Devorah está arrasada com o final do seu namoro. Ela passou a maior parte do ensino médio com Brian e acabou se afastando das suas melhores amigas, passou numa faculdade nem tão boa assim e mal fala com sua irmã. Imagina que louco se ela conseguisse falar consigo mesma de três anos atrás e pudesse se aconselhar a não fazer certas coisas. Imaginou? Pois bem, depois de um acidente com seu celular, é isso que acontece: ela liga pra ela mesma. E assim, dá início a uma louca aventura para consertar sua vida - aquele ditado "cada um colhe o que planta" não poderia se encaixar melhor. Acontece que a Devorah mais nova que vai ter que plantar (muita mão-de-obra pra pobre coitada) e a Devorah mais velha é quem vai colher os frutos, sejam eles maduros ou podres.
Este foi meu segundo contato com a autora e eu já esperava uma leitura normal - facinha de ler, pra passar o tempo, uma lição de moral, mas nada espetacular. Não sei se foi a expectativa baixa ou o mérito é do enredo mesmo, mas fato é que adorei este livro! Mesmo não se tornando favorito, me vi envolvida página após página e morrendo de medo de que a protagonista cometesse um erro mortal. Já falei em outra resenha (O Futuro de Nós Dois) o quanto fico apreensiva quando se trata de futuro - ou intervenções no passado que, consequentemente, alteram o que vem pela frente. Mesmo sabendo que não é possível voltar ao passado e tal, ainda me corroo com essas aventuras. Confesso que fiquei assim depois que fui mãe e me perguntaram "se você pudesse voltar no tempo, alteraria alguma coisa?" e, mesmo me arrependendo de inúmeras idiotices que fiz, só consigo pensar que qualquer coisinha diferente lá atrás e eu não teria o Guh agora. Nossa, muita viagem, mas falo sério quando digo que essa coisa de voltar no tempo me incomoda (e toda essa coisa chamada "e se").
Voltando ao livro, é impossível não comparar com o primeiro que li dela, 10 Coisas que Nós Fizemos (e Provavelmente Não Deveríamos), - este que também gostei, mas não tanto quanto Me Liga. A narrativa é muito mais natural, divertida e até triste. Sim, dá pra entender a melancolia da protagonista mais velha (Ivy, que na verdade é Devorah, mas elas se apelidam pra facilitar a comunicação) ao terminar o namoro, se ver decepcionada com a relação e longe das suas amigas (as que costumavam ser, pelo menos). Já pensou se desse pra apagar o ex que quebrou seu coração? O problema é que ela "se apagou" da vida dele, mas os sentimentos continuam nela (e nunca existiram nele). Achei a garota mais nova bem submissa - me diz quem ouve conselho pra não se envolver com alguém que tá muito afim em pleno primeiro ano? Eu a achei muito subordinada - ok, trata-se de você mesmo (a voz da experiência) - e resistente. O Brian era um fofo, como não se envolver com ele? Claro, isso foi bom para Ivy ver bem onde suas escolhas poderiam levar.
Eu não acredito muito quando as pessoas falam que um relacionamento não deu certo - mesmo que tenha durado um, dois, três anos. É bastante tempo e alguma coisa deu certo, né? Por mais infeliz que a pessoa esteja no fim do namoro, não acho que alguém fica junto durante três anos se tudo é ruim. Em algum momento eles viveram coisas boas e, bem, no caso dela, são três anos que ela aprendeu muitas coisas, sem dúvidas, então alguma coisa fica - nem que sejam maus exemplos e lembretes para nunca mais fazer as mesmas coisas (quer dizer, eu tenho milhões de post-its mentais, mesmo que, eventualmente, eu não os leia quando deveria hehehe).
Pra mim é bem complicado falar deste livro sem lembrar das minhas próprias experiências, porque passei quase que o ensino médio inteiro namorando - e sei como é, depois do final, ter a sensação de que poderia ter aproveitado muito mais esta época se estivesse solteira, porque, veja bem, me diverti MUITO com o pessoal da escola (principalmente no terceiro ano e quando fiquei ~livre, leve e solta~), mas ainda sou mais racional que a protagonista e sei que, apesar de não acreditar que fiz certas coisas quando olho pra trás, tudo aquilo valeu a pena naquele momento.
Olha só o tanto de reflexão que um livro teen, inofensivo, fofinho pode levar... mais do que indico a leitura, mesmo que seja só pra passar o tempo e a história não te traga tantas lembranças assim, porque mesmo se eu não tivesse vivido algo parecido, iria me divertir com as maluquices que as duas fazem. Se você gostou de Efeito Borboleta (eu AMO!), pode gostar também desta versão mais ~leve~, onde é possível acompanhar "em tempo real" o que as mudanças no passado podem alterar o futuro (e não só de uma pessoa, mas de todas ao seu redor).
Links: Saraiva | Skoob
Este foi meu segundo contato com a autora e eu já esperava uma leitura normal - facinha de ler, pra passar o tempo, uma lição de moral, mas nada espetacular. Não sei se foi a expectativa baixa ou o mérito é do enredo mesmo, mas fato é que adorei este livro! Mesmo não se tornando favorito, me vi envolvida página após página e morrendo de medo de que a protagonista cometesse um erro mortal. Já falei em outra resenha (O Futuro de Nós Dois) o quanto fico apreensiva quando se trata de futuro - ou intervenções no passado que, consequentemente, alteram o que vem pela frente. Mesmo sabendo que não é possível voltar ao passado e tal, ainda me corroo com essas aventuras. Confesso que fiquei assim depois que fui mãe e me perguntaram "se você pudesse voltar no tempo, alteraria alguma coisa?" e, mesmo me arrependendo de inúmeras idiotices que fiz, só consigo pensar que qualquer coisinha diferente lá atrás e eu não teria o Guh agora. Nossa, muita viagem, mas falo sério quando digo que essa coisa de voltar no tempo me incomoda (e toda essa coisa chamada "e se").
Voltando ao livro, é impossível não comparar com o primeiro que li dela, 10 Coisas que Nós Fizemos (e Provavelmente Não Deveríamos), - este que também gostei, mas não tanto quanto Me Liga. A narrativa é muito mais natural, divertida e até triste. Sim, dá pra entender a melancolia da protagonista mais velha (Ivy, que na verdade é Devorah, mas elas se apelidam pra facilitar a comunicação) ao terminar o namoro, se ver decepcionada com a relação e longe das suas amigas (as que costumavam ser, pelo menos). Já pensou se desse pra apagar o ex que quebrou seu coração? O problema é que ela "se apagou" da vida dele, mas os sentimentos continuam nela (e nunca existiram nele). Achei a garota mais nova bem submissa - me diz quem ouve conselho pra não se envolver com alguém que tá muito afim em pleno primeiro ano? Eu a achei muito subordinada - ok, trata-se de você mesmo (a voz da experiência) - e resistente. O Brian era um fofo, como não se envolver com ele? Claro, isso foi bom para Ivy ver bem onde suas escolhas poderiam levar.
Eu não acredito muito quando as pessoas falam que um relacionamento não deu certo - mesmo que tenha durado um, dois, três anos. É bastante tempo e alguma coisa deu certo, né? Por mais infeliz que a pessoa esteja no fim do namoro, não acho que alguém fica junto durante três anos se tudo é ruim. Em algum momento eles viveram coisas boas e, bem, no caso dela, são três anos que ela aprendeu muitas coisas, sem dúvidas, então alguma coisa fica - nem que sejam maus exemplos e lembretes para nunca mais fazer as mesmas coisas (quer dizer, eu tenho milhões de post-its mentais, mesmo que, eventualmente, eu não os leia quando deveria hehehe).
Pra mim é bem complicado falar deste livro sem lembrar das minhas próprias experiências, porque passei quase que o ensino médio inteiro namorando - e sei como é, depois do final, ter a sensação de que poderia ter aproveitado muito mais esta época se estivesse solteira, porque, veja bem, me diverti MUITO com o pessoal da escola (principalmente no terceiro ano e quando fiquei ~livre, leve e solta~), mas ainda sou mais racional que a protagonista e sei que, apesar de não acreditar que fiz certas coisas quando olho pra trás, tudo aquilo valeu a pena naquele momento.
Olha só o tanto de reflexão que um livro teen, inofensivo, fofinho pode levar... mais do que indico a leitura, mesmo que seja só pra passar o tempo e a história não te traga tantas lembranças assim, porque mesmo se eu não tivesse vivido algo parecido, iria me divertir com as maluquices que as duas fazem. Se você gostou de Efeito Borboleta (eu AMO!), pode gostar também desta versão mais ~leve~, onde é possível acompanhar "em tempo real" o que as mudanças no passado podem alterar o futuro (e não só de uma pessoa, mas de todas ao seu redor).
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ResponderExcluirOi Ceile,
A minha resenha desse livro também está pronta e devo colocar no ar no sábado.
Gostei bastante da história, talvez não tanto quanto você mais gostei..rsrs
A autora soube conduzir a história muito bem e o fato dos capítulos serem intercalados entre a Devi do passado e a do futuro fez toda diferença.
Bjs
Tais
http://www.leitorafashion.com.br
Wow, adorei sua resenha!
ResponderExcluirConcordo com inúmeros pontos que vc citou e, oh Deus, mais um livro para a lista hehe
Também fico agoniada quando envolve mudanças no tempo, por mais que, como vc, também saiba que foram essas coisas do passado que me trouxeram até hoje.
Beijão!
Arrastando as Alpargatas
tomara que seja um sucesso! estou bem animada pra ler, pois gostei da premissa!
ResponderExcluirhttp://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/
não sou muito fã de histórias que envolvem relembrar/consertar adolescência, pois como vc disse, mesmo a leitura sendo inofensiva e leve, acaba nos afetando e fazendo refletirmos sobre nossa própria vida, e aí está o problema: eu mudaria muita coisa na minha!
ResponderExcluirmas me parece ser um ótimo livro esse.
Oi Ceile!
ResponderExcluirEu li outra resenha desse livro e gostei da história, suas palavras comprovaram meu interesse nele. ^^
Também não sou muito do 'e se', meu negócio é mais 'temos que'... quero fazer tudo e viver mais um monte de coisas ao mesmo tempo e AMO ver que, mesmo com os tropeços, a gente viveu. E acho que todos nós temos arrependimentos, mas são esses erros que nos moldam e fazem parte das nossas experiências de amadurecimento né?
Parabéns pelo texto!!!
Boa leitura!
Cássia Lima
Vivendo um sonho por dia
ou
No Wordpress: Vivendo um sonho por dia
Oi Ceile!
ResponderExcluirEu adoro a Sarah justamente por esses livros leves e despretensiosos e que são sempre um fofos e fáceis de ler. Ainda não li esse, mas não parece ser diferente! Eu AMEI O Futuro de Nós Dois principalmente por trazer uma boa reflexão além do típico enredo de romance YA, sabe? Então tenho certeza que também vou adorar esse!
Adorei a resenha! Bjs
http://nasquartasusamosrosa.blogspot.com.br/