca. Aquele que ultrapassa todas as barreiras e chega no seu nível mais alto. Não são livros de auto-ajuda, não são dicas prontas para ser uma pessoa melhor. Trata-se de uma história - à primeira vista - comum, mas de uma profundidade  imensurável. Estou sendo um pouco redundante ao insistir nisso, mas é que não encontro palavras para ilustrar o que são esses livros.

Fico inquieta quando vejo alguém falando mal dos meus MMV, porque, veja bem, nas histórias "comuns" que leio, consigo entender o que me agrada e o que pode desagradar o outro (amo o Travis, mas tenho milhões de motivos para que você não ame, entende?), mas eu fico me perguntando COMO, COMO a pessoa não sentiu nada com o livro X? COMO a pessoa fala que ele é chato e o abandonou sendo que eu devorei e, ao mesmo tempo, fui consumida pela leitura? Será que ela não captou a grandeza daquilo tudo? COMO o livro pode ter me tocado tanto e ela o despreza assim? Mais respeito com ele, pô!

Calma, minha indignação não é pessoal, não acho que você deixou passar uma coisa que só eu vi. É só que acabo ficando em dúvida se fantasiei demais, se me deixei levar facilmente pelos apelos dramáticos, essas coisas. Pra falar a verdade, procuro nem pensar nisso, pois quero manter a reputação do livro intacta (pra mim).

A Hazel Grace (de A Culpa é das Estrelas) falou sobre livros que amamos muito e são nossos, só nossos. Tenho certeza que você consegue entendê-la:

"Meu livro favorito era, de longe, Uma aflição imperial, mas eu não gostava de falar dele. Às vezes, um livro enche você de um fervor religioso , e você se convence de que esse mundo despedaçado só vai se tornar inteiro de novo a menos que, e até que, todos os seres humanos o leiam. E aí tem livros como Uma aflição imperial, do qual você não consegue falar - livros tão especiais e raros e seus que fazer propaganda da sua adoração por eles parece traição.
Não era pelo fato do livro ser bom nem nada; era só porque o autor, Peter Van Houten, parecia me entender dos modos mais estranhos e improváveis. Uma aflição imperial era o meu livro, do mesmo jeito  que meu corpo era meu corpo e meus pensamentos eram meus pensamentos."

VEM CÁ, HAZEL, I KNOW WHAT YOU MEAN s2s2s2
E emprestar estes livros é sempre um dilema. A pessoa pode se identificar e mudar tanto quanto você. Pode virar um MMV dela e vocês compartilharão um sentimento pelo mesmo livro, vocês se olharão e ambas terão um brilho nos olhos, se comunicarão sem palavras, porque vocês sabem o que aquele livro representa. Mas pode acontecer da pessoa encarar aquela leitura como uma leitura comum. Ela pode te perguntar o que de tão legal você viu naquele livro e você, talvez, terá vontade de virar as costas ou ficará sem palavras, porque o livro falaria por si só, você não teria que explicar nada (e é um saco ter que "convencer" a pessoa que ele é especial ou se abrir tanto a ponto de falar o que aquele livro mudou em você - isso para alguém que já está convencido que ele é chato/maçante/mimizento/indiferente). Sei lá, tenho a sensação que tais histórias podem mudar o mundo e aí chega alguém e joga um balde de água fria. Tipo a primeira vez que emprestei A Culpa é das Estrelas e minha amiga meio que torceu os lábios pra me contar o que tinha achado, sendo que cheguei no trabalho toda empolgada e com os olhos brilhando, meio que aguardando que ela conseguisse colocar em palavras tudo que eu tinha sentido, e eu só ficaria "sim, aconteceu o mesmo comigo!"; "é exatamente isso!"; "ÉÉÉÉÉ!"... mas tudo que recebi foi "Ah *torce os lábios*, achei normal, sei lá, eu esperava mais...". Só estou exemplificando com ACEDE, mas ele não é meu primeiro MMV, nem escrevi o texto pensando nele, são coincidências - até porque consigo (mais ou menos, bem pra menos) entender porque as pessoas não gostam dele ou não gostam tanto assim.

