Um drama psicológico de ficção, mas que pode ser verdadeiro até demais.
Madora tinha 17 anos quando, depois de uma quase overdose, Willis a encontrou. Os dois logo começaram um relacionamento e em pouco tempo foram morar juntos, para longe de tudo e de todos no deserto da Califórnia. Cinco anos depois Willis aprisionou uma moça grávida no trailer que ficava atrás da casa deles. Segundo o que ele dizia Willis a estava salvando, tal como um dia salvara Madora. E para aquela jovem que abandonou tudo por ele, não havia uma alma mais gentil e bondosa do que a de seu namorado. Até que um garoto de apenas 12 anos surge e a faz perceber toda a cruel realidade que a envolve.
“Adeus à Inocência” não é aquela história empolgante, com aventuras policiais, mistérios insolucionáveis e lições de vida. Tampouco é uma história desinteressante, vazia ou monótona. Na verdade é apenas diferente, seguindo um ritmo próprio sem fazer com que nos desprendamos da história. É uma visão sobre garotas que são transformadas em animais de estimações por uma boa lábia e uma beleza equilibrada, um alerta sobre o que muito acontece e um aviso a não deixar que a vida siga um curso desenfreado.
Madora culpa a mãe pelo suicídio com o pai, por isso desde pequena as duas tem um péssimo relacionamento. A jovem vê como fuga de uma vida difícil esse Willis. Ela não é o que se espera de uma heroína, de uma mulher forte, inteligente ou esperta. Na verdade não terminou o segundo grau e está ocupada demais cuidado da casa e dos animais que salvou para pensar nas atitudes de Willis. Ela simplesmente acredita em tudo o que ele diz porque acredita que ele é uma espécie de anjo que ela não pode simplesmente decepcionar.
“Mas como um disco de vinil antigo que saltava para trás e repetia a mesma palavra ou frase, ela continuava tentando entender por que aquilo acontecera em primeiro lugar. Por que ela fizera de Willis o centro de sua vida, seu guia e suporte? A questão a irritava; e, por mais seriamente que ela se esforçasse para distrair-se, contando regressivamente de três em três, formando palavras a partir de nomes de cidades como Guadalupe e Atascadero, por quê, por quê, por quê, ela interrompia sua concentração.”
Já o Willis é o perfeito sociopata. Com sua beleza e sua boa lábia ele sabe como enganar Madora, manipulá-la e fazê-la acreditar em amor e salvação. É dessa maneira que ele também mantém Madora calada e perfeitamente obediente sobre a garota aprisionada no trailer. E assim ele segue sua vida, pensando em planos de resgate e em maneiras de ganhar dinheiro para cursar a faculdade que sempre quis: a de medicina.
“Willis premiava a melhora em sua [Linda, a prisioneira] disposição com um colchão melhor e uma correia mais comprida: com o tempo ele trouxe uma cama apropriada para o trailer. Ao longo dos meses, ele reconhecera a cooperação e lhe dera um iPod carregado de músicas, o videocassete e passeios ocasionais de carro; e ele tornara o trailer acolhedor, trazendo livros e revistas e um tapete redondo. Se ela o atacasse, praguejando e lançando acusações, ele pegava o videocassete ou o iPod de volta. Uma vez ele tirou a cama e fez com que ela dormisse no chão. Recompensas, punições, consequências: assim Willis treinara Linda a ser cooperativa.”
Como já foi descrito, o livro não é daqueles que nos empolgam à cada página, até porque o assunto abordado não pede isso. Ainda assim não deixo de recomendá-lo, especialmente como uma leitura reflexiva.
Como você disse é uma leitura bem reflexiva. E se formos olhar direitinho, podemos ver que os comportamentos dessas personagens são extremamente reais. Creio que muitos de nós conhecemos alguém que achou que casando-se, ou fugindo de casa, iria conseguir se libertar de uma vida, mas na verdade, acaba entrando em outra prisão. Ou até conhece esse tipinho que é o Willis. Enfim, acho que vale a pena dar uma conferida nesse livro.
ResponderExcluir@_Dom_Dom
É uma história que apesar de não ser empolgante ela é bem palpável, trazendo um recado de que existe sim várias histórias dessas de homens manipuladores e de mulheres que são enredadas em momentos de fraqueza e conduzidas para uma pseudo-liberdade.
