Você precisa ler: Quando Saturno voltar (Laura Conrado)

Em seu novo romance, Laura Conrado conta a história de Déborah Zolini, uma jornalista sonhadora e fã de Pablo Neruda que trabalha como assessora de imprensa de um clube de futebol da segunda divisão e namora o médico Sérgio há quatro anos. Ela faz planos de construir uma vida a dois, arrumar um emprego melhor e correr atrás de desejos que ainda não realizou. Só que a vida, ou as estrelas, guardam surpresas para Déborah. Em uma viagem ao Chile, ela encontra uma mulher misteriosa que lhe fala sobre o retorno de Saturno. O planeta, que leva, em média, 29 anos para dar uma volta no sistema solar, voltará à posição em que se encontrava quando a jornalista nasceu. Para quem acredita em astrologia, esse é momento em que as pessoas passam por várias mudanças, que vão prepará-las para encarar o resto de sua vida. Déborah não leva a moça muito a sério, mas pede às estrelas que a ajudem a realizar seus desejos. No entanto, no voo de volta ao Brasil, um encontro inesperado começa a abalar a vida aparentemente certinha da protagonista. Aos poucos, Déborah começa a notar que seu namoro anda meio morno, a falta de reconhecimento no trabalho a incomoda. Ela começa a admitir que não está gostando do rumo que as coisas estão tomando. Será a hora de partir para novos desafios? Trocar aquele relacionamento confortável pelo frio na barriga? Sair de vez da zona de conforto e ver o que acontece?
Li Quando Saturno voltar no meu pior ano de leitura (2015) e posso dizer que todos os livros concluídos naquele ano têm certo mérito por terem me prendido até o final. A parte ruim disso foi que eu não conseguia indicá-lo adequadamente por aqui - se você tem um blog/canal no youtube/instagram, sabe bem qual a sensação de querer muito indicar um livro, mas acabei indicando muito pessoalmente para as amigas e no snap. Em compensação, li no melhor momento - eu estava (e ainda estou) passando por um momento de transformação e reflexão que bateu exatamente com a história da Déborah.

É claro que o livro é bom para todos os públicos, mas eu preciso fazer um apelo às mulheres de 22 a 32 anos (ou por aí): LEIAM ESSE LIVRO! A gente tá acostumada a ler YAs (mais jovens), NAs (quase lá) e até chick-lits (na faixa) importados e, por mais que nos identifiquemos com certos pontos das histórias, a realidade é bem distante. Aí tá a vantagem de um chick-lit nacional: a protagonista não vive só situações absurdas, ela vive tudo aquilo no mesmo lugar que você, com os mesmos costumes, há uma familiaridade cultural. A Déborah carrega tanto das mulheres brasileiras e tem coisa mais linda do que se ver compartilhando dos pensamentos da personagem do livro?


Em algum momento da vida vamos questionar nossas escolhas (ou a falta delas, né?) e vamos ansiar por mudanças que vão além do corte ou cor do cabelo, mas sem fazer a menor ideia de por onde começar. Aí vem a vida e começa a exigir essa transformação e você faz o quê? Bem, não há escolha a não ser se reinventar. E é exatamente disso que o livro fala. Isso é atribuído ao Retorno de Saturno (adorei saber mais sobre! Saio falando pra todo mundo) e, acreditando ou não, essa fase na sua vida vai chegar (ou você está passando por ela agora ou já sobreviveu - inclusive, me conta aí, tudo resolvido?).

É claro que eu poderia falar sobre o quanto a história é engraçada, o quanto a escrita é fluída e a leitura é rápida e leve (apesar da profundidade dos dramas do enredo). Laura tem uma mania maravilhosa de falar muito em poucas páginas - ela conta uma história bem completa sem enrolar demais, mas também não corre em nada. Posso falar de vários aspectos, mas nada me chama mais atenção do que esta identificação, seja com a rotina, os dramas, as necessidades ou a própria personalidade da protagonista. Déborah é uma mulher real e você vai se ler nela em algum aspecto. Tem também aquilo bem vida real que é: nada tá tão ruim que não possa piorar. Pois é, mas assim como tem o tempo para o choro, tem o tempo da alegria também e como é lindo o final dessa história. Sobre o livro físico, está a coisa mais linda! Além dessa decoração na guarda e quarta capa, cada início de capítulo traz uma frase de Pablo Neruda - o que tem tudo a ver, já que o ponto de partida é uma viagem ao Chile. Ahhh, tem também outro livro muito legal da Laura que já indiquei aqui, mas vamos lá de novo: Freud me segura nessa!


Se ainda ficou alguma dúvida, vai lá ler o livro rapidão só pra testar uma coisa.

Onde encontrar: Skoob | Americanas | Extra | Submarino
Comentários
1 Comentários

1 comentários:

  1. É péssimo quando estamos passando por uma fase ruim na leitura, né? Esse mês só consegui concluir um livro, mas nem é fase ruim, é porque tô viciada em umas séries aí hahaha
    Sabe que não tinha percebido que esse livro é nacional? Ele está na minha lista há um tempinho, apesar de eu não ser grande fã de chick-lits. Tenho certeza que essa identificação com a rotina e costumes brasileiros deve ser um ponto mega positivo, pois os chick-lits que li até hoje se passavam em Londres e tipo: eu não faço ideia do que sejam algumas coisas descritas.
    Ótima resenha!

    Duas Leitoras - no Top Comentarista de Abril você pode escolher entre 4 livros!

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