Quando você compartilha seu MMV com alguém
Levei a questão para o twitter... se você achar algum MMV seu, olhe virtualmente para a pessoa que compartilha do mesmo e troque aquele olhar de compreensão.



Nossa, estou falando tanto, né? Desculpe, mas se querem saber a verdade, essa é a primeira vez que falo sobre estes meus livros - de modo geral. Acredito que, muito provavelmente, vocês também possuem  pelo menos um MMV. Este post é para VOCÊS me falarem qual é o seu MMV (ou quais são) e, se quiserem, podem me contar o por quê - com certeza, me identificarei em muitas respostas/justificativas. Ah, e claro, vou falar de pelo menos dois MMV meus, mas em outros posts, porque este já está gigante.

P.S: Este é o terceiro "Precisamos falar sobre". Veja aqui o que falamos sobre livros abandonados e aqui para ler sobre decepções literárias.

Rose na Tempestade - Jon Katz

"Devagar, deitou-se no celeiro sobre estacas perto das ovelhas, que se agitaram nervosas. Tornou a fechar os olhos e tentou sonhar seu sonho preferido, aquele com as ovelhas a mastigar ao ar livre no prado, a relva ondular ao vendo, brilhar ao sol."

Rose é uma Border Collie e, como o nome do livro sugere, é a figura central da história. A narração em terceira pessoa é através de seus olhos, alternando vez ou outra para seu dono, o fazendeiro Sam, ou muito esporadicamente para uma outra personagem. Ela é uma cadelinha inteligente e dedicada, que foi adotada por Sam quando ainda era um indefeso filhotinho. Desde então, Rose se tornou a companheira de trabalho inseparável do fazendeiro e está sempre alerta, com seu mapa mental da fazenda periodicamente atualizado e capaz de perceber qualquer que seja a mudança no local. Seja uma ovelha parindo, ou uma tempestade de neve terrível que se aproxima. Além de Rose, Sam tem outros animais na fazenda com nomes um tanto peculiares: A mula Carol, o galo Winston, o líder do rebanho de ovelhas, Blackface e Flash, o cachorro do mato que se torna membro da família após a nevasca.

Jon Katz nos apresenta a uma história cativante e intensa, na qual uma cadela demonstra toda sua coragem, confiança e amor para com a raça humana e as demais espécies. Mesmo sabendo que a tempestade de neve se aproximava, Rose recusou-se a ir com seu dono para longe da fazenda e ficou para proteger os animais. Ela sabia que os coiotes estavam à espreita e atacariam logo que eles estivessem fracos e debilitados por causa do frio intenso e da fome. Mesmo Sam tendo criado abrigos, ela sabia também que não eram suficientes, já que nunca vira uma tempestade de neve tão violenta. Determinada, Rose luta com todas as suas forças para mantê-los vivos, mesmo que custasse sua própria vida.

Este livro é uma verdadeira aventura, mas bem diferente do que estamos acostumados a ler. O autor coloca todo o seu conhecimento animal nas palavras e faz parecer que realmente estamos vendo através dos olhos de Rose. É uma perspectiva interessante, já que não é comum termos um animalzinho como o “contador” da história. A experiência foi bem positiva, fiquei comovida e emocionada com a jornada da cadelinha e todos os outros animais. Sentia a dor deles no meu coração e enchi os olhos de lágrimas pela perda de alguns. Na verdade, se tratando de animais sou uma manteiga derretida. Seja ele qual for. E como defensora da causa, me emociono facilmente com histórias relacionadas a eles.

