"Nos humanos, o que está dentro é algo que não pode ser visto – a alma. Aqui essa é a diferença fundamental entre vocês e suas Matrizes. Vocês não têm alma."
Demesne é uma ilha alojada nos mares equatoriais e
que serve como uma espécie de “spa” ou “refúgio” para a classe alta. A ilha é
rodeada pelo mar artificial Io, que possui águas violetas e borbulhantes, além
de ser ocupada por um grande número de clones adultos, criados apenas para
serem empregados dos humanos. Cada clone tem sua função determinada e esta é
identificada pela tatuagem facial que recebem assim que são fabricados. Nenhum
clone exerce a função de outro, pois tudo o que sabem está inserido no seu chip
de programação.
Elysia também é um clone, mas é uma Beta. Clones
adolescentes não eram criados por serem considerados imprevisíveis e com
temperamentos explosivos. Por essa razão,
Elysia tem sido considerada a melhor criação da ilha, respondendo
positivamente todas as expectativas e logo é posta à venda. Por sua beleza e
excelente forma física, a Beta de 16 anos é comprada pela esposa do governador
de Demesne para substituir a filha mais velha que fora estudar no continente.
Desse modo, Elysia se vê prestes a descobrir se a vida humana é ou não a
maravilha que sua programação a faz acreditar.
Beta foi uma grande descoberta e, nessa minha fase
de leituras distópicas, simplesmente me apaixonei pelo livro. Muito embora o
tema não tenha tanta originalidade, há uma riqueza incrível de criações
inéditas e que a autora desenvolveu apenas para esta série. Desde canções,
flores, veículos, mares, drogas e etc. Um fator que me agradou bastante é a
narrativa em primeira pessoa, que nos dá a oportunidade de adentrar à mente de
uma personagem que é um clone, que nunca teve contato com os mais diversos
ambientes, sensações e sentimentos humanos. Faz-nos enxergar de um ponto de
vista muito curioso, afinal ela não pensa como como nós. Ou pensa?
Outro detalhe é que, apesar de nossa tecnologia não
estar tão avançada quanto a do livro, é fato que clones já foram/estão sendo
produzidos. Não humanos, é verdade, mas o que os faz pensar que num futuro
próximo isso não vai acontecer, hum? Talvez não estejamos mais por aqui, mas
com certeza nossos filhos e netos estarão e, POXA, como eu queria ver isso
acontecer. HAHAHAHA Esse foi, pra mim, um daqueles livros que dá uma tristeza
quando vai chegando ao fim, mas ao mesmo tempo fica tão bom que você quer
devorar e ele ainda é capaz de te deixar: WHAT? PARA O MUNDO QUE EU QUERO
DESCER. Não só pela escrita leve e fluida da autora, mas também pela forma como
a história foi desenvolvida, pela curiosidade, por personagens intrigantes e
misteriosos... Sabe?
O texto é cheio de críticas sociais e, de certo
modo, reflete a vida de muitos adolescentes ricos e com alienação parental.
Além disso, é explicito o retrato da futilidade. Imagine só você ir à uma loja
apenas para comprar um clone para alegrar seus dias. Lá lá lá lá lá... Sou ryca
e phyna, então eu poooosso! Oi? Já mencionei a parte que para criar um clone é
preciso que sua matriz MORRA? Não, né?
Diferente da realidade, onde se copia um outro ser e o mesmo permanece
vivinho da silva, neste livro a matriz tem sua alma extirpada do corpo (e
mandada sabe-se lá pra onde) e a pessoa simplesmente deixa de existir. É uma morte
bem cruel.
A parte mais eletrizante é que nem tudo é perfeito
e, lóoooogico, tem que sair alguma coisa defeituosa nessa história, hein? E é
aí que surgem os revolucionários anti clones e os clones defeituosos. Todos
querem liberdade e as pobres criaturas sem alma (ou com?) vão lutar com a
própria vida para fazer justiça. Ui! Beta é cheio de reviravoltas, romance,
tragédia, ação e muito suspense. O segundo volume da série estava previsto para esse mês e espero que esse lançamento saia conforme o combinado, pois assim
a espera de que ele chegue logo ao Brasil pode ser suportável. Hehehe
Super recomendo a leitura para os fãs de distopia e
para aqueles que desejam se aventurar pelas águas violáceas do mar de Io. Façam
as malas e embarquem para uma aventura paradisíaca em Demesne.
Oi Sabrina!
ResponderExcluirEu adoro livros de distopia e só por isso esse é um livro desejado!
Curto essas histórias de clones também... Lembra um pouco o filme "A Ilha", que curti bastante.
Ótima resenha ;)
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
apesar de uma capa legal, não me atraiu
ResponderExcluirnão curto muito distopia!
http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/
Olá!
ResponderExcluirEntão, me lembrou daquele filme da ilha esse livro, também fiz algumas relações com o livro A Hospedeira. Não sei se me atraiu. Mas alguns livros só começando a ler pra ver se gosto, então quem sabe. rsrs Mas gostei muito da sua resenha!
Abraços, Andreza ;D
http://vidaempix.blogspot.com.br/
Oi :)
ResponderExcluirFiquei muito curiosa. Amo distopias e nunca li nada sobre clones então fiquei muito curiosa.
Beijinhos
www.fofocas-literarias.blogspot.pt
Eu adoro distopia e estou curiosa por esse livro já faz tempo, porém infelizmente os preços da ID são um pouco altos e o meu orçamento não me permite comprar..rsrs
ResponderExcluirbjs
Tais
http://www.leitorafashion.com.br
Parece mesmo A ilha, mas acho legal debater essa história de clones, que hoje parece impossível para humanos (afinal eles clonaram uma ovelha, dolly), mas que de repente será comum nos próximos anos. Quais serão os prós e os contras???
ResponderExcluirNão sou muito fã de distopias, mas essa sem duvida me conquistou pela sua resenha!! Amei demais essa história de cópias, e as pessoas simplesmente comprarem esses seres que não tem (ou tem) alma... Mais doido ainda é pensar que a pessoa tem que morrer pra poderem criar uma cópia... Por que?! Fiquei super intrigada com essa história, e com certeza entra pra minha lista de livros pra comprar...
ResponderExcluirKisses =*
Como você mesmo disse: originalidade não é o ponto forte desse livro. Ele logo me remeteu ao clássico Admirável Mundo Novo, e tem elementos de várias outras distopias, mas tudo bem, quem gosta do gênero com certeza não irá se importar com isso.
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