Meu primeiro livro de Jane Austen, podendo conhecer, assim, sua narrativa e sua sensibilidade para com as estórias.
A narrativa se inicia contanto o casamento de três irmãs e o futuro que as aguardava de acordo com suas escolhas. Uma, Lady Bertram, conseguiu ascensão social, enquanto outra percebeu que tinha filhos demais e dinheiro de menos. O marido de Lady Bertram, se compadecendo da cunhada, prometeu criar uma das filhas dela, a fim de ajudá-la. E assim Fanny Price passou a morar com os tios e os primos em Mansfiel Park.
Em todo o tempo em que foi educada com as primas e os primos, sempre foi deixado claro que Fanny não era uma Bertram. Ou seja, não teria o mesmo prestígio e luxo que tal. A jovem, que era de um espírito doce, gentil, e muito perceptivo, não se importava com isso. Na verdade, com a chegada de Henry e Mary Crawford à Mansfield Park, toda sua preocupação era com seu amor para com Edmund, que estava se apaixonando por Mary, e com o caráter duvidoso de Henry.
Fanny era a única que não estava gostando dessa situação; desde a visita a Sotherton, não conseguia ver o sr. Crawford com uma das primas sem que se pusesse a observá-los e quase sempre se surpreendia ou se escandalizava com alguma coisa; e, se estivesse tão segura do próprio julgamento nessas circunstâncias quanto em todas as outras, se tivesse certeza de ver claro e julgar honestamente, teria feito importantes comunicações a seu confidente habitual.
Foi minha primeira leitura de Jane Austen, e fiquei bastante encantada com sua narrativa, bem diferente a que eu estou habituada. Delicada, detalhada, sabe substituir muito bem algumas falas. Não posso dizer instigante, mas bastante rica. Toda intriga, aliás, gira em torno de caráter, casamentos e ascensão social, mostrando a importância de ser ter tudo aquilo. E quão terrível é não conseguir uma dessas três “qualidades’.
Sobre os personagens, gostei, especialmente, da principal. Mesmo sendo de saúde frágil, tímida, recatada ao extremo, o tipo de pessoa que poderia se passar despercebida, achei incrível a percepção, gratidão e apreciação que Fanny tem pelas coisas. Consegue ver além, mais do que outras pessoas, e é dotada de um discernimento difícil de encontrar em alguém. É ela, e apenas ela, que percebe logo as verdadeiras intenções e caráter de Henry, assim como enxerga que os objetivos matrimoniais de Edmund e Mary são bastante divergentes.
É uma ótima narrativa para quem gosta de livros que não apenas se passam no século XVIII/XIX, como foi escrito nessa época. É uma perspectiva completamente diferente, sonhos, costumes e objetivos diferentes. E Jane Austen constrói personagens ricos e singulares, tais como as situações em que eles vivem, diferente de muito do que já vi [li]. Uma leitura recomendada para aqueles que queiram apreciar um bom clássico.
Oi Pamela!
ResponderExcluirEu tenho uma falha seríssima com a Jane Austen: só li dois livros dela e Mansfield Park não foi um deles, mas pretendo ler todos.
Beijos
alemdacontracapa.blogspot.com
tenho lido ótimas resenhas recomendando este livro e confesso que estou bem animada e curiosa, pois de cara ja me apaixonei pela trama e preciso ler mais livros da Jane!
ResponderExcluirhttp://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/