Rose na Tempestade não é um livro que nos consome, que nos deixa sem fôlego, ou que nos faz devorar cada página, mas é uma leitura tranquila, daquelas de fim de tarde, ou de um dia frio que você fica debaixo das cobertas e pega um bom livro para ler. É surpreendente em certos aspectos, mas não do tipo que vai mudar sua vida. Porém, cada palavrinha cheia de afeto, amor e companheirismo entre Rose e Sam, ou Rose e os demais animais é encantador. Principalmente quando Sam se dá conta de que seus sentimentos por Rose não são apenas de alfa x membro da matilha.

"Sempre acreditava que cachorros eram cachorros, e não se devia vê-los como algo mais, agora, contudo, não sabia o que pensar. Parecia-lhe que Rose de algum modo salvara a maioria dos animais, a fazenda, e tratava-se de uma ideia que simplesmente ia além de sua compreensão."

A morte e a dificuldade eram rotina e uma parte inerente da vida agrícola. Porém, após ESTA tempestade Sam sabia que tudo seria diferente. Assim como a cadelinha. Rose na Tempestade é um livro leve, gostosinho e daqueles que se lê após uma bela de uma ressaca literária. Por essa razão, escolhi este livro após a leitura de Corações Feridos. Espero que estejam preparados para a neve. Agasalhem-se bem e boa leitura!

Playlist: Músicas Inspiradas em Livros - Parte III

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Oi gente, cá estou com mais uma parte do "músicas inspiradas em livros" (lembrando que nem todas são inspiradas em livros, mas sim em contos/cartas famosas/afins), sem muito blábláblá, até porquê vocês já sabem do que o post se trata e como funciona, então vamos às músicas...

Legião Urbana - Monte Castelo: 

Inspirada na Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios e no soneto 11 de Camões, em que as duas falam sobre o amor. 



Queen - The Invisible Man:

A música foi composta depois do baterista, Roger Taylor, ler O Homem Invisível, de H. G. Wells; em que o protagonista, um cientista obcecado em encontrar a fórmula da invisibilidade, que após milhares de experiências consegue encontrar a fórmula perfeita e utiliza-a em seu próprio corpo, tornando-se o homem invisível.




Camisa de Vênus - Sílvia:
Foi inspirada no livro "Eu, Christiane F., 13 anos, drogada e prostituída". O livro que nos traz a história difícil de uma menina mergulhada em uma realidade pobre e violenta.


The Beatles - The Fool on the Hill:
Foi inspirada em Henry Fielding de Tom Jones, com um humor vulgar e sua intrepidez satírica (e há poucos meses o próprio Paul disse que essa música foi feita meio que pensando no ritmo da bossa nova brasileira).



Seven Kingdoms - The Long Night:
A banda tem um álbum inteiro dedicada à série Crônicas de Gelo e Fogo. Com faixas cujas letras se referem à passagens dos livros. Inclusive a própria capa do álbum ilustra a parte em que Snow e Sam fazem seus juramentos e tornam-se membros da Patrulha da Noite.




Por hoje é só, pessoal. Espero que tenham gostado das músicas. Estou adorando ler os comentários deixados por vocês. Beijos e até a próxima!


A Maldição da Pedra - Cornelia Funke

Novamente Cornelia Funke vem nos encantar com mais um mundo mágico.

Jacob atravessa o Mundo do Espelho com apenas doze anos de idade, e em doze anos já se torna um lendário caçador de tesouros. Infelizmente o seu irmão mais novo, Will, também o segue através do espelho do escritório do pai desaparecido e uma maldição faz com que nele cresça uma pele de pedra de jade. Agora, antes que Will se torne um goyl — uma criatura fria e violenta — Jacob precisa encontrar bruxas e desafiar fadas se quiser que seu irmão não se perca.

O que ele nem imagina é o que seu irmão de pele de jade é uma chave importante numa guerra entre humanos e goys, e que trazê-lo de volta ao normal vai beirar mais ao impossível do que ele imaginava.

Eu sou apaixonada por contos de fadas, como acredito que a maioria seja também. E nesse livro Cornelia Funke mistura essas histórias, embora elas não aconteçam paralelamente. Na verdade Branca de Neve, a Bela Adormecida, Cinderela... Todas essas histórias já ocorreram. O que não muda o fato de que eu adorei esse mundo em que os contos de fadas são mesmo reais, embora nem todos com finais felizes. O Mundo dos Espelhos é composto por criaturas tão conhecidas nossas — como anões, fadas, trolls —, assim como também por novas espécies.Nada disso fica confuso porque a autora soube deixar tudo isso muito bem explicado ao longo do enredo, o que foi um ponto muito positivo.

Esse primeiro livro não deixou muito claro quem é Will como pessoa, exceto que ele é um rapaz tranquilo, meigo e feliz, fácil de amar. Completamente diferente da criatura que ele está se tornando. Sua namorada, Clara, também é uma jovem meiga e forte, por passar por tudo aquilo, num mundo que nunca acreditou que fosse existir, e ainda assim decidir enfrentar aquela jornada, por Will. Jacob é nosso personagem principal, ainda assim o achei meio egoísta. Afinal, passou mais tempo naquele Mundo do Espelho do que com sua própria família. Porém suas aventuras o tornaram um homem forte, determinada, e que não desiste nem tão fácil. Aliás, Fox, uma jovem humana que gosta mais de ficar transformada em loba, está sempre ao seu lado para fazê-lo lembrar a não se esquecer do que deve fazer. Eu gostei dela. Espero que no próximo livro ela pelo menos tente lutar pelo o que quer de verdade.

Preciso confessar: eu tenho essa queda pelos contos de fadas, então sou suspeita em falar. Não é a minha trilogia preferida, que faz essa mistura (sim, Os Dragões de Éter ainda estão em primeiro lugar), mas ela também é muito cativante, bem enredada e curiosa. Gostei das surpresas, da pequena pista deixada e principalmente do final que nos choca e remete a mais uma longa aventura. Aos amantes de uma boa fantasia e dos encantamentos de Cornelia Funke, está aí mais uma trilogia que vai nos arrebatar.

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Mini-opiniões: Loving the band - Emily Baker

Mini-Opiniões é uma coluna original do blog português Estante de Livros, adaptada aqui para o blog.


Eu iria fazer resenha deste livro, mas depois de tanto procrastinar, resolvi fazer um "mini-opiniões" mesmo, pois o livro é tão pequenininho/rapidinho/rasinho que eu poderia ficar repetitiva.
Jess foi visitar o pai em Londres junto com a melhor amiga, Tessa e ambas estavam bastante chateadas com algumas coisas que aconteceram antes. De forma acidental, elas acabam conhecendo a banda The Only Truth (que Tessa era fã e Jess nunca tinha visto). Surge aí uma amizade e dois integrantes da banda acabam se apaixonando por Tessa. Ela se vê dividida, pois ambos a cativam e não é bem uma questão de escolha para ela, é uma escolha para eles.
Este livro surgiu depois do grande sucesso da fanfic original do One Direction e, apesar de não acompanhar a banda, me interessei quando a iD divulgou porque tenho uma quedinha por histórias ídolo + fã. Ainda não encontrei O livro que fale desse tipo de relação, mas sigo confiante lendo e procurando. Apesar de não ter amado, é um passatempo legal, como ver um filme na Sessão da Tarde em um dia de preguiça. A história tinha tudo para ser melhor, maior, mais bem desenvolvida e até achei que com a publicação, sairia de fanfic para livro mesmo, mas a sensação que tive é que mantiveram a superficialidade quando poderiam aprofundar ainda mais a história. O que tem de positivo na história é a verossimilhança, pois tudo é compatível com a realidade, é algo possível de acontecer e é coerente, mesmo que corrido. Mas, sem dúvidas, o ponto mais positivo de Loving the Band é a emoção passada - de fato, é fácil se envolver com tudo e se emocionar com os acontecimentos. E, assim como pode acontecer em um filme de Sessão da Tarde, me emocionei e sorri, mas nada mais que isso.