"Porque é aí que está a verdade. Algumas pessoas conseguem as coisas sozinhas, mas são raras. São aquelas feitas de aço. O restante de nós precisa encontrar alguém que nos ame, nos encoraje, e nos mantenha em segurança."
Tess, que trabalha como atendente de um call center de reclamações de uma empresa de produtos de papelaria, e George, um exímio pianista apaixonado por jazz, são duas pessoas que obedecem a lei dos seis graus de separação. Entretanto, parece que tudo sempre está encantado: eles nunca se conhecem. Embora Tess saiba - e muito - da existência de George pela insistência de sua amiga Kirsty, que afirma categoricamente que eles são feitos um para o outro, Tess nunca conheceu George. Da mesma forma, os amigos de George sempre dão um jeito de mencionar a amiga de Kirsty, que divide o apartamento com ela, Tess, e falam a ele que ela é interessante, bonitinha e que seria bem legal se ele a conhecesse.
Em meio a tantos encontros e desencontros durante anos, Tess e George vivem suas vidas separados, sem nenhum tipo de conhecimento de quem o outro é. Isso não impede que Tess saiba que o seu relacionamento com Dominic não está indo às mil maravilhas, e que George perceba que está profundamente infeliz em sua vida toda categorizada e certinha organizada por Stephanie, sua companheira até então, sendo inclusive sustentado por ela. Eles vivem à sombra de seus relacionamentos falhos, sem tomar a rédea de suas vidas e nem dizer o que realmente querem para o futuro. Mas tudo pode mudar quando o tão famigerado encontro entre os dois acontece.
Eu peguei esse livro pra ler com uma expectativa de que fosse bom, mas sem realmente esperar que ele fosse aquela coisa maravilhosa. É claro que ele não é, nem de longe, o romance mais brilhante do século, mas alguma coisa nele fez com que eu me viciasse de tal maneira que o terminasse em menos de dois dias. Não sei se foi o fato do livro tratar da realidade como ela é, não sei se foi a escrita gostosa da autora, mas algo fez com que eu o lesse rápido e prazerosamente. Os personagens principais, Tess e George, tem suas histórias narradas em terceira pessoa em uma alternância de uma espécie de capítulos, separados por anos. O desenrolar da história é até que bem rápido, mas não espere nada de muito engraçado: o livro é inclusive bastante dramático. Fiquei com um pouco de raiva da Tess e do George no livro pelo que eles faziam e pelo conformismo e submissão ao que os outros queriam para a vida deles mesmos, sem mudar nada. Mas entendi, lá pelo meio do livro, que aquela era a natureza dos dois, e que algo precisaria mudar drasticamente para que eles próprios mudassem.
O livro fala bastante sobre desencontros, e faz pensar sobre a nossa vida e todos os desencontros que provavelmente aconteceram nela. E não se engane: o encontro de Tess e George não acontece logo no começo do livro (inclusive, ele acontece lá pro final) Gostei bastante do fato de George ter uma banda que toca jazz, e parece que o ritmo envolve um pouco a narrativa. (Ler o livro ouvindo jazz é bem indicado! Fiz isso e não me arrependi hahahaha). Londres e Nova York coroam os cenários do livro, e tudo é muito bem caracterizado. A escrita da autora é sensacional, e surpreende bastante que esse seja o primeiro livro dela.
O livro é indicado a todos, pros que acham que não gostam de romances também. Ele discute bastante essa ideia de emoção e racionalismo, e inclusive eu entendi uma certa ironia quando Tess, a personagem principal, decide ter um ato impulsivo a lá comédias românticas e tudo dá super errado. Achei um livro que lida bastante com a realidade, portanto tem divórcios, relacionamentos falhos, vários pensamentos e reflexões sobre a vida, vários desencontros num geral. Não tem nada de romance engraçadinho tipo Sophie Kinsella ou Meg Cabot, mas lida muito mais com eventos que são bastante possíveis na vida real e nada malucos. Mas ainda assim, um livro rápido, divertido e gostoso de ler.
esse enredo de encontros e desencontros pode me agradar bastante!
ResponderExcluirhttp://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/
Olá Renato!
ResponderExcluirA história não parece ter muita coisa original, mas ler sobre um personagem que toca jazz ouvindo jazz deve ser uma delícia! Vou tentar!
Bjos!
Karen
http://www.bookadvisor.com.br/
Não sei porquê, mas me deu uma vontade enorme de ler esse livro após ler essa resenha. Nunca nem tinha ouvido falar do livro e agora irei atrás de consegui-lo para ler ouvindo jazz hahah
ResponderExcluir