Muitas coisas me incomodaram nesta história e vou começar pela protagonista e narradora da história, Ronie. A sensação que me acompanhou durante toda a leitura foi a histeria dela. Não sei como explicar direito, mas parecia que ela estava sempre gritando ou brava ou reclamando de forma agitada. Ela é extremamente dramática e isso poderia dar um ar mais engraçado (que acho que era a intenção) se fosse de forma mais moderada, mas acabou ficando cansativo.
Depois, veio a mãe dela. Já é estranho que ela tenha mudado não só de emprego, mas também de profissão há meses e as filhas não estavam sabendo, aí a mudança só é avisada quando surge a "necessidade" de Madson - um dos garotos da banda - morar com elas. Imagina agora uma mãe que é super dura com a filha e recebe o novo morador como uma eterna visita, obriga a filha a fazer as vontades dele, além de outros caprichos e tá sempre contra a filha nas discussões entre eles. E a filha tem que aceitar e "servir" o garoto. Para completar o combo, ainda é bem avoada e comete umas irresponsabilidades.
Madson é folgado. Tudo de chato dele que vem depois surge daí. A irmã de Ronie, Mary, tem 11 anos e não entendi se ela é infantilizada demais ou subestimada, porque ela desenvolve uma paixão por um dos integrantes que, a princípio, parece ser inofensiva, mas de repente eles estão escondendo as coisas dela por medo de que ela fique magoada e eu fiquei ????, depois ela tenta boicotar um encontro do garoto e acho que faltou limites, porque né... Ainda tem uma fã stalker que muda de cidade atrás dos garotos - ela é adolescente, veja bem -, faz ameaças à Ronie, está sempre à espreita, no quintal, no gramado vizinho, no shopping... Assim e tudo bem. Nenhuma consequência, nenhuma denúncia, nenhum medo de nada.
Tudo dá errado no livro por ele ser inverossímil. Foi tanta incoerência junta que nada tem credibilidade, tudo é questionável e digno de revirar os olhos. Não há qualquer profundidade nos personagens, tudo é tentativa - que acaba não dando certo e se torna um ponto negativo. Não poderia faltar a representação da família no livro, aí ela tá lá - os adultos são tão irresponsáveis, imaturos que não dá. O ambiente escolar é totalmente desestruturado. A fama dos garotos é enorme, mas lá estão eles transitando tranquilamente, indo no shopping e tendo uma multidão pedindo fotos, mas conseguindo comprar pipoca, assistir o filme, entre outras coisas. O livro parece uma fanfic onde só se vai escrevendo sem muito compromisso de fazer aquilo parecer real, como uma fantasia adolescente com sua banda favorita. Toda a ideia do livro é muito boa e atraente, mas o desenvolvimento não deu certo pra mim.
Agora uma coisa que me incomodou mesmo foi uma passagem em que saem algumas notas em um site de fofocas e uma delas é sobre Ryan e Henry, dizendo que ambos estão tendo um relacionamento. Quando a pequena (?) Mary pergunta se é verdade, toda chorosa, Ryan diz "eu sou macho". Mais especificamente "(...) Pequenininha, eu sou macho! Nada contra quem é, mas... eu sou macho! Macho mesmo!". Espera, que ano é hoje? Um livro para adolescentes reproduzindo este tipo de comportamento é bem triste. Acredito que faltou cuidado na edição, porque é a segunda vez que me deparo com algo assim (assunto para outro post). Aí, como se não bastasse o cara falando isso, lá está a garotinha reproduzindo a fala e depois ainda tem um "Ah, então foi só um boato... Menos mau, né?". Não dá.
Os acertos estão em não forçar romance, coisa que eu jurava que ia acontecer - estava errada, amém -, a escrita da autora que é muito fluida, fácil de ler e se ambientar, além do humor de certas cenas. Então sem dúvidas eu leria outras histórias da Giulia, mas esperando mais maturidade na construção do enredo. Não deu dessa vez, mas sei que a história pode (e muito!) divertir os leitores mais jovens que procuram algo leve.
Tudo dá errado no livro por ele ser inverossímil. Foi tanta incoerência junta que nada tem credibilidade, tudo é questionável e digno de revirar os olhos. Não há qualquer profundidade nos personagens, tudo é tentativa - que acaba não dando certo e se torna um ponto negativo. Não poderia faltar a representação da família no livro, aí ela tá lá - os adultos são tão irresponsáveis, imaturos que não dá. O ambiente escolar é totalmente desestruturado. A fama dos garotos é enorme, mas lá estão eles transitando tranquilamente, indo no shopping e tendo uma multidão pedindo fotos, mas conseguindo comprar pipoca, assistir o filme, entre outras coisas. O livro parece uma fanfic onde só se vai escrevendo sem muito compromisso de fazer aquilo parecer real, como uma fantasia adolescente com sua banda favorita. Toda a ideia do livro é muito boa e atraente, mas o desenvolvimento não deu certo pra mim.
Agora uma coisa que me incomodou mesmo foi uma passagem em que saem algumas notas em um site de fofocas e uma delas é sobre Ryan e Henry, dizendo que ambos estão tendo um relacionamento. Quando a pequena (?) Mary pergunta se é verdade, toda chorosa, Ryan diz "eu sou macho". Mais especificamente "(...) Pequenininha, eu sou macho! Nada contra quem é, mas... eu sou macho! Macho mesmo!". Espera, que ano é hoje? Um livro para adolescentes reproduzindo este tipo de comportamento é bem triste. Acredito que faltou cuidado na edição, porque é a segunda vez que me deparo com algo assim (assunto para outro post). Aí, como se não bastasse o cara falando isso, lá está a garotinha reproduzindo a fala e depois ainda tem um "Ah, então foi só um boato... Menos mau, né?". Não dá.
Os acertos estão em não forçar romance, coisa que eu jurava que ia acontecer - estava errada, amém -, a escrita da autora que é muito fluida, fácil de ler e se ambientar, além do humor de certas cenas. Então sem dúvidas eu leria outras histórias da Giulia, mas esperando mais maturidade na construção do enredo. Não deu dessa vez, mas sei que a história pode (e muito!) divertir os leitores mais jovens que procuram algo leve.
Primeiro queria dizer o seguinte: Como é bom ver você de volta ao mundo dos blogs, Ceile!!! Senti falta dos seus textos!
ResponderExcluirEu já tinha ouvido falar de Boston Boys, mas não sabia muito lá do enredo. Na verdade, eu de cara torci o nariz porque me pareceu um livro de uma autora brasileira que se passa nos EUA e tô meio cansada dessas coisas.
Também venho reparando nesses comportamentos dos personagens. Tem livros que são ótimos, super fofinhos e tal, mas aí vem um personagem com algum comportamento que pode ser considerado problemático e isso acaba estourando a bolsa de felicidade. Foi o que aconteceu comigo em "Damas de Honra", tudo lindo até que rolou um chorume de preconceitos e foi bem feio de ver.
Anyways, obrigada pela resenha! <3
Concordo com tudo que você escreveu, como é bom ver uma pessoa que não tem medo de escrever a verdade.
ResponderExcluirAcho que se eu estivesse nos meus 13\14 anos teria gostado mais do livro, mas também é uma coisa que me preocupa, esse tipo de conteúdo pode ser meio problemático para quem é mais jovem e influenciável ler.