Carson Phillips é muito decidido quando se trata do seu futuro profissional. Ao ser perguntado, ele tem traçado o seu rumo ao sucesso dentro da carreira de jornalismo, e desviar um dedo dele não é uma opção. E ele não se contenta com pouco: um dia, tem a plena certeza de que vai ser editor da New Yorker, uma revista muito famosa dos Estados Unidos.
Mas o que pode ser um impedimento para Carson é o fato de ele morar em Clover, uma cidade parada, pequena e absolutamente pacata. Carson se sente preso à ela, e quer de toda forma sair de lá e ir para a Northwestern Univeristy quando acabar o Ensino Médio. Entretanto, para isso, precisará agregar pontos para sua vida acadêmica (que já é um sucesso). Assim, decide montar uma Revista Literária na escola, organizada por ele, mas com a contribuição dos alunos. E para conseguir essas contribuições, Carson precisará usar de meios não muito lícitos, já que ninguém quer, de verdade, participar da nova empreitada. Dessa forma e em meio a todos os conflitos familiares no qual se vê metido, Carson começa a usar de chantagem para se ver livre de Clover.
Esse livro é um grande conflito para mim. Ao mesmo tempo em que eu odeio - de verdade - o Carson por ele ser uma pessoa tão irritantemente perfeccionista e babaca (eu realmente em envolvi com esse livro), me vi chocado com o final. Os personagens são muito bem construídos, e nisso o Chris Colfer tem a minha total aprovação. No momento em que cada um dos "amigos" de Carson precisa escrever um texto para a revista literária, cada texto parecia realmente escrito por uma pessoa diferente. Ele conseguiu construir seus personagens de forma muito real e muito profunda, e isso pra mim é imprescindível para uma obra. É claro que o romance não é perfeito e tem algumas falhas notórias que denunciam que o escritor ainda é iniciante, mas ainda assim é envolvente, bem construído e repleto de dramas reais.
Eu gostei bastante do enredo do livro e achei a leitura envolvente, rápida e viciante. Chris Colfer consegue prender o leitor do início ao fim, e não terminar o livro parecia inevitável, já que a única coisa que eu conseguia era virar as páginas para ler mais do que aconteceria com Carson. Ao mesmo tempo em que fiquei com muita raiva do final e o achei um pouco preguiçoso, entendi o ponto que Colfer quis explorar com ele, e entendi o que ele queria passar para os leitores. O livro foi um grande conflito entre eu gostar e detestar, entre eu compreender o Carson e logo depois já ter raiva das ações dele, entre gostar de alguns personagens e automaticamente passar a odiá-los. E esses conflitos estão marcados na própria trama, com o problema de alcoolismo da mãe de Carson, o Alzheimer da avó, a ausência do pai e tudo o mais.
Portanto, achei o livro bom. Por mais que tenha tido profunda raiva do final do livro, achei-o, como um todo, bom. Gostei do que li e gostei da escrita do Chris Colfer. O livro é indicado pra todos aqueles que gostam de dramas de Ensino Médio norte-americanos (com os populares, os esportistas, as líderes de torcida, etc) e que gostam do estilo diário, porque o livro é inteiro construído dessa forma (com marcação de data e narrativa em primeira pessoa). E claro, para todos aqueles que gostam das dificuldades e barreiras em ser um adolescente, estar concluindo o Ensino Médio e ter toda a pressão da faculdade e ver a vida constantemente equilibrada entre conflitos.
Ah, e sobre o filme: assisti logo depois de ter lido o livro, e acho muito importante fazer dessa forma. Por quê? Explico. O filme começa com a cena final do livro, que já é um grande spoiler. Se você não quer saber de nada, leia o livro sem ter visto o filme. Achei também que o livro é bem mais completo do que o filme, por mais que tenha vindo depois, e mesmo assim consegue descrever algumas cenas de uma maneira bem melhor. Mas é claro, o filme também é sensacional.
é legal até mesmo ver essa interação, esse mix de sensações que o livro te proporcionou, mostra que você realmente sentiu a leitura e viveu-a
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