Embora não tenha prendido tanto a minha atenção, confesso que é um trama policial instigante e complicado.
Vera List está com as mãos atadas. Ela é psicanalista e duas de suas clientes estão tendo um caso, sem saber, com o mesmo homem. Até aí não haveria problema se tanto LoreCha e Elise Currin não relatassem uma certa preocupação com esse relacionamento, confidenciando que sentem como se aquele homem lesse a mente delas. Entendendo que aquele ser sem rosto e sem nome estava lendo seus arquivos para desvendar esposas de homem ricos e poderosos, Vera List não vê outra saída a não ser apelar para o trabalho não oficial de Marten Fane. Precisavam descobrir como e por que aquele homem estava tentando manipular aquelas duas mulheres, por que estava sendo tão cruel com elas e qual era o seu propósito. Teria algo a ver com o marido das duas? Teria algo a ver com a própria Vera List? Ou um esquema muito maior, perigoso e fatal envolvia tudo aquilo? De uma coisa Vera e Marten podiam ter certeza: para sair daquela situação precisavam pagar um preço, talvez alto demais.
“Desde o início o relacionamento foi intenso. O homem seduziu-a em todos os sentidos. Ela me diz que ele praticamente consegue ler seus pensamentos, que conhece suas ideias mais íntimas, intui suas ansiedades, seus desejos, seus medos. Toda essa sensibilidade é naturalmente muito sedutora. Ela está enfeitiçada por ele.”
Achei criativo e inteligente o mecanismo do autor para não dar mesmo uma saída à Vera, a psicanalista. Esse tipo de profissão pede um certo sigilo, e ela não pode falar sobre o que está acontecendo com ninguém. Só o fato de ter que explicar a situação para um detetive a coloca em uma posição contra a justiça. Também não há forma de impedir que o amante de suas clientes continue “atuando”, pois pode ter consequências inimagináveis caso ele descubra que Vera sabe. Se chamar a polícia pode acontecer de suas fichas sobre todos os seus clientes vazarem, e ser aquela confusão. Ninguém confiaria mais nela e perderia o seu emprego para sempre. Então como deter aquele homem sem maiores consequências? Marten Fane, felizmente, tinha experiência em crimes de difícil solução e prometeu ajudar. Porém ele se encontra num dos casos mais difíceis, emblemáticos e perigosos de sua carreira. Com o instinto do personagem gritando o tempo todo “corra” e a situação se tornando cada vez mais complicada, o leitor é levado a entrar numa trama em que é quase impossível encontrar a solução perfeita. Ou mesmo a motivação para tudo isso. Então se o leitor gosta de um final incomum...
Os personagens mais envolvidos na trama são, digamos, únicos. A história permitiu ao leitor conhecer cada um, sua jornada e como chegou onde estava. Isso dá aos personagens mais vida e consistência, fazendo com que a trama ganhe um ponto a mais. Os personagens não são apenas jogados na história, são cuidadosamente inseridos. Eu gostei disso. E a maior parte dela acontece em apenas uma semana, mostrando a urgência do caso e a importância de sua solução rápida. Nem por isso a história fica corrida, é claro, na verdade só deixa mais clara a eficiência e o pensamento rápido de Marten.
Não vou dizer que foi o melhor livro policial que já li, até porque outros me prenderam mais. Porém achei inteligente, instigante, e bem perspicaz. A trama se desdobra de um jeito diferente e surpreendente, e até o final do livro não se tem mesmo uma noção da dimensão do problema. Há muito para dar errado, e nada para sair de acordo com os planos. As últimas páginas, como era de se esperar, são chocantes e, tenho que dizer, nos faz repensar: até onde o homem é capaz de chegar para obter poder?
é bem interessante todo o enredo, eu imagino como seria o desfecho!
ResponderExcluir#curiosa
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Gosto de ler romances policiais, mas esse apesar de ter uma premissa interessante e instigante, acaba não me chamando atenção pois prevejo muitas revelações para chocar o leitor, e assim, eu achar tudo muito forçado, inclusive o final inesperado.
ResponderExcluirMas leria o livro, mesmo assim hehehe
OiOi Pam!
ResponderExcluirEu gosto de enredos policiais, e lembro que esse foi meio que um dos primeiros lançamentos da Paralela, até fiquei curiosa na época, mas não pilhei muito com a sinopse.
Gostei da tua resenha, acredito que o livro seja bacana, porém deve ter uma escrita que não flui muito bem, é um livro pra ser lido aos poucos, imagino.
Se eu ganhar de presente, leio com certeza ~risos~ Mas não sou lá tão paciente pra esperar o mistério se desenrolar, por isso não sei se me acertaria com a leitura.
Beijocas ;*
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