ResponderExcluirMadora parece ser uma pessoa em busca de salvação e pelo que entendi, o Wills foi esse ´´anjo salvador``. Ele soube bem como explorar esse lado dependente dela e submisso pra seu proveito.Isso é o que mais vemos por ai. A história é triste mais é bem real se pensarmos um pouco. Fiquei curiosa a respeito de Madora. Quero ver se ela vai conseguir superar essa dependência do outro. Beijos.
ResponderExcluirEsse é um exemplo de livro que eu leria. Não sei o que esses dramas tem para me deixar tão interessada assim, mas seja o que for, funciona e muito bem. Poucas vezes me decepciono e acho que não me decepcionaria com "Adeus à Inocência."
ResponderExcluirAchei genial a ideia, a premissa, enfim... Tudo!
Caramba, esse livro ganhou minha atenção...
ResponderExcluirUm tema forte e infelizmente totalmente plausível. Como vc disse, isso podia perfeitamente ser uma historia baseada em fatos reais.
Mulheres como ela tem aos montes, psicologicamente vulneráveis. E homens como ele infelizmente tambem existem aos montes, sociopatas charmosos e inteligentes.
Vai pra minha lista de "vou ler". ^^
Não sei se é um livro que eu leria. Pode ser que sim, pode ser que não. Acho que leria, to em duvida.
ResponderExcluirO tema abordado me chamou a atenção, nunca - ou não lembro agora - de ter lido um livro nesse tipo. Apesar de ser ficção, existe pessoas assim hoje em dia. É uma pena, porque não desejaria uma situação dessa nem para a maior inimiga da face da terra. É assustador.
Beijos
Eu já tinha ouvido falar deste livro e já tinha lido resenhas positivas dele, achei a sinopse dele em geral bem bacana e acredito que o livro me prenderia bastante. Espero não me enganar.
ResponderExcluirBjs
Quando ouvir falar pela primeira vez desse livro, e disse: Preciso ler este livro.
ResponderExcluirQuando li as resenhas sobre ele disse: UAU! UAU! UAU! Preciso muito ler este livro.
Hoje eu continuo dizendo: Preciso ler este livro.
É um história que me chama atenção em cada linha, é algo que quero ler ano que vem... Peço muito de natal.
É um história dificil, que muito bem poderia ser real.
òtima resenha!
Jônatas Amaral
alma-critica.blogspot.com.br
Ótima resenha, uma pena que o livro não se encaixe nas minhas preferências, sendo assim dificilmente irei comprar e ler.
ResponderExcluirSentimentos é algo que pode escravizar qualquer um aos poucos sem que se perceba. Ao ler me perguntei como uma pessoa em sua sã consciência admite isso. Mas, ocorre, sentimentos são perigosos, e são uma maravilha. O melhor é dosar.
ResponderExcluirA história parece ser ótima! Bateu uma grande vontade de ler, mas infelizmente estou com uma pilha enorme pra ler...=/
ResponderExcluirParabéns pela resenha, está realmente instigando a pessoa a querer ler.
Não conhecia esse livro, mas a premissa parece ser interessante, principalmente se analizarmos que isso acontece com muitas jovens, tanto por serem trancafiadas quanto por serem enganados por sociopatas, acho livros desse tipo realmente reflexivos, mas as vezes é preciso ter estômago e ou estar preparada para uma estória chocante e devastadora.
ResponderExcluirComo eu queria correr com minhas leituras para conseguir fazer uma nova lista de prioridades.
ResponderExcluirassuntos mais sérios geralmente tem leituras menos fluidas!
ResponderExcluirhttp://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/
Olá Pamela!
ResponderExcluirGostaria muito de ler esse livro, parece ser maravilhoso!
Adorei a sua resenha :)
Beijos,
Ana M.
http://addictiononbooks.blogspot.com.br/
Gostei da resenha e confesso que gostei do livro.
ResponderExcluirNão é agitado, mas, ah sei lá, nem sei pq gostei dele, rsrs. O importante é que curti a leitura!
Resenha perfeita e quotes muitos legais!!!
Adorei!!
Bjks
Lelê Tapias
http://topensandoemler.blogspot.com.br/
Ah! Amore, estou participando de um concurso cultural e vale 1 voto por dia. Então me dê seu voto, rs http://bit.ly/194R4NV Vou ficar muito feliz!! ;) Obrigada! Bjkas
Amei! Só queria saber se ela reencontra o Django e consegue realizar os sonhos dela. leitura me prendeu 😄
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