"Parte dos motivos pelos quais eu preciso passar mais tempo na casa do meu pai é porque eu preciso fazer uma coisa que só consigo lá e em nenhum outro lugar. Lá eu posso viajar para Tamarisk."
Lou Aronica criou um fantástico mundo de fantasia e
o chamou de Tamarisk. Um reino onde as árvores são azuis, onde uma incessante
melodia ecoa e envolve cada habitante e onde um aroma delicioso e convidativo
de chocolate paira pelo ar. Contudo, Tamarisk pertence, na verdade, à
imaginação da pequena Becky, que criou um mundo para qual podia escapar no
momento mais marcante e dramático de sua vida. Seu pai, Chris, contribuiu
significativamente para a construção dessa incrível aventura e juntos viajavam
para a terra encantada incansavelmente dia após dia. Até que a garotinha
cresceu e seus pais decidiram pelo divórcio.
Becky é uma adolescente que vivera uma infância
difícil após ser diagnosticada com leucemia. Durante o tratamento, ela e o pai
dedicaram-se à criação de um lindo reino, dando nomes criativos e originais a
animais, árvores, frutas, cidades e aos habitantes. Por outro lado, a mãe não
era uma grande encorajadora da história, mas não interferia. O tempo passou e
Becky conseguiu vencer no tratamento da doença. Mesmo após a separação dos pais
– e mesmo sem voltar a contar histórias sobre Tamarisk –, a jovem não se
esqueceu do que criara e guardava a lembrança dos maravilhosos momentos com o
pai. Porém, Becky sabia – mas não queria acreditar – que aquela terrível doença
estava de volta. E com ela uma grande praga também devastava Tamarisk.
Então, sem querer, certo dia Becky escorrega para o
reino de suas histórias a partir do seu quarto que ainda matinha no apartamento
do pai. Ao chegar lá, descobre que uma praga desconhecida está destruindo as
plantações e percebe que precisa ajudá-los imediatamente. Embora não possa
levar nada consigo enquanto faz a “passagem”, tenta reunir o máximo de
informação em notas mentais. Chris é um botânico e que se dedicou durante anos a
diversas pesquisas científicas e para ele que Becky pede ajuda. Obviamente, o
pai não acredita que o reino mágico exista até ter sua própria experiência.
Juntos, pai e filha lutam para salvar Tamarisk. E, além disso, Becky luta também
pela própria vida.
Além do drama da garota, o autor dá bastante foco
no relacionamento (ou tentativa de um) carregado de tensão entre seus pais, a
velha disputa do “eu cuido melhor” e como isso afetou até mesmo a relação dela
para com os pais. Em Tamarisk também há uma carga parecida, já que a princesa
Miea teve que abdicar de seu namorado para assumir o trono após a morte de seus
pais num acidente. Ou seja, mais drama, pois o jovem além de súdito é um
“funcionário”. Complicado, né? Difícil dizer de qual gênero ele gosta mais.
A Menina que Semeava é um livro intrigante, seja
pela narrativa, seja pela mescla de drama e fantasia. O autor foi inovador em
certos aspectos, criando “espécies” próprias e com nomes um tanto quanto
incomuns (e difíceis de pronunciar). As personagens têm personalidades bem
destacadas, a carga emocional foi bem aplicada (pelo menos eu senti um misto de emoções) e, de modo geral, fiquei bastante
satisfeita. No entanto, para que a obra fosse completa, a escrita do autor (para
mim) deveria ser do tipo viciante. Que não é o caso.
Embora não tenha superado extraordinariamente
minhas expectativas (pois estava louca para ler o livro), ao menos o texto é
cativante. Mas devo dizer que fiz grandes pausas durante a leitura. Como disse,
esperava algo viciante. Sabe aquele capítulo que dá certa empacada, que falta
um pouco de fluidez e desperta aquele bocejo sem vergonha? Pois é. Poderia
culpar as 400 e tantas páginas, mas é claro que isso não tem nem cabimento, já
que li neste mesmo período outros dois com aproximadamente esse número e, mesmo
assim, devorei-os.
Bom, este reino não é famoso como o de Nárnia, mas
tem seu encanto. Por isso, não deixem de conferir o livro quando puderem.
Apesar de ter dado umas empacadinhas, talvez não seja seu caso. Portanto,
concentração. Esvazie a mente e não abra os olhos até ter certeza de que
conseguiu fazer a passagem para Tamarisk.
eu gostei do livro depois de ler as resenhas, achei o enredo bacana, promete ser emocionante e me conquistar
ResponderExcluirhttp://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAcho que li o primeiro capítulo desse livro e não me fisgou. Achei que não é para mim. Fantasia é difícil eu "engolir". Tudo que se passa no mundo "irreal" é sempre uma versão do "real" mas mais "embelezada". Nesse caso para ela suportar a doença